75 anos da revolução comunista na China: o ‘milagre econômico’ que fez de país pobre uma superpotência global
Nesta terça-feira (1º), quando se completam 75 anos do triunfo dos comunistas, o país está radicalmente dissemelhante: é uma potência mundial de primeira grandeza e aspira chegar ao topo da economia global.
Mas seu “milagre econômico”, único na história, não se deve necessariamente ao “Grande Timoneiro”, mas a uma campanha impulsionada por outro líder comunista, Deng Xiaoping.
A chamada política de Reforma e Sinceridade conseguiu tirar 740 milhões de pessoas da pobreza, segundo dados oficiais.
Sob a teoria de um “socialismo com características chinesas”, Deng rompeu com o status quo e implementou uma série de reformas econômicas, centradas na cultura, num envolvente liberal para o setor privado, na modernização da indústria e na fenda da China para o negócio exterior.
Esse trajectória afastou o país do comunismo de Mao Tsé Tung e “rompia as correntes” do pretérito, nas palavras do atual presidente chinês, Xi Jinping.
Um país pobre
A mudança de rumo começou em 1978. À quadra, a China era uma país bastante dissemelhante da que vemos hoje.
Era um país pobre, com um Resultado Interno Bruto (PIB) de US$ 150 bilhões e uma população de 800 milhões de pessoas. Hoje, são 1,4 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 17 trilhões, segundo dados do Banco Mundial.
Mao, o histórico fundador da República Popular da China, havia morrido anos antes das mudanças de Deng, deixando um incerto legado.
Entre seus grandes projetos estão o Grande Salto Adiante (1958-62), que buscava transformar a economia agrária do país e provocou uma escassez de mantimentos que levou à morte de ao menos 10 milhões de pessoas (fontes independentes falam em até 45 milhões de mortos); e a Revolução Cultural (1966-76), uma campanha de Mao contra os partidários do “capitalismo”, que também levou a milhões de mortos e paralisou a economia pátrio.
Foi nesse cenário de pobreza e rafa que Deng, logo secretário-geral do Partido Comunista da China, propôs suas reformas.
Novidade fórmula
Deng optou pelas chamadas “quatro modernizações” e uma evolução da economia na qual o mercado teria um protagonismo crescente.
Para ele, não importava se o sistema econômico chinês era comunista ou numulário, mas sim se funcionava.
“Não importa se o gato é preto ou branco, desde que cace ratos”, afirmou o chinês em um exposição na conferência da Liga da Juventude Comunista da China.
Seu programa foi ratificado em 18 de dezembro de 1978 por segmento do Comitê Meão do Partido Comunista da China e tornou a modernização econômica sua principal prioridade.
Nos anos seguintes, foram colocadas em prática mudanças que até logo eram consideradas bastante ambiciosas e enfrentaram resistência da lado mais conservadora do partido no poder.
O setor agrícola, por exemplo, abandonou progressivamente o sistema maoísta de economia rústico planificada, o que permitiu incrementar a produtividade e tirar regiões do país da pobreza, fomentando a transmigração de mão de obra para zonas urbanas.
Também floresceram as cadeias do setor privado e, pela primeira vez desde a geração da República Popular em 1949, o país se abriu para investimentos estrangeiros.
Se na economia planificada o Estado determina o tipo, a quantidade e o preço das mercadorias que serão produzidas, na economia de mercado são as forças da oferta e da demanda que estabelecem o que é comprado e vendido.
Em sua cruzada para modernizar e fazer crescer a economia, o líder chinês incentivou sua equipe a aprender com as potências ocidentais.
Foram criadas também zonas econômicas especiais, porquê a da cidade de Shenzhen, que sofreu uma transformação incrível e hoje é conhecida porquê o Vale do Silício chinês.
Essa fenda ao exterior contribuiu para aumentar a capacidade produtiva da China e fomentar novos métodos de gestão.
Depois de um longo processo, as mudanças permitiram que a China conseguisse entrar na Organização Mundial do Transacção em 2001, ingresso que lhe abriu definitivamente as portas para a globalização e catalisou seu progresso econômico.
Assim, em 2008, quando a crise econômica global estourou e o Oeste saiu em procura de novos mercados, a China conseguiu se ressaltar entre todos os outros e se converteu na “fábrica do mundo”.
Apesar do boom econômico, a China luta agora para se descolar dessa função: quer deixar a manufatura para trás e se tornar um país publicado pela inovação.
À medida que o gigante asiático amadureceu, o prolongamento do seu PIB desacelerou significativamente.
Se em 2007 era de 14,2%, em 2023 esse percentual de expansão foi reduzido para 5,2%.
Mas se olharmos mais para trás, desde 1980, o tamanho da economia chinesa foi multiplicado por 42.
Até 2030, os economistas estimam que o prolongamento do país será reduzido a aproximadamente um terço do percentual atual.
Mas ainda assim seria suficiente para superar os Estados Unidos porquê a maior economia do mundo.
E as mudanças políticas?
A despeito do progresso econômico, as reformas trouxeram também consequências negativas para o país, porquê a subida desigualdade social e a grave contaminação do ar em diversas cidades chinesas.
Mas, segue inviolado o rígido sistema de governo de partido único no país inaugurado com a revolução.
Críticos e ativistas denunciam uma crescente repressão dos direitos humanos e uma concentração de poder ainda maior em torno do atual presidente Xi Jinping, responsável por restringir ainda mais as liberdades da população.
Desde que ele aboliu o limite temporal de sua Presidência, em 2018, as notícias sobre descontentamentos com o governo cruzaram as fronteiras chinesas.
Seus críticos o acusam de concentrar ainda mais o poder e de promover uma campanha de sábio a sua personalidade em nível inédito desde os tempos de Mao.
O mandatário também tem estado sob a mira da comunidade internacional por conta das denúncias sobre sistemas de vigilância massiva da população, de queixas de trabalhadores por jornadas laborais desmedidas e de detenções de membros da minoria muçulmana em campos de detenção na região de Xinjiang.
No natalício de 40 anos da Reforma e Sinceridade de Deng Xiaoping, em dezembro de 2018, o mandatário chinês enfatizou a valimento da “liderança” do Partido Comunista Chinês em seu exposição no Grande Palácio do Povo de Tiananmen, rossio de Pequim onde o Tropa reprimiu com violência manifestações em prol de reformas políticas, deixando um número ignoto de mortos.
Esse capítulo sombrio da história recente da China segue sendo um tabu, porquê qualquer sátira ao sistema político chinês.
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