Mafalda chega aos 60 anos inspirando artistas e ativistas

A personagem mais rebelde dos quadrinhos latino-americanos chega aos 60 anos ainda provocativa. Mafalda, do cartunista prateado Quino, tornou-se inspiração para novas gerações do seu país e do mundo. É uma vez que se a “pessoa” tivesse ganhado vida própria, para além do seu “pai”, falecido em 2020.


cartunista argentino Quino posa diante de sua personagem cômica mais famosa, Mafalda, durante a cerimônia de abertura da exposição de suas obras no Museu do Humor de Buenos Aires
cartunista argentino Quino posa diante de sua personagem cômica mais famosa, Mafalda, durante a cerimônia de abertura da exposição de suas obras no Museu do Humor de Buenos Aires

Cartunista prateado Quino durante a cerimônia de início da exposição de suas obras no Museu do Humor de Buenos Aires – Foto: Registo/Reuters/Enrique Marcarian/Direitos reservados

As frases ácidas e veia sátira de Mafalda estimulam debates em salas de lição, escolas de arte e quadrinhos. Também é “presença” recorrente em camisetas e bandeiras de protestos políticos, mormente quando o ponto é a própria Argentina.

Desde a posse de Javier Milei na presidência, o país vive uma vaga de protestos, aumento da pobreza e restrições à liberdade de sentença. O sistema de informação pública foi completamente desestruturado.

“Creio que Mafalda deveria voltar com força totalidade, já que, em tempos de Javier Milei na presidência, é mais que necessário uma voz sátira e contundente uma vez que a da personagem criada por Quino”, acredita o chargista brasileiro, Carlos Lattuf.

A artista plástica argentina Jorgela Argañaras lembra que passou a puerícia na Patagônia argentina lendo Mafalda, rindo e repetindo suas tiradas. O inconformismo da personagem com o mundo adulto ajudou Jorgela a não se sentir tão sozinha em sua pré-adolescência.

“Era muito bom vê-la no corpo de uma moça rebelde e confrontando com muito humor a atitude sexista de Susanita, a ingenuidade de Felipe, a falta de jeito de Manolo”, lembra Jorgela.


Brasília (DF), 29/09/2024 - Artista plástica argentina Jorgela Argañaras. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Brasília (DF), 29/09/2024 - Artista plástica argentina Jorgela Argañaras. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Brasília (DF), 29/09/2024 – Artista plástica argentina Jorgela Argañaras. Foto: Registo pessoal/Divulgação

“Mafalda ficaria horrorizada com esse governo prateado. Imagino ela levantando bandeiras acompanhando os aposentados nas marchas, defendendo avós e mães. Imagino-a indignada com o ‘uso da vocábulo Liberdade’ num governo que não aceita a diferença.”

Agustín Lecchi, secretário-geral do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires, considera que a Argentina vive hoje um dos piores momentos para a liberdade de sentença e para o manobra do jornalismo.  


Brasília (DF), 29/09/2024 - Agustín Lecchi, secretário-geral do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Brasília (DF), 29/09/2024 - Agustín Lecchi, secretário-geral do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Brasília (DF), 29/09/2024 – Agustín Lecchi, secretário-geral do Sindicato de Prelo de Buenos Aires. Foto: Registo pessoal/Divulgação

“Prova disso são os ataques aos meios informação e aos jornalistas, a exprobação aos meios públicos e o ataque aos meios comunitários, em pessoal ao seu financiamento”, cita Agustín.

“Não tenho incerteza que presidente Milei atacaria Mafalda e Quino uma vez que ataca a sentença popular, artística, jornalística. Recentemente, foi publicado, inclusive, um decreto contra a lei de chegada à informação pública, que afeta diretamente nosso trabalho e o recta da população.”

Inspiração

A personagem de Quino também é referência para artistas e educadoras brasileiras. A quadrinista May Solimar aprendeu com Mafalda que é provável expressar em linguagem simples e lúdica as reflexões mais complexas.


Brasília (DF), 29/09/2024 - Quadrinista May Solimar. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Brasília (DF), 29/09/2024 - Quadrinista May Solimar. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Brasília (DF), 29/09/2024 – Quadrinista May Solimar. Foto: Registo pessoal/Divulgação

May lembra da personagem quando produz quadrinhos que tratam do combate ao machismo e do racismo, assim uma vez que quando ilustra as  vivências de mulheres pretas, mães solo.

“A Mafalda é uma inspiração incrível. Um símbolo de ativismo. Ela atinge vários públicos e fala uma vez que todo mundo entende. Mostra a arte uma vez que forma de relação das pessoas com lutas importante”, destaca May.

A professora e agente de turismo Taina Gonçalves também tem Mafalda uma vez que referência. Atualmente morando em Buenos Aires, ela trabalha uma vez que guia e orientadora, mormente de brasileiros que vão estudar medicina na Argentina.  

“Mafalda é sempre atual com seus questionamentos. Porquê educadora uso as tirinhas para ensinar meus alunos para além do linguagem. Ela me ajuda a incentivá-los uma vez que seres humanos”, conta Taina.


Brasília (DF), 29/09/2024 - Taina Gonçalves, professora e guia de turismo. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Brasília (DF), 29/09/2024 - Taina Gonçalves, professora e guia de turismo. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Brasília (DF), 29/09/2024 – Taina Gonçalves, professora e guia de turismo. Foto: Registo pessoal/Divulgação

“Mafalda nunca envelhece. Em meio a crises e mudanças é fundamental que continuemos defendendo o recta de questionar, expressar nossas opiniões e buscar um mundo mais justo. Não devemos perder a capacidade de nos revoltar.”

 

 

 

 



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