Afogamentos em praia de Florianópolis alerta; saiba qual
O número de afogamentos na praia dos Ingleses, em Florianópolis, aumentou seis vezes de 2023 a 2024. O levantamento do CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) comparou o período de janeiro a setembro dos dois anos. O resultado apontou que a quantidade de salvamentos subiu de 50 para 312 na praia localizada ao Norte da Ilha.
Ainda segundo os dados divulgados pelo CBMSC, a praia dos Ingleses foi a que apresentou a maior diferença entre um período e outro em Florianópolis, com aumento de 524% nos casos.
Já a praia Brava, que teve o maior número de afogamentos entre janeiro e setembro de 2023, com 424 casos, teve redução de 50% nas ocorrências. Foram contabilizados 209 afogamentos entre janeiro e setembro deste ano.
A praia de Açores teve um aumento de 179% das ocorrências de afogamentos, com 81 em 2023 e 226 em 2024. A praia de Florianópolis, conhecida como Areias do Campeche, também teve um salto de 375% nos casos de afogamentos – de 12 para 57.
Número de afogamentos por praia de Florianópolis entre 2023 e 2024
Praia dos Ingleses: CBMSC e especialistas falam sobre possíveis causas para aumento de afogamentos
O tenente do CBMSC, Nicolas Paolo Zanella, cita que uma das possibilidades para o crescimento no número de salvamentos na praia dos Ingleses é o aumento na quantidade de banhistas no local, especialmente turistas.
“Deduzimos que o aumento tem ocorrido pelo calor mais elevado em comparação a 2023. Por ser um ano mais quente, em 2024 recebemos mais banhistas e turistas nas praias e, consequentemente, o número de salvamentos foi maior. Além disso, houve um menor índice de chuvas, o que incentivou que mais banhistas fossem para as praias”, pondera o bombeiro.
Zanella diz ainda que a praia dos Ingleses é um dos balneários mais frequentados da capital, o que também interfere na quantidade de atendimentos.
Alargamento de praias pode influenciar em afogamentos? Especialista esclarece
O geólogo Rodrigo Sato explica que a retirada dos sedimentos do fundo do mar para o alargamento das faixas de areia nas praias pode ser um dos fatores que contribui para os acidentes.
“Existe uma possibilidade, mas não pela questão do alargamento em si. O sedimento foi retirado do fundo do mar e jogado na parte da frente da praia, o que cria um buraco mais profundo, cerca de 500, 600 metros da praia. A tendência é que o mar vá retirando um pouco do material do sedimento do engordamento e vá devolvendo a esse buraco”, detalha Sato.
Ainda segundo Sato, provavelmente formou um degrau abrupto do limite do engordamento com o buraco.
“O banhista desavisado ou que não sabe nadar bem vai andando até enquanto dá pé. Se ele chegar muito próximo à borda, pode não ter mais a sustentação e ficar numa zona muito funda, se desesperar e acabar se afogando“, alerta o especialista.
Dicas dos bombeiros para evitar afogamentos:
- Buscar praias que tenham postos guarda-vidas;
- Não entrar no mar após o consumo de bebidas alcoólicas;
- Evitar praias desertas ou com pouca movimentação;
- Não deixar crianças sem a supervisão de um adulto;
- Evitar chegar em partes do mar em que o nível da água esteja acima do umbigo.
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