A vergonha da venda de mandos de campo | Blog Entre as Canetas

O Paraná é o grande predilecto para desabar e, portanto, voltar à Série B. Falta uma vírgula para isso virar matemática (hoje são 99% de chances, segundo o pessoal que é bom de conta). Até aí, ok, quatro times sempre vão desabar, série A é para fortes, e o clube, sem recursos para montar um time que fugisse da sanfona do sobe-e-desce, ainda errou mal-parecido na escolha de um treinador, Rogério Micale, que ousou jogar uma vez que grande, atacando e propondo o jogo – quando o supremo que o time conseguiria era assumir-se uma vez que time momentaneamente pequeno e jogar detrás para pontuar mais quando verosímil. Mas a forma de tornar pública a sua desistência do campeonato, vendendo mandos de campo é, para mim, vergonhosa e inadmissível.

 

Evidentemente que a responsabilidade final é da CBF, que permite no regulamento que sejam vendidos 5 mandos, desde que não sejam nas últimas cinco rodadas. Mas, por que o cabalístico número 5? Qual é o critério? Ora, se vender mandos é esportivamente condenável, que seja proibida. Se não é, logo por que se estabelecer limites, cada um que exerça seu mando onde quiser. Eu entendo que e primeira escolha é a correta.

 

Exemplo: o Paraná diz que vai vender os mandos dos jogos contra Palmeiras, Internacional e Flamengo. Portanto, uma vez que fica o São Paulo, também brigando pelo título, que teve de jogar na Vila Capanema e lá deixou dois pontos? Num campeonato equilibradíssimo uma vez que o atual, dois pontos podem valer o título. Ah, dirão os defensores da diretoria paranista, mas não há nenhuma garantia de que jogando em morada o time vai tirar pontos dos outros. Não importa, o que vale é a paridade de condições. Isso é transformar o futebol num balcão de negócios. As diferenças entre vender o sítio de um jogo e vender o resultado do jogo são: a primeira tem a chancela, a segunda não, é violação; e a segunda pode ser feita sem que ninguém saiba, e simples que é impossível vender um mando sem que todos os envolvidos saibam.

 

A decisão de vender mando é a de quem não é companheiro de pensar, de trabalhar. E não é só Paraná. Sou contra isso para qualquer clube. É vegonhoso. Sabe que não vai se livrar da degola, quer quantia? Esfera promoções. Faça sorteio de carros, promova uma preparatório com torcedores, traga ídolos da torcida para serem homenageados, faça shows também na preparatório, faça vendas casadas, válidas para todos os jogos. Faça uma campanha mostrando que o Paraná começa agora o trabalho para voltar à Série A em 2020, e que a torcida será a grande parceira…

 

Enfim, qualquer coisa é melhor do que jogar a esportividade no lixo. É mais fácil fugir de morada, fugir da torcida, fugir das raízes. Não à toa o clube está virtualmente de volta à série B faltando ainda dois meses para o término do Brasílio. Nessa toada, o Paraná vai a caminho de permanecer no tamanho do único time que ele conseguiu expulsar neste 2018, o URT mineiro, na primeira rodada da Despensa do Brasil…

 



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