A volta de Adílson Batista a um patamar importante | Blog Entre as Canetas
Adilson Batista é um caso, infelizmente vasqueiro, de que é provável para um treinador se livrar de estigmas, dar a volta por cima, quando reconhece erros, ajusta sua visão do jogo, não tem vergonha de reformular e se adequar aos vários tamanhos possíveis de trabalhos no futebol. Vasqueiro porque quando torcedores, jogadores e mídiam rotulam um treinador, é dificílimo ele se livrar disso. E vasqueiro porque treinadores, em universal, têm enorme dificuldade para fazer o famoso mea culpa, permitir os erros e reencetar, se for preciso do zero.
Com a moral que carregava dos tempos de zagueiro, com um currículo invejável no Grêmio e no Cruzeiro – já foi um dia o Capitão América -, Adílson bancou alguns conceitos que, embora ousados, não funcionaram em seus primeiros anos uma vez que treinador. Muito mais do que uma vez ouvi gente importante chamando-o de Professor Pardal. Um personagem que começou, em pouco tempo, a estreitar-lhe o mercado.
Adílson ficou um tempo longe dos holofotes, estudou, reviu conceitos, e voltou no melhor lugar provável – um América sem pressões, num Brasílico em que sempre viveu sob o efeito ioiô (sobe e desce de repartição), e com uma base muito muito estruturada em três temporadas sob o comando de Ederson Moreira.
E, com Adílson, se os resultados talvez não sejam tão bons uma vez que nos melhores dias do predecessor, mas o futebol jogado pelo América é, hoje, melhor. Não é vistoso, mas é eficiente, pragmático quando necessário, e não tem pavor de executar o que seu comandante treinou. Dois exemplos bastante claros do dedo do treinador em jogos importantes: as mexidas que fez para tornar o América mais sólido na resguardo, no segundo tempo do jogo contra o Corinthians, em morada; e o gol contra o São Paulo, no Morumbi, aos 36 do segundo tempo, perdendo de 1 a 0, quando o time tocou de pé em pé por muro de um minuto até a epílogo de Matheusinho.
Adílson está invicto em morada – 7 jogos, 5 empates (quatro deles em 0 a 0) e duas vitórias. Zero espetacular, mas é invencibilidade contra gente do tamanho de Vasco, Fluminense, Corinthians, um Ceará em ascenção, e dos postulantes a título Palmeiras, Internacional, Flamengo. Fora de morada a campanha também não é tão ruim. Derrotas para Botafogo, Bahia e Vitória (esta a que mais se lamenta), empate com o candidato a título São Paulo, e vitórias importantes sobre Santos e Sport.
Desde a primeira rodada do Brasílico, ainda com Enderson, o América mostrava que vinha disposto a se manter na escol, na vitória irrefragrável sobre o Sport.
Agora, com o renovado Adilson Batista, o time continua a dar essa sensação e passou a jogar ainda melhor. E vai ajudar o seu comandante a se solidificar novamente num patamar importante no futebol brasílico.
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