Após 205 dias na UTI e cirurgias neurológicas, meu filho foi pra casa

De acordo com Nathalia, um dos momentos mais difíceis durante a jornada com o fillho ocorreu após a primeira cirurgia dele, quando um neurologista disse que o menino era incompatível com a vida, que a infecção havia consumido o cérebro dele e que a cabeça dele só tinha água e resto de tecido degenerado.

A gente sabe até hoje que o Lucas tem uma condição complexa e sabe dos riscos. O dia mais difícil para mim foi quando não souberam me falar, não souberam me passar essa informação, olhando para uma mãe que estava prestes a perder um filho.Nathalia Favaro

Segundo Nathalia, um outro momento delicado aconteceu quando ela teve uma conversa com o filho e disse: “A mamãe te ama e tem muito orgulho de você e do que você fez até aqui. Mas se for sua hora, se você estiver cansado, pode ir. A mamãe vai conseguir superar”.

No início do processo, Nathalia se fechou, não conseguia falar sobre o assunto e tinha vergonha de sair na rua e as pessoas a verem sem a barriga de grávida e sem o filho nos braços. Ao contar sua história para outras mães nas redes sociais na tentativa de ajudá-las, ela foi foi ajudada.

“Contar nossa história me libertou, me tirou esse trauma, medo, vergonha, um sentimento estranho de estar vivendo tudo aquilo e, ao mesmo tempo, me trouxe força para continuar”. Para as mães que estão passando por uma situação parecida, Nathalia deixa um recado:

“Quero que elas saibam que elas vão sair disso, vai passar. Existem inúmeras possibilidades na medicina, nas terapias. O diagnóstico não é o fim, é o ponto de partida”.



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