autora de série não teve pretensão de resolver caso

Já em contato com a família Belfort, Bruna foi tentando entender quem era Priscila. “Lá detrás, havia uma confusão sobre ela. É secretária? Estudante? Desempregada? Mana do Belfort? Cunhada da Feiticeira? Esses apostos sempre me incomodavam”, diz. Enquanto decifrava a personalidade da protagonista de sua série e se aprofundava ainda mais em suas pesquisas, Bruna fechou um pacto com a produtora Pródigo para que eles a ajudassem a viabilizar o projeto, que foi adquirido pela Disney +.

Com a ingressão da plataforma de streaming, a série tomou corpo e ganhou uma equipe, que trabalhou por dois anos e meio para tirar a produção do papel. Ao lado do diretor Eduardo Rabajally, dos pesquisadores Thiago Mattar e Carolina Tiemi e das roteiristas Nathalia Guinet e Laura Artigas, Bruna definiu que, mais do que relembrar o caso, o grande objetivo da série era honrar a memória de Priscila. “A Priscila não está cá para se proteger. Porquê criadora de uma série tão complexa uma vez que essa, eu teria que me tornar guardiã da história da Priscila de uma forma muito moral e harmónico.”, relata.

Ao longo da produção de “Volta Priscila”, Bruna conversou com mais de 50 pessoas que conheceram Priscila Belfort e diz que a maior dificuldade que encontrou nesse processo foi a passagem do tempo. “Ainda que as pessoas guardem [o acontecimento] na memória devido ao traumatismo da situação, os detalhes escapam”, afirma. “Restaurar essa memória não foi uma tarefa fácil, porém há alguma coisa muito interessante: elaborar o que ocorreu fez muito muito para essas pessoas.”

Apesar do desaparecimento de Priscila Belfort ser um caso sem solução, Bruna enfatiza que a série nunca teve uma vez que objetivo resolver esse mistério. “Desde o primeiro momento, não temos a pretensão de executar um papel que não é de uma obra audiovisual. Esse papel é da Polícia Social e do Ministério Público”, explica. “O que surpreende —e é muito bom— é entender que uma obra audiovisual também tem um impacto na veras. O caso está reaberto. Fico muito feliz que um projeto desse possa diretamente impactar essa investigação. A gente pode honrar a memória da Priscila e mostrar a rapariga sensacional que ela era.”



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