Caso Izadora Mourão: Justiça anula indulto e decide fazer novo julgamento de irmão da vítima
Com o provimento do recurso apresentado pelo MPPI, foi anulado o julgamento que absolveu João Paulo, irmão de Izadora, e ele deverá ser novamente submetido ao Tribunal do Júri. O g1 não conseguiu entrar em contato com a resguardo João Paulo Mourão. Advogada Izadora Santos Mourão, de 41 anos, é encontrada morta dentro de quarto em Pedro II
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A 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí decidiu fazer um novo julgamento sobre o homicídio da advogada Izadora Mourão, de 41 anos, morta dentro de mansão na cidade de Pedro II, em 2021.
Com o provimento do recurso apresentado pelo MPPI, foi anulado o julgamento que absolveu João Paulo, irmão de Izadora, e ele deverá ser novamente submetido ao Tribunal do Júri. O g1 tentou contato com a resguardo João Paulo, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem.
Ainda na mesma decisão, a pena da mãe de Izadora, a aposentada Maria Nerci, que foi condenada a 19 anos por ter matado a filha, foi aumentada para 25 anos de prisão, porque o tribunal reconheceu que o violação foi cometido por motivo torpe.
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A sessão de julgamento da recurso foi presidida pelo desembargador José Vidal de Freitas Rebento, que atuou uma vez que relator. Também participaram o desembargador Joaquim Santana, a juíza convocada Valdênia Sá e o procurador de Justiça Antônio de Moura Júnior.
Julgamento
Maria Nerci confessa que matou a filha Izadora Mourão durante testemunho em Pedro II
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A aposentada Maria Nerci foi condenada a 19 anos de prisão por ter matado a filha, a advogada Izadora Mourão, de 41 anos. O irmão da vítima, João Paulo Mourão, foi absolvido pelo Tribunal Popular do Júri. Maria Nerci foi condenada por homicídio triplamente qualificado e cumprirá prisão domiciliar por ser responsável por um fruto que tem deficiência.
Maria Nerci foi condenada a 19 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado para satisfazer a pena em prisão domiciliar, por conta de sua idade e requisito de saúde, e porque cuida de seu fruto mais velho, que tem deficiência física e psicológica.
João Paulo havia sido indiciado por homicídio triplamente qualificado, mas foi absolvido. Um alvará de soltura deve ser expedido na manhã desta quinta-feira (17), e ele será liberado. João Paulo estava recluso há um ano e um mês.
Bulha com a filha
A aposentada Maria Nerci confessou em julgamento que matou a facadas a própria filha, a advogada Izadora Mourão, durante testemunho no Tribunal do Júri. A mãe e o fruto João Paulo Mourão são acusados do violação ocorrido no dia 13 de fevereiro de 2021.
Em testemunho, Maria Nerci contou que a filha chegou em sua mansão por volta das 7h para tomar moca da manhã. A advogada estava com dor de cabeça, tomou um remédio e foi se deitar na leito do irmão, João Paulo Mourão.
Segundo a mãe, antes de dormir Izadora pediu quantia para remunerar a prestação de um traste e ao se recursar foi ameaçada pela filha.
“A Izadora começou a me invocar de velha miserável e cardíaca. Ela falou que iria tomar as providências para cancelar minha aposentadoria. Eu pedi pra ela não fazer isso e perguntei do que eu iria viver e a Izadora me respondeu que não sabia. Em seguida tomou o remédio e foi se deitar”, contou a acusada.
De conformidade com Maria Nerci, João Paulo passou a noite fazendo um trabalho da faculdade e ela mandou o fruto dormir no quarto dela, porque Izadora estava dormindo na sua leito. A acusada contou que nesse momento foi até onde estava a filha e a jovem estava em sono profundo.
“Eu me lembrei que ela falou que ia me matar. Portanto pensei: ‘é agora ou nunca’. Fui com a faca e dei o primeiro golpe muito poderoso e saiu bastante sangue. A Izadora tentou tomar a faca, mas continuei golpeando. Matei ela sozinha, sem ajuda”, disse a aposentada.
A acusada negou que Izadora Mourão era ameaçada e declarou que os filhos não brigavam e negou problemas por heranças. “A única vez que João Paulo reclamou com Izadora foi porque ela apagou os contatos do celular do irmão. Ela não gostava das pessoas e fez isso”, disse.
Polícia questiona versão da resguardo
Caso Isadora Mourão: começa o julgamento da mãe e irmão da vítima
A Polícia Social divulgou um vídeo animação e questionou a versão da resguardo de João Paulo. O vídeo produzido indica que o jurisperito e a mãe, Maria Nerci, atuaram juntos no homicídio (assista supra).
O mandatário Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do DHPP, disse que o violação foi premeditado e que a negativa da participação de João Paulo é uma estratégia da resguardo já que a mãe possui mais de 70 anos e, se condenada, deve ter a pena reduzida em função da idade, conforme previsto no código penal.
“A sociedade de Pedro II tem que saber a responsabilidade que eles têm de mandar esses indivíduos para a enxovia. Porque é um violação hediondo, um violação repugnante que não pode permanecer impune. Não pode ter só uma cobrança em cima da polícia. A responsabilidade é de todos, segurança é um recta de todos e um responsabilidade do estado”, disse o mandatário Barêtta.
Para o promotor Márcio Carcará, as provas produzidas pela Polícia Social indicam que mãe e fruto participaram tanto do homicídio quanto do planejamento do violação. Segundo o promotor, Izadora foi assassinada por conta de uma disputa pelos bens deixados pelo pai dela e João Paulo, ex-marido de Maria Nerci.
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