Cíntia Chagas não levou adiante denúncia de agressão contra outro ex

São Paulo — Antes do relacionamento com o deputado estadual Lucas Bove (PL), a influenciadora Cíntia Chagas denunciou outro ex-marido à Polícia Civil por violência doméstica, conseguiu medida protetiva, mas decidiu não representá-lo criminalmente para que fosse aberto um inquérito sobre o caso.

Ela foi casada com o psicólogo, empresário e palestrante Luiz Fernando Garcia. Eles deixaram de morar juntos e deram início ao divórcio em novembro de 2020, pouco mais de um ano depois do casamento. Como mostrou o Metrópoles, o fim do relacionamento foi turbulento. Cíntia foi condenada a indenizar o ex em R$ 10 mil a título de danos morais em razão de acusações que fez contra ele.

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Ela cria conteúdos de regras gramaticais e normas de etiqueta social

Antes de casar com o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), esteve em um relacionamento com o psicólogo e empresário Luiz Fernando Garcia
Cíntia Chagas é mineira
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Cíntia Chagas é influencer e professora de português

Castella Studio/@cintiachagass/Instagram/Reprodução

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Ela cria conteúdos de regras gramaticais e normas de etiqueta social

@cintiachagass/Instagram/Reprodução

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Antes de casar com o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), esteve em um relacionamento com o psicólogo e empresário Luiz Fernando Garcia

@cintiachagass/Instagram/Reprodução

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Cíntia Chagas é mineira

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O Boletim de Ocorrência foi registrado em fevereiro de 2021. Na ocasião, acusou Garcia de ser “agressivo e controlador”, e de oprimi-la por meio de “métodos psicológicos” que “conhecia por ser psicanalista”. Afirmou ainda que ele “batia em objetos para não agredi-la”. À época, Cíntia escolheu não representar criminalmente contra o ex-marido.

Também entregou às autoridades trocas de mensagens para comprovar o comportamento agressivo do empresário. Em uma delas, ele assume ter manifestado “as próprias frustrações de forma agressiva”. “O que aprendi: nunca mais irei ser agressivo com uma mulher”, reconheceu o empresário.

“Nada justifica seus gritos”

Em seguida, ela diz: “Sei que errei nos pontos apontados por você. Admito e peço desculpas novamente. Mas nada justifica os seus gritos comigo, a sua agressividade. Você já falou várias vezes que ia parar, mas não para. Não é aceitável nem normal isso”. Ela ainda diz que ele não aceitaria esse tipo de comportamento se fosse vindo de um namorado de sua filha.

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Em decisão judicial, juiz arquivou caso sem arquivamento porque Cíntia Chagas não levou denúncia a diante

Cíntia Chagas anexou mensagens em B.O. feito contra ex-marido
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Em boletim de ocorrência, Cíntia Chagas escolheu não representar ex por agressões apesar de narrar violência doméstica

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Em decisão judicial, juiz arquivou caso sem arquivamento porque Cíntia Chagas não levou denúncia a diante

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Cíntia Chagas anexou mensagens em B.O. feito contra ex-marido

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No mesmo mês em que foi registrado o B.O., foi realizada uma audiência por videoconferência na qual Luiz Fernando Garcia negou a versão de Cíntia Chagas e concordou com a medida protetiva “apenas para dar tranquilidade” à ex-mulher. Foi imposta a ele a proibição de se aproximar a influencer a uma distância inferior a 300 metros.

Em março, Cíntia foi notificada pela Justiça de que a medida protetiva estava em vigor e respondeu: “Recebido. Obrigada”. Foi a última vez que ela foi encontrada pelas autoridades. Ela seguiu sem representar o ex-marido.

Sem inquérito

Em maio de 2022, o juiz Carlos Eduardo Oliveira Alencar, da Vara do Foro Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, decidiu arquivar o caso.

Ele afirmou, na decisão, que passado mais de um ano da “última provocação da vítima com pedido de intervenção estatal, é possível concluir, portanto, que ela reencontrou a tranquilidade e vive de forma digna do contrário, já teria novamente procurado a tutela estatal”. O magistrado revogou as medidas protetivas.

“O tempo decorrido incumbiu-se de distanciar ofensor da vítima, estando satisfeitas, assim, a função e a finalidade das medidas protetivas antes impostas, inexistindo motivos concretos a que subsistam”, escreveu.

Sem a representação de Cíntia, essencial para abertura de inquérito, não houve investigação.

“Uma vez inexistente investigação pela qual buscava-se apurar delito envolvendo violência doméstica ou familiar contra a mulher, e não presentes os pressupostos à manutenção de vigência da medida cautelar, de rigor a revogação das medidas por perda superveniente do objeto, sendo a requerente carecedora do direito de ação”, anotou o magistrado.

Danos morais

Como o Metrópoles mostrou, além do inquérito, Cintia foi condenada a indenizar o ex em R$ 10 mil em razão de outras acusações. O processo sintetiza que Cíntia – sem citar explicitamente o nome de Luiz Fernando – fez publicações nas quais o acusava de ter aplicado um golpe. Nos Stories, ela o chamava de “estelionatário”, “bandido” e “ladrão”.

“Um homem que conviveu comigo tem utilizado materiais meus (como um vídeo criado, roteirizado e totalmente escrito por mim) para dizer que eu sou o ‘case’ de sucesso dele. Em reuniões, ele apropria-se criminosamente de um piloto meu e coloca-se como escritor e roteirista”, escreveu a influenciadora. “Não satisfeito em me roubar financeiramente, tenta agora usurpar uma propriedade intelectual minha”, acrescentou.

A Justiça entendeu que não havia provas das acusações e que ela ofendeu a honra de Luiz Fernando.

Lucas Bove e Cíntia Chagas

Na última sexta-feira (18/10), Cíntia Chagas pediu prisão preventiva do deputado estadual Lucas Bove, com quem foi casada por três meses. A defesa da influenciadora acionou a Justiça de São Paulo nesse mesmo dia, alegando que houve descumprimento da medida protetiva de urgência, com base na Lei Maria Penha.

Bove é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por violência contra a mulher, violência psicológica, ameaça, injúria e perseguição. Atualmente, o deputado está impedido de chegar a menos de 300 metros da ex-companheira. Ele também não pode ligar, enviar mensagens de texto, nem mencioná-la nas redes sociais.

Após pedidos de cassação do mandato de Lucas Bove serem protocolados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o político se defendeu publicamente. Ele afirmou que o “uso incorreto” da lei Maria da Penha pode prejudicar quem realmente precisa de proteção da Justiça.



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