Compare como desempenho das equipes variou no 1º e no 2º turnos da Série A do Brasileirão
Veja em gráficos a evolução do aproveitamento de pontos de cada time na competição Espião Estatístico previu em janeiro de 2015 que Dudu teria sucesso no Palmeiras
Uma das edições mais disputadas da história dos pontos corridos foi cheia de emoções em diferentes momentos para cada torcida. Equipes que começaram muito bem acabaram na Série B, outras, transformaram campanhas sofríveis em uma recuperação inacreditável, assim como houve equipe que se viu sem esperanças desde o início.
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Relembre como variou o desempenho de cada time na Série A no primeiro e no segundo turnos. A evolução acompanha a sequência real dos jogos, considerando os adiamentos. Então, para equipes como o Grêmio, fortemente afetado pelas trágicas enchentes no Rio Grande do Sul, o quinto jogo no gráfico é a partida da sétima rodada e os dois últimos jogos do primeiro turno eram válidos pela quinta e sexta rodadas, mas embora tenham sido disputadas após as rodadas 27 e 29, tinham mando válido pelo primeiro turno e assim foram considerados.
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Veja abaixo como ficou:
Comparação 1º e 2º turnos do Athletico-PR
As chances são determinadas por modelos estatísticos aplicados pelo economista Bruno Imaizumi sobre microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013. Foram analisadas as características de todas as finalizações e resultados de 4.539 jogos de Campeonatos Brasileiros que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da métrica de expectativa de gol (xG), consolidada internacionalmente.
A equipe desmoronou defensivamente no returno e acabou rebaixada para a Série B. No primeiro turno, sofreu 18 gols em 19 jogos, e a média de 0,95 gol sofrido por partida foi a quarta melhor marca do primeiro turno, que despencou para 28 gols sofridos (1,47) no returno, a quarta pior defesa. Foi fatal porque o ataque não conseguiu compensar: fez 21 gols no turno e 19 no returno, quando passou a sofrer mais finalizações e ter menor resistência defensiva.
No primeiro turno, sofreu 229 finalizações e um gol a cada 12,7 conclusões contrárias. No returno, foram 260 finalizações sofridas e um gol a cada 8,7 conclusões contrárias.
O desempenho em casa despencou: de 63% de aproveitamento no turno (5 V, 2 E, 2 D), para 27% (2 V, 2 E, 6 D). Fora variou menos, de 37% para 22%.
Comparação 1º e 2º turnos do Atlético-GO
Outra equipe rebaixada. Teve o pior aproveitamento de pontos do turno (2 V, 6 E, 11 D, 21%), com dez expulsões, a pior marca, e conseguiu uma leve melhora no returno (5 V, 3 E, 11 D, 32%), o quinto pior aproveitamento, com três expulsões (oitava marca). Não conseguiu nenhuma vitória em casa no primeiro turno, com seis derrotas, em nove jogos, e no returno venceu cinco e perdeu três em dez partidas.
A evolução para essa mudança foi colocar mais energia defensiva quando mandante, a pior no turno com 15 gols sofridos (1,67) e a sexta melhor no returno, nove gols sofridos (0,90), sem levar gol em cinco partidas, terceira melhor marca caseira. O ataque frustrou com sete gols no primeiro turno (0,78), segunda pior marca, e nove no returno (0,90) pior do returno entre os mandantes.
Mas a melhora se restringiu aos jogos em casa. Fora, não venceu em nove jogos no returno, com oito derrotas (4%). No primeiro turno foram duas vitórias fora e cinco derrotas (30%).
Comparação 1º e 2º turnos do Atlético-MG
Precisou lutar até a última partida para se manter na Série A porque foi um mandante apenas mediano em todo o campeonato, e no returno, seu desempenho visitante se tornou o quinto pior do campeonato (1 V, 4 E, 5 D, 23%). Havia terminado o primeiro turno como quarto melhor visitante (3 V, 3 E, 3 D, 44%).
As dificuldades defensivas ficaram evidentes nos contra-ataques: no primeiro turno, foi a segunda equipe que mais sofreu dessas finalizações (38) e sofreu quatro gols, No segundo turno, foram 27 finalizações sofridas (sétima marca), e mais quatro gols.
Recebeu 12 cartões vermelhos (terceira pior marca), sete no primeiro turno e cinco no segundo. Foram quatro vermelhos por matar contra-ataques. Em casa, nas duas metades do campeonato, a defesa não funcionou, com o quinto pior desempenho, 14 gols sofridos (1,4) no turno e 12 gols sofridos (1,33) no returno.
Comparação 1º e 2º turnos do Bahia
A classificação para a Libertadores foi alcançada na última rodada, mas porque o desempenho diminuiu no returno: 39% de aproveitamento (6 V, 4 E, 9 D), 13º desempenho, contra 54% no turno (9 V, 4 E, 6 D), sétima performance. Foi no ataque que o desempenho diminuiu mais acentuadamente, com 28 gols marcados na primeira metade do campeonato (1,47) e 21 no segundo turno (1,11). Isso fez diferença, principalmente quando se sabe que no primeiro turno a equipe não levou gol em quatro jogos, e no segundo turno, em seis.
Foi a eficiência, não a produtividade ofensiva, que diminuiu e comprometeu a campanha na segunda metade do campeonato. Nos primeiros 19 jogos, dez 235 finalizações; nos últimos 19, foram 242. A grande diferença é que no turno precisou de 8,4 arremates para cada gol feito, terceira melhor eficiência ofensiva; no returno essa marca caiu para um gol a cada 11,5 tentativas, 12ª marca, uma queda no desempenho de 37%.
Essa queda na eficiência é curiosa porque, teoricamente, o Bahia tomou uma decisão acertada no returno: passou a finalizar menor de fora da área, de onde é mais difícil fazer um gol. Como nas duas metades do campeonato fez mais ou menos o mesmo número de finalizações (235 x 242), é significativo que tenha feito no returno 20 finalizações a mais de dentro da área. Só que no turno fez um gol a cada 6,4 arremates de dentro da área, e no segundo turno, um gol a cada 9,6, uma queda de 50% na eficiência ofensiva. Quase custou a vaga na Libertadores.
Comparação 1º e 2º turnos do Botafogo
Campeão do primeiro e do segundo turno, o Botafogo aumentou sua produtividade ofensiva na segunda metade do campeonato. Se por um lado viu despencar sua eficiência no ataque, por outro, melhorou seu desempenho defensivo. No primeiro turno, fez 222 finalizações (média 11,7), 14ª marca, e no returno fez 324 arremates (17,1), maior marca. Só que em 222 tentativas, fez 31 gols, um a cada 7,16, maior eficiência do turno. E no returno, as 324 finalizações viraram 27 gols, um a cada 12,0 tentativas, apenas a 14ª eficiência.
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Estar mais presente no ataque teve impacto positivo na defesa: no turno não sofreu gol em oito jogos (42%), segunda melhor marca, e no returno, não levou gol em dez partidas (53%), melhor desempenho. Teve a segunda melhor defesa (16 gols sofridos, com média 0,84) no turno e o melhor desempenho defensivo no returno (13 gols sofridos, média 0,68).
A melhora no desempenho defensivo se deu de duas formas: no returno, a equipe sofreu menos finalizações (220 x 200) e aumentou sua resistência a pressões, com um gol sofrido a cada 13,8 conclusões contrárias, segunda maior marca do turno, e a cada 15,4 conclusões contrárias no returno, maior resistência defensiva do returno.
Comparação 1º e 2º turnos do Bragantino
Sua permanência na Série A esteve ameaçada até o último jogo porque perdeu desempenho na segunda metade do campeonato. O Bragantino teve dois jogos do turno disputados no meio do returno, mas os dados são contados cada um em seu turno de origem.
No primeiro turno, fez 26 pontos, 11ª campanha (7 V, 5 E 7 D, 46% de aproveitamento), e no returno conseguiu apenas 18, quinto pior desempenho (3 V, 9 E, 7 D, 32%).
Com desempenho ruim como visitante em toda a competição, no máximo a sétima pior marca (20% de aproveitamento no turno e 26% no returno), o Bragantino se estabilizou na primeira metade do campeonato por se impor em casa, com 74% de aproveitamento de pontos (6 V, 2 E, 1 D), o quarto melhor ataque (1,67). No returno, seu aproveitamento em casa caiu para 37% (2 V, 5 E, 3 D), com o 13º desempenho ofensivo caseiro (1,20).
Comparação 1º e 2º turnos do Corinthians
Em grande parte devido à melhora na eficiência ofensiva, conquistou o praticante o dobro de pontos no returno em comparação com o primeiro turno (19 x 37). Foram quatro vitórias no turno, o sexto pior aproveitamento de de pontos 33%; e 11 vitórias no returno, aproveitamento de 65%, o segundo melhor.
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Sofreu 20% menos gols no returno (25 x 20), mas foi o ataque que empurrou a equipe em sua arrancada rumo à Libertadores. Fez 17 gols na primeira metade do campeonato e 37 na segunda metade, mais que o dobro. Da segunda pior eficiência ofensiva do turno, um gol a cada 14,6 tentativas com 248 finalizações no turno, passou à segunda maior eficiência do returno, um gol a cada 7,6 arremates para 280 finalizações. Finalizou 13% mais, com praticamente o dobro da eficiência.
Outros números indicam o aumento da intensidade ofensiva no ataque: um pênalti a favor no turno e cinco no returno; 21 finalizações em contra-ataques e dois gols no primeiro turno e 44 dessas finalizações no returno e sete gols (ambas as maiores marcas do returno).
Comparação 1º e 2º turnos do Criciúma
Acabou rebaixado quando o ataque não conseguiu mais compensar as limitações defensivas da equipe. No turno, teve o quarto pior desempenho defensivo, com 28 gols sofridos (1,47), mas o ataque fez 27, quinta melhor marca da competição (1,42). Apesar do saldo negativo, foi suficiente para conseguir a 13ª campanha (6 V, 6 E, 7 D, 42%).
Na segunda metade do campeonato, o defesa teve o segundo pior desempenho, 33 gols sofridos (1,74) e o desempenho do ataque caiu para a sexta pior marca, 15 gols marcados (0,79). Com isso, acabou o returno com o terceiro pior desempenho (3 V, 5 E, 11 D, 25%)
O desafio era imenso porque no primeiro turno, o Criciúma surpreendia com o segundo melhor ataque visitante, com 14 gols marcados (1,56). No returno, só conseguiu seis gols quando visitante (0,60), terceira pior marca. Com seu ponto forte neutralizado, não conseguiu se manter na Série A.
Comparação 1º e 2º turnos do Cruzeiro
Faltaram dois pontos para conquistar a vaga na Libertadores. E foi deixar de se impor como mandante implacável no segundo turno que o Cruzeiro teve de se contentar com a vaga na Sul-Americana. No turno, o Cruzeiro foi o melhor mandante do Brasileirão, com oito vitórias e um empate (93%), sendo que esse empate já ocorreu no meio do segundo tempo, devido ao adiamento do jogo contra o Internacional, devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Com uma sólida organização no turno, em casa marcou 19 gols (2,11 por jogo), melhor marca caseira, e sofreu apenas cinco (0,56), segunda melhor marca. Foram oito vitórias consecutivas, até receber o Fortaleza, que venceu por 2 a 1 na rodada 21. Após essa primeira derrota, foram dois empates, uma vitória e mais uma derrota em casa, e o técnico Fernando Seabra foi demitido.
A equipe se desestabilizou, só venceu mais uma partida em seis como mandante e desempenho de 93% no turno virou 33% no returno (2 V, 4 E, 4 D), o quarto pior. A eficiência do melhor ataque caseiro do turno caiu praticamente pela metade, com um gol a cada 13,5 tentativas.
Comparação 1º e 2º turnos do Cuiabá
Rebaixado para a Série B, sofreu desde a primeira rodada: além da goleada por 4 a 0 contra o Athletico-PR na estreia, só foi conseguir fazer um gol em seu sétimo jogo, curiosamente contra o também rebaixado Criciúma (5 a 2 fora de casa).
As dificuldades foram tamanhas que o aproveitamento de pontos como visitante (3 V, 2 E, 4 D, 41%) foi maior do que como mandante (1 V, 4 E, 5 D, 23%). Só o também rebaixado Atlético-GO algo parecido na primeira metade do campeonato.
O returno foi ainda mais difícil, com a pior campanha caseira (2 V, 1 E, 6 D, 26%) e não conseguiu se manter como um visitante competitivo (0 V, 5 E, 5 D, 17%), terceiro pior desempenho forasteiro.
Comparação 1º e 2º turnos do Flamengo
Enquanto Pedro esteve disponível, o Flamengo foi competitivo, com o melhor ataque (33 gols marcados, média 1,74) e a quinta melhor defesa (20 gols sofridos, 1,05), conquistando a segunda melhor campanha do turno (11 V, 4 E, 3 D, 69% porque quando o jogo contra o Internacional (1 a 1 fora) foi disputado, Pedro já tinha lesionado o joelho.
Com a lesão de Pedro, o rendimento da equipe caiu, e o técnico Tite foi demitido após a eliminação na Libertadores, deixando a equipe na quarta colocação do Brasileirão. Melhor visitante do turno (5 V, 4 E, 1 D, 63%), terminou o returno com a quinta campanha forasteira (4 V, 1 E, 4 D, 48%).
Foi exatamente fora de casa que faltou força ofensiva. Fez 136 conclusões no turno (13,6), com a segunda maior eficiência forasteira, um gol a cada 7,2 tentativas. No returno, o número de finalizações caiu para 111 (12,3), com a sétima eficiência, um gol a cada 9,3. De 19 gols fora de casa no primeiro turno (1,9) fez 12 no segundo (1,33). Restou a classificação à Libertadores.
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Comparação 1º e 2º turnos do Fluminense
O ataque continuou desempenhando mal no returno, mas a força defensiva manteve o Fluminense na Série A do Brasileirão. No returno, não sofreu gol em 10 dos 19 jogos (53%), melhor desempenho defensivo da segunda metade do campeonato. Foram 15 gols sofridos (média 0,79), segunda melhor marca do returno, contra 24 no primeiro turno (1,26), 12º desempenho.
No primeiro turno, o Fluminense permitiu 268 finalizações aos adversários (14,1), quarta pior marca, que viraram 24 gols, um a cada 11,2, oitava resistência. No returno, conseguiu baixar essa marca para 220 finalizações (-18%), quinta menor marca, e aumentar sua resistência: sofreu 15 gols, um a cada 14,7 conclusões contrárias, segunda melhor marca do returno
O desempenho defensivo foi fundamental porque a equipe não conseguiu desempenho satisfatório no ataque. No primeiro turno conseguiu 202 finalizações (10,6), terceira menor marca, com a terceira pior eficiência, um gol a cada 14,4 tentativas, terceira pior marca. No returno, foram 227 arremates (11,9), 14ª marca, e a sexta pior eficiência, um gol a cada 12,6. O tempo todo finalizou pouco e mal. A defesa salvou.
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Comparação 1º e 2º turnos do Fortaleza
Acabou o Brasileirão como o único mandante que não perdeu. A consistência foi sua marca porque no turno, Cruzeiro (93%) e Botafogo (81%) tiveram melhor desempenho mandante, enquanto o Fortaleza foi o terceiro (80%), mas no returno, o Botafogo teve a quinta campanha caseira (63%), e o Cruzeiro (33%), a quarta pior, enquanto o Fortaleza foi o melhor mandante (85%).
Essa consistência foi alcançada melhorando tanto o ataque (24 gols no turno e 29 no returno) quando n defesa (20 x 19). Não sofreu gol em cinco jogos no turno e em oito no returno. Em relação ao ataque, passou a atacar menos, mas com total eficácia: no turno fez 230 finalizações (12,1) com a nona eficiência, um gol a cada 10,5 tentativas. No returno, fez 203 finalizações (10,7), terceira menor marca, mas com a maior eficácia, um gol a cada 7,0 conclusões.
Ao longo de toda a competição, o Fortaleza teve a quarta menor posse de bola (44,7%), mas como seu desempenho indica, não era um problema, muito pelo contrário. Nas duas metades do campeonato, o Fortaleza foi a equipe com mais gols em contra-ataques: foram seis no turno e sete no returno, com 36 finalizações do turno contra 34 no returno. Outro indicador ajuda a entender por que houve menos finalizações no returno: adversários do Fortaleza receberam 13 cartões na metade inicial da competição, 11ª marca, e o dobro na segunda metade, 26, a maior marca do returno. Isso só em relação às faltas que mereceram cartões. No futebol, receber cartões compensa.
Comparação 1º e 2º turnos do Grêmio
Seria desumano fazer uma análise do desempenho Grêmio sem considerar as enchentes que destruíram o Rio Grande do Sul, logo após a quarta rodada do Brasileirão. Se manter na Série A foi uma façanha. Também é verdade que até a quarta rodada, havia vencido dois jogos em casa (contra os agora rebaixados Athletico-PR e Cuiabá) e perdido os dois jogos fora (Vasco e Bahia). Infelizmente, não existe a realidade em que a equipe teve paz de espírito para jogar: no turno, teve a terceira pior campanha (4 V, 3 E, 12 D, 26%); no returno, o oitavo desempenho (8 V, 6 E, 5 D, 53%).
Os jogos das rodadas 5 e 6 foram disputados apenas no meio do segundo turno, mas são considerados pela tabela oficial. No primeiro turno, quando as pressões pelos desastres eram maiores, o Grêmio teve apenas o terceiro pior ataque, com 16 gols (0,84) e a sexta pior defesa, 26 gols sofridos (1,37). No ataque, foi o quarto time que menos finalizou (215 vezes, média 11,3), quarta menor marca, com a quinta pior eficiência, um gol a cada 13,4 chances. Produziu pouco e concluiu mal.
No returno, a equipe continuou produzindo pouco (210 finalizações, média 11,1), quinta menor marca, mas alcançou a terceira maior eficiência ofensiva, com um gol a cada 8,1 chances. Defensivamente, as pressões aumentaram no returno, mas a equipe conseguiu suportá-las. No turno, teve a quarta menor resistência defensiva, um gol sofrido a cada 9,1 conclusões contrárias, sofrendo 237 finalizações (12,5 por partida), 11ª marca. No returno, foi o time que mais permitiu finalizações de adversários (320 conclusões sofridas, 16,8), mas com a quarta maior resistência defensiva, um gol sofrido a cada 13,3. Foi suficiente.
Comparação 1º e 2º turnos do Internacional
As enchentes no Rio Grande do Sul destruíram seu estádio, o Beira-Rio, as dores das tragédias climáticas não podem ser esquecidas, mas como conseguiu se manter competitivo, seu primeiro turno foi ainda mais complexo porque além das rodadas 5 e 6, teve também adiados os jogos das rodadas 16, 17 e 19 devido aos adiamentos de jogos da Copa do Brasil e pela disputa da repescagem da Sul-Americana. Em retrospectiva, é incrível que tenham conseguido lidar em alta performance com tantas variáveis.
A força defensiva manteve a equipe competitiva: nas duas metades do campeonato foi a terceira equipe que menos gols sofreu: 17 no turno (0,89) e 19 no returno (1,0). O posicionamento defensivo criou um bloco quase intransponível: no turno, foi a quarta equipe que menos finalizações permitiu aos adversários (207 com média 10,9) e ainda a quinta maior resistência, um gol sofrido a cada 12,2 conclusões contrárias. No returno, a resistência caiu, sofreu um gol a cada 8,8 conclusões contrárias, quinta menor marca, o que não se tornou um problema maior porque o Internacional foi o time que menos sofreu finalizações (167 com média 8,8).
A busca pelo ataque não acompanhava a performance defensiva e decidiu-se pela troca do técnico Eduardo Coudet por Roger Machado. Quando Coudet saiu, após a rodada #15, o Internacional havia disputado 13 jogos. Desconsiderando as rodadas 5 e 6 de todos os times, o Inter teve com Coudet o nono desempenho (5 V, 4 E, 4 D, 49%, com a segunda melhor defesa (0,85), mas com o quinto pior ataque (0,92), com a segunda pior eficiência, um gol a cada 13,3 chances. No returno, o Internacional teve o segundo melhor ataque (1,79), com a quarta maior eficiência, um gol a cada 8,2 tentativas, e a terceira melhor defesa (1,00).
Comparação 1º e 2º turnos do Juventude
Na instabilidade, o Juventude construiu sua estabilidade. Menos, mas também afetado pelas tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, o Juventude alcançou seu objetivo de se manter na Série A conquistando pontos em casa. Quando o técnico Roger Machado se demitiu para assumir o Internacional, após a rodada 17, mas com 15 jogos disputados devido a adiamentos, o time estava invicto em casa (5 V, 3 E, 0 D, 75%) e não tinha vencido como visitante (0 V, 2 E, 5 D, 10%).
O Juventude fechou o turno com o sétimo aproveitamento caseiro (5 V, 4 E, 0 D, 70%), mas não conseguiu sustentar: no returno o aproveitamento de 37% foi o quinto menor (3 V, 2 E, 5 D). De melhor defesa mandante (0,44), caiu para a pior (2,00). Precisou recuperar fora de casa. No turno foi o segundo pior visitante (0 V, 3 E, 7 D, 10%) e sob o comando de Jair Ventura, só venceu uma partida fora de casa em nove. Nova troca de técnico, e sob o comando de Fábio Mathias o Juventude empatou um e venceu dois de três jogos fora de casa. Mesmo perdendo em casa na última rodada, permaneceu na Série A por três pontos.
A equipe precisou ser cirúrgica fora de casa porque a produtividade ofensiva caiu no returno (de 111 finalizações para 92, médias 11,1 x 10,2), mas a eficiência melhor muito, de um gol a cada 15,9 tentativas, 14ª marca do turno, para um gol a cada 6,6 chances, a melhor eficiência visitante da segunda metade do campeonato.
Comparação 1º e 2º turnos do Palmeiras
As entrevistas coletivas do técnico Abel Ferreira ficaram um pouco repetitivas, mas foi porque não conseguiu resolver o problema: tanto no turno quanto no returno, a produtividade ofensiva foi imensa: a maior do turno (328 com média 17,3) e a segunda maior do returno (309 com média 16,3). A eficiência, no entanto, deixou a desejar: foi apenas a 14ª no turno (um gol a cada 12,6 chances) e a nona no returno (um gol a cada 9,7).
O Palmeiras teve a melhor defesa do turno, com 14 gols sofridos e média 0,74, e a terceira melhor do returno (19 gols e média 1,00). Teve a maior resistência defensiva da primeira metade do campeonato, um gol sofrido a cada 15,6 tentativas, com a sexta média de finalizações sofridas (11,5). No returno, a resistência caiu para um gol sofrido a cada 10,74, mas o número de finalizações também diminuiu, para 10,7 finalizações sofridas por jogo (média de um gol sofrido por partida).
Com a segunda melhor defesa do Brasileirão (33 gols sofridos contra 26 do Botafogo) e a maior produtividade ofensiva, é incrível que o Palmeiras tenha ficado seis pontos atrás do Botafogo na classificação final. Por isso Abel Ferreira insistia tanto sobre eficiência. A equipe tentou: no returno finalizou mais (162 x 175) e com maior influência (49,4% x 56,6%) de dentro da área, de onde é menos difícil fazer um gol. Não foi o suficiente na busca do inédito tricampeonato.
Comparação 1º e 2º turnos do São Paulo
Em um esporte tão emotivo, o São Paulo conquistou sua classificação à Libertadores com certa calma. Equipe de maior posse de bola do campeonato (56,5%), no primeiro turno foi apenas o décimo no ranking de finalizações (237 média 12,5) e o quarto que menos finalizou no returno (206 com média 10,8). A falta de pressa na construção se transformou na quarta maior eficiência ofensiva no turno, um gol a cada 8,8 conclusões, e a quinta no returno, um gol a cada 8,6.
A campanha só não foi melhor porque caiu no returno a eficiência fora de casa. Quando atuou como mandante, o São Paulo conseguiu no turno um gol a cada 8,5 tentativas, quinta maior eficiência, e no returno fez um gol a cada 7,1 chances, terceira maior. Quando visitante, já não foi assim: no turno conseguiu um gol a cada 9,2 gols, sexta marca, e no returno, um gol a cada 11,1 tentativas, 13ª marca.
Como era o time que mais ficava com a bola, sobrava pouco tempo para os adversário irem ao ataque e, assim, no primeiro turno o São Paulo foi o time que menos sofreu finalizações (195 com média 10,3) e foi o quinto menos atacado (228 conclusões contrárias com média 12,0). Só não foi ainda melhor porque a resistência defensiva foi relativamente baixa: no turno, a sexta que menos resistiu, com um gol sofrido a cada 9,8 conclusões contrárias, e no returno a 11ª resistência, um gol sofrido a cada 9,9 conclusões contrárias.
Comparação 1º e 2º turnos do Vasco
Um ano conturbado, presidente novo, destituição da controladora da SAF, três técnicos já em junho e houve quem olhou para o Vasco e viu uma bomba relógio, mas em campo o time esteve mais para um reloginho: 26 pontos no primeiro turno, 24 no segundo; 21 gols marcados no turno, 22 no returno; 28 gols sofridos em cada metade do campeonato, e a equipe acabou na décima colocação geral.
Diferencial da equipe no turno foi a busca de finalizar o máximo possível de dentro da área: percentualmente, foi a equipe que mais fez isso, com 62% das conclusões sendo feitas de onde é menos difícil de marcar. Foram 136 conclusões de dentro da área, que resultaram em 20 gols, um a cada 8,0 tentativas.
No returno, foram 56% das conclusões de dentro da área, o que já foi suficiente para colocar a equipe na décima colocação dessse ranking: as 112 conclusões viraram 22 gols, um a cada 5,6. diminuiu a quantidade, aumentou a qualidade.
Comparação 1º e 2º turnos do Vitória
O turno foi desafiador para o Vitória, que levou nove jogos para conseguir uma vitória, com cinco derrotas que derrubaram o técnico Léo Condé eu não deram o mesmo destino a Thiago Carpini por convicção: em seus 14 primeiros jogos pelo Brasileirão, o Vitória venceu quatro e perdeu oito. Quando o turno acabou, o Vitória tinha a terceira pior campanha, com aproveitamento de 26% (4 V, 2 E, 12 D).
Carpini ficou e no returno conseguiu conquistar 56% dos pontos (9 V, 5 E, 5 D). A defesa, que teve o pior desempenho do turno (32 gols sofridos, média 1,68) foi a sexta melhor do returno (20 gols sofridos, média 1,05).
No turno não sofreu gol em duas partidas; no returno, em sete, quarta melhor marca. O que foi a menor resistência defensiva no turno, um gol sofrido a cada 7,9 conclusões contrárias, se tornou a quinta maior no returno, um gol sofrido a cada 13,0 conclusões contrárias.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Igor Mattos, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti.
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