“Culpa da Enel”, “cadê o prefeito”: porquê Nunes e Boulos usam o apagão
São Paulo — O temporal que atingiu segmento do estado de São Paulo noite dessa sexta-feira (11/10) e que chegou a provocar interrupção do fornecimento de vontade em mais de 2 milhões de imóveis atendidos pela Enel foi politicamente explorado nas redes sociais dos dois candidatos ao segundo vez das eleições para a Prefeitura da capital. O deputado federalista Guilherme Boulos (PSol) usou os problemas provocados pela falta de luz e quedas de árvores para questionar a gestão de Ricardo Nunes (MDB). O prefeito, por sua vez, voltou suas críticas à distribuidora de vontade.
Boulos começou a publicar vídeos no Instagram ainda na noite de sexta. O candidato mora no Campo Limpo, na zona sul da cidade, uma das áreas mais afetadas pela falta de vontade. “Bom dia, 12 horas sem vontade”, dizia ele em uma postagem feita de sua residência.
“Descaso completo, essa é a situação de uma cidade que ao mesmo tempo não tem prefeito e tem uma companhia elétrica que, a gente já sabe, é uma tragédia”, criticou. Boulos fez uma sequência de Stories em que visitou locais afetados por quedas de árvores.
No Morro da Lua, comunidade na zona sul, conversou com uma moradora que reclamava da falta de poda e golpe de árvores por segmento da prefeitura. “Apararam dois galhos e foram embora dois anos detrás”, disse a mulher. Depois, na Comunidade do Mangue, na zona leste, Boulos visitou uma mansão parcialmente destruída pela queda de uma árvore.
“O prefeito de São Paulo precisa assumir a sua responsabilidade”, dizia o candidato, que compartilhou vídeos de outros moradores afetados que usavam a hashtag “cadê o prefeito”.
“Culpa da Enel”
Nunes, por sua vez, começou as postagens na noite de sexta-feira enfatizando o trabalho de equipes da prefeitura nas ruas e mudou o tom já na madrugada deste sábado (12/10), responsabilizando a Enel pelo caos na cidade.
O candidato a reeleição fez publicações mostrando locais onde funcionários da Resguardo Social atuavam na remoção de árvores e galhos caídos. “Paciência, né, pessoal, esses ventos muito fortes acabaram derrubando árvores, gerando problema, mas estamos cá com toda a equipe”, disse em um vídeo.
Ele também citou a compra de caminhões para a Resguardo Social, que estavam contribuindo para os trabalhos que classificou porquê uma “pronta-resposta” da prefeitura.
Um comitê de crise foi montado na meão de monitoramento da cidade, chamada de SmartSampa. De lá, Nunes postou vídeos em que mostrava a ação de equipes da prefeitura em tempo real. “Da nossa segmento tudo ok, só aguardando a Enel”.
“A Enel está dando problema novamente”, disse em outro vídeo. O prefeito explicava, nas postagens, que a prefeitura dependia da presença de funcionários da empresa, seja para desenergizar a rede e permitir a retirada de galhos, seja para retomar o fornecimento de vontade.
Sobre os semáforos sem funcionar na cidade, disse: “118 apagados por fala de vontade, culpa da Enel e não da prefeitura”.
“Mais uma vez, a Enel dando problema para a nossa cidade”, reclamou Nunes, que também jogou a responsabilidade para o governo federalista do PT, que apoia a placa de Boulos, lembrando que a “Enel é licença, regulação, fiscalização do governo federalista”.
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