Exportação subida traz inflação de iguaria – 30/09/2024 – Vaivém
Embora ainda em ritmo reles, a pressão dos produtos agropecuários retorna à inflação. Depois uma deflação de 0,29% em agosto, os provisões terminam setembro com subida para os consumidores.
Em São Paulo, o aumento deverá superar 0,3%, com base nos dados mais recentes da Fipe (Instalação Instituto de Pesquisas Econômicas). Entre as 15 principais elevações de preços no mês, 10 são de produtos vindos do campo.
A subida dos preços não ocorre por um propagação de demanda interna, mas por uma aceleração das exportações. O mercado internacional, embora tenha uma tendência universal de baixa dos produtos agrícolas, mantém alguns preços em patamar proeminente, uma vez que o do moca.
A proteína bicho, com as exportações recordes, voltou a subir no mercado interno. A mais pressionada é a músculos bovina, cujas vendas externas devem superar 200 milénio toneladas em setembro. Os dados serão divulgados na sexta-feira (4) pela Secex (Secretaria de Transacção Exterior).
Com a demanda externa aquecida, a arroba de boi gordo está sendo negociada a R$ 274, com subida de 14% em setembro, segundo o Cepea (Meio de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A demanda externa puxa os preços internos.
Em setembro, um dos cortes mais procurados, o contrafilé, teve reajuste de 6% até a terceira quadrissemana do mês, segundo a Fipe. As exportações dão sustentação também aos preços do frango e da músculos suína.
O moca é um dos produtos com maior peso na inflação dos provisões em setembro, com subida de 5% nos supermercados, segundo a Fipe. Os preços não devem ter conforto nos próximos meses, devido aos efeitos do clima no Brasil e no Vietnã.
A antecipação de compra de moca pelas empresas europeias, devido às incertezas geradas pela lei antidesmatamento, também pressiona os preços.
O arroz mantém valores elevados, com a saca próxima a R$ 120 no Rio Grande do Sul. Um conforto no mercado internacional poderá vir da Índia, que retirou as taxas sobre as vendas externas do arroz branco.
A pressão nos preços internos do cereal, no entanto, continua nesta entressafra, que vai até o início do próximo ano. Para o próximo, a maior oferta de resultado da Ásia e dos países da América do Sul deve acomodar os preços internacionais.
O plantio do cereal está vertiginoso nos países vizinhos, uma vez que Paraguai, Argentina e Uruguai. No Rio Grande do Sul, atinge 20%. A previsão de produção é boa na região, mas vai depender do clima.
Os preços de segmento dos produtos agropecuários recebidos pelos produtores em setembro estão melhores do que os de agosto. Isso ocorre em um período de custos menores do que os que vinham sendo registrados no ano pretérito.
O trigo é exceção neste período de colheita no Brasil. A demanda pátrio pelo resultado extrínseco cresce, mas a pelo interno continua limitada. Com isso, o cereal caiu 3% no mês.
Soja e milho, duas das commodities mais comercializadas internacionalmente, têm os preços influenciados pelo mercado financeiro e pelo clima. Os fundos de investimentos, com a queda dos juros americanos, voltaram às compras, o que fez o preço de Chicago subir, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.
O clima incerto no Brasil nesta quadra de plantio também serviu de gatilho para a opção de compra dos fundos. Já as safras de soja e de milho vão muito nos Estados Unidos, embora tenham problemas pontuais.
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