Gorgomilos do Diabo: porquê é o sítio onde navio com 7 pessoas naufragou
Um navio com sete pessoas a bordo naufragou em São Vicente, litoral paulista, enquanto atravessava a região conhecida porquê Gorgomilos do Diabo, no último domingo (29).
Cinco pessoas foram resgatadas pelo Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) e pela Marinha, mas duas ainda seguiam desaparecidas, conforme as autoridades.
A Gorgomilos do Diabo se caracteriza por ser uma espécie de sulco, um estreitamento na ingresso da Baía de São Vicente que acaba contribuindo para uma maior desordem das marés neste espaço. Com isso, o sítio sofre com a influência de correntezas que vêm do sul e que avançam sobre a baía com força, além de ondas elevadas que acabam sendo formadas pelo excesso de deposição de sedimentos nesta superfície.
Pedro Felipe Costa Pedroza Martins, 1º Tenente da Polícia Militar e porta-voz do GBMar, explicou que a Gorgomilos do Diabo está posicionada entre a Ilhéu Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí, funcionando porquê ingresso para a Baía de São Vicente, e sendo o chegada aos locais porquê praia do Gonzaguinha e à Ponte Pênsil.
“Pelo veste de ter ali um gargalo, as correntes são muito fortes, tanto de enchentes porquê de vazantes.”, diz Martins.
O tenente afirma que o sítio tem partes rasas, o que favorece também o surgimento de ondas de alturas elevadas, que podem atingir uma profundeza de até 4 metros. No momento que os bombeiros receberam o chamado para atender a ocorrência, a profundeza das ondas era de 1,5 metro, afirma Martins. “É uma profundeza considerável e facilmente capaz de virar uma embarcação”.
“Por ser uma região costeira e o fundo ter pedras e partes rasas, as ondas, conforme vêm do mar, ao se aproximarem, ganham uma altitude muito grande. Isso é até atrativo para a prática do tow-in, que são surfistas rebocados por jet ski”, diz o tenente. “Logo, dependendo de porquê está o mar, as ondas podem atingir a profundeza de 2 metros, 3 metros, até 4 metros, na Gorgomilos do Diabo”.
O biólogo e pesquisador Fábio Sanches, pós-doutorando no Laboratório de Ecologia e Conservac¸a~o Marinha (LABECMar) da Universidade Federalista de São Paulo (Unifesp), explica que a região possui uma geomorfologia e uma hidrodinâmica – caracterizada pela ingresso do estuário, sítio de transição entre o rio de chuva guloseima e o mar de chuva salgada – que favorecem a uma mudança nas bancadas de areia.
“Algumas áreas geralmente são mais rasas, onde tem mais deposição, e outras mais profundas”, diz sobre a Gorgomilos do Diabo.
“No sítio onde é a Gorgomilos (do Diabo), existe uma bancada de areia mais rasa, muito provavelmente por conta da presença da Ilhéu Porchat, que é importante neste sentido. Logo, com a maré mais baixa, a bancada fica ainda mais rasa, e quando acontece uma ondulação de sul, as ondas costumam permanecer maiores e quebrar com mais frequência”, explica Sanches.
“Já mais para dentro da Baía, está localizada a Porta do Sol, que é outro pico de vaga. A teoria é semelhante, com a presença de uma bancada mais rasa. Mas, neste caso, só muda um pouco a direção da ondulação, por ser mais confortado”, acrescenta o pesquisador.
Os perigos e os riscos que esta região pode suscitar contribuíram para a epíteto da região, diz o Tenente Pedro Felipe Costa Pedroza Martins, do GBMar. “O nome Gorgomilos do Diabo se dá por conta dessas condições. A navegação é difícil e o chegada à Baía de São Vicente exige algumas peculiaridades. Não é uma navegação simples de ser feita.”
Paquete naufraga com sete pessoas
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 19h18 por moradores de São Vicente em seguida uma embarcação de pequeno porte, com sete pessoas, ter afundado, entre a Ilhéu Porchat e a Praia de Paranapuã, próximo à superfície conhecida porquê ‘Gorgomilos do Diabo’.
Cinco pessoas foram resgatadas nas duas primeiras horas em seguida o naufrágio, segundo os bombeiros. Elas receberam atendimento do Serviço de Atendimento Traste de Urgência (Samu) e quatro delas foram levadas ao Pronto Socorro Mediano de São Vicente e já receberam subida. A quinta pessoa resgatada dispensou atendimento médico.
Na manhã desta terça-feira (1), as buscas pelos desaparecidos foram retomadas pelo efetivo da Estação de Bombeiros Guarda Vidas de São Vicente. Segundo o GBMar, os sobreviventes relataram serem duas mulheres que se desgarraram do grupo no momento do naufrágio. Não se sabe se elas estavam usando coletes salva-vidas.
A Marinha do Brasil (MB) informou que a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) tomou conhecimento da ocorrência na noite deste domingo e que enviou uma equipe ao sítio para conduzir as buscas junto com o Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo.
Um questionário administrativo foi instaurado a término de investigar as possíveis causas e responsabilidades. “Cabe ressaltar que não houve registro de poluição hídrica resultante do naufrágio da embarcação”, diz a nota da Marinha.
Os registros da ocorrência também serão encaminhados para a Polícia Social, que investigará as causas do acidente.
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