Golpistas usaram servidor no exterior e celular estrangeiro, diz PF
“O material apresentando falsas vulnerabilidades nas urnas eletrônicas produzidas antes de 2020, foi elaborado pelo grupo, inclusive com o auxílio do que Mauro Cid chamou de ‘nosso pessoal’, se referindo a especialistas na área de informática (inclusive hackers)”, diz o relatório da PF.
“Seguindo a estratégia de difusão por multicanais, os investigados repassaram o conteúdo para o argentino Fernando Cerimedo, que disseminou o material falso em uma live realizada no dia 04/11/2022. O conteúdo da live foi resumido e propagado por vários integrantes da organização, inclusive por militares”, aponta o inquérito.
“Em seguida, visando burlar as ordens judiciais de bloqueio, os investigados disponibilizaram o conteúdo em servidores localizados fora do país”, revelou a PF. “O intuito da divulgação era manter mobilizados os manifestantes contrários ao resultado das urnas na eleição presidencial de 2022”, disse. Para a PF, a meta era “criar uma atmosfera de indignação e revolta popular”.
O uso de servidores no exterior foi primeiro revelado pelo portal Vero Notícias, que explicou como Cid teria enviado dados sigilosos a um servidor nos EUA, por ordem de Bolsonaro.
No documento, a PF afirma que “identificou-se ainda que o mesmo conteúdo também estava contido no documento nominado ‘bolsonaro min defesa 06.11-semifinaldocx’, endereçado ao General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então Ministro da Defesa e encaminhado por Cid ao General Braga Netto, por WhatsApp”.
De acordo com a PF, o tenente-coronel Marques de Almeida, então lotado no Comando de Operações Terrestres do Exército (COTER), dentro da divisão de tarefas estabelecida pelos investigados, “atuou deliberadamente para burlar a ordem judicial de bloqueio do conteúdo falso sobre o sistema eleitoral brasileiro, disponibilizando o material produzido por Cerimedo em servidores localizados fora do país”.
Publicar comentário