Hamilton se despede da Mercedes com pior colocação da carreira
Heptacampeão encerrou era vitoriosa na equipe com a sétima posição no campeonato de pilotos. Lewis também igualou sua marca negativa de pódios conquistados em um ano Lewis Hamilton ganha homenagem da Mercedes antes de se despedir da equipe
Foram 12 temporadas, seis títulos mundiais e 84 vitórias de Lewis Hamilton com o carro da Mercedes. Um casamento quase perfeito, mas que acabou de forma melancólica: em 2024, o inglês somou 223 pontos e terminou na sétima colocação no campeonato de pilotos antes de rumar para a Ferrari, casa do heptacampeão em 2025. Foi o pior desempenho dele desde que começou a competir na Fórmula 1, em 2007.
Lewis Hamilton no GP de Abu Dhabi da F1 em 2024
Peter Fox – Formula 1/Formula 1 via Getty Images
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Antes disso, seu pior registro havia sido o sexto lugar em 2022, na temporada seguinte ao traumático GP de Abu Dhabi de 2021 que deu o título a Max Verstappen na última volta. Naquele ano (assim como em 2024) a Mercedes não mostrou bom ritmo – o resultado final foi o terceiro lugar entre os construtores. Mesmo nos campeonatos em que não brigou por títulos com a McLaren, Hamilton tinha conseguido terminar ao menos na quinta posição geral.
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Ao lado de 2009 e 2013, este também foi o ano em que Hamilton menos subiu ao pódio: em 2024, foram apenas cinco vezes terminando no top 3. A diferença é que a atual temporada contou com 24 provas, o maior número da história. Foram apenas 17 em 2009, e 19 em 2013. Ou seja: a proporção de pódios em relação ao total de corridas foi menor neste ano. Veja abaixo como Hamilton terminou cada temporada:
Desempenho de Hamilton ano a ano
Nada de domínio
Nos últimos anos dirigindo as Flechas de Prata, o heptacampeão teve que lidar com o fato de que não tinha mais o melhor carro – posto que a princípio passou a ser da RBR. Em 2022, a Mercedes foi vice-campeã. Já em 2023, acabou perdendo o segundo lugar para a Ferrari e terminou na terceira colocação.
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Além do declínio da equipe alemã, a consumação ainda em fevereiro da ida de Hamilton para a Ferrari em 2025 deixou um ponto de interrogação no ar: teria Lewis motivação e carro para manter o nível das últimas temporadas? No início, o sete vezes campeão da F1 mostrou otimismo com o W15, carro que foi usado na atual temporada, e disse que o bólido tinha nível superior ao dos anos anteriores.
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Lewis Hamilton foi apenas nono colocado no GP do Japão da F1 2024
Clive Mason/Getty Images
No GP do Bahrein, abertura da temporada, Hamilton acabou no sétimo lugar, a 50 segundos do líder Max Verstappen. O resultado modesto não abalou Lewis, que, a princípio, mostrou confiança e falou sobre o processo de evolução da Mercedes.
Entretanto, as más exibições foram se somando. Com dois términos na nona posição (Arábia Saudita e Japão) e um abandono (Austrália), o inglês teve seu pior início de ano na carreira. Curiosamente, não foi nenhum desses resultados o que mais desagradou a Hamilton, mas sim o seu melhor no ano até então: o quarto lugar no Canadá. O piloto foi sincero e disse que a prova foi uma das “piores que teve” na vida.
Retomada da confiança
Apesar do descontentamento no Canadá, Lewis conseguiu encontrar sua melhor fase logo depois e foi ao pódio em quatro das cinco corridas seguintes. Além disso, encerrou um jejum de vitórias que já se arrastava por quase três temporadas ao ganhar em Silverstone: a última havia sido na Arábia Saudita, em 2021. Com o triunfo, tornou-se o recordista da pista, com nove provas ganhas.
Lewis Hamilton vence o GP da Inglaterra de F1 2024
Mark Thompson/Getty Images
A vitória em casa fez Hamilton desabafar sobre o jejum que viveu. Depois da prova, ele afirmou que até mesmo pensou em desistir da Fórmula 1. Emocionado, chegou a citar Rubens Barrichello ao perguntar a si mesmo o porquê de não chorar após ganhar corridas:
– Foi o final mais emocionante de uma corrida que já vivi. Sempre me perguntei por que nunca chorei! Você vê Rubens Barrichello, por exemplo, chorando e eu pensava: “Isso não acontece comigo”, mas foi muito forte. Depois de um 2021 tão difícil, estava apenas tentando seguir em frente, mas nós, como equipe, passamos por momentos delicados. Havia muitos pensamentos e dúvidas em minha mente ao longo do caminho, a ponto de, às vezes, eu querer não continuar – desabafou.
A boa sequência de Hamilton seguiria até o GP da Bélgica, o 14º da temporada. O inglês herdou a vitória na pista de Spa-Francorchamps após George Russell ter sido desclassificado.
Fim de ano melancólico
Depois da vitória de Hamilton na Bélgica, a Mercedes voltou a cair de rendimento. Lewis se mostrou frustrado e abatido na reta final de temporada e deu algumas declarações fortes nesse sentido.
Um dos percalços que afetaram Hamilton foi o mau desempenho em Interlagos. Lewis não conseguiu encontrar o equilíbrio do carro na chuva e terminou com apenas um ponto. No fim de semana que deveria ser especial por causa da belíssima homenagem a Ayrton Senna feita por ele, acabou pouco conformado e resumiu o fim de semana: “Uma b…”. Além disso, afirmou que pensou em deixar a Mercedes após a prova.
— Ontem foi terrível, hoje foi terrível. A classificação foi ruim, a sprint race foi ruim. Foi tudo ruim — resumiu o piloto britânico, com uma expressão que misturava decepção e constrangimento.
Lewis Hamilton no GP de São Paulo de Fórmula 1
Peter Fox/Formula 1 via Getty Images
Apesar de ter ficado com o segundo lugar na corrida noturna em Las Vegas, Hamilton desabafou outra vez durante o GP do Catar. Abalado após a sétima colocação na classificação sprint, disse que não se achava mais um piloto rápido.
Lewis ainda conseguiu terminar o ano em alta, com uma boa quarta colocação após sair de 16º em Abu Dhabi. Ainda assim, o panorama do ano não foi nada agradável: além da marca negativa, ficou atrás do companheiro de equipe George Russell, que conquistou 245 pontos e a sexta posição final, logo à frente do compatriota.
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