Hezbollah: a invasão de Israel no Líbano em 1982 que deu origem ao grupo
- Author, Julia Braun
- Role, Da BBC Brasil em Londres
Em pessoal, historiadores e analistas têm olhado para a ocupação por Israel no início da dez de 1980 porquê um momento importante para explicar o promanação da organização que é claro da operação israelense de 2024.
O surgimento do Hezbollah é associado às incursões israelenses no Líbano em 1978 e 1982, quando em meio a uma guerra social um grupo de muçulmanos xiitas influenciados pelo Irã pegou em armas para estancar a ocupação.
O governo iraniano e a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na {sigla} em inglês) do Irã forneceram financiamento e treinamento à milícia emergente, que passou a adotar o nome Hezbollah, “partido de Deus” em arábico.
Depois a retirada de Israel em 2000, o Hezbollah resistiu à pressão para se desarmar e continuou a se fortalecer, tornando-se a força militar mais poderosa da país arábico.
O grupo também ganhou gradualmente influência no sistema político do Líbano e tem hoje poder de veto no Executivo do país.
Guerra social libanesa
O tecido de fundo do surgimento do Hezbollah e da ocupação israelense foi a guerra social, que eclodiu em 1975 em meio a conflitos étnico-religiosos que ocorriam desde que a região estava sob controle do Predomínio Turco (séculos XIV-XX).
Mas muitos especialistas apontam o insatisfação latente em relação à grande presença armada palestina no sul país porquê o grande fator determinante na deflagração do conflito interno.
A ocupação israelense sobre a quase totalidade do território palestino obrigou um imenso passageiro populacional a buscar refúgio nos países vizinhos. Milhares de palestinos migraram para o sul do Líbano, onde passaram a viver em situação precária.
No contexto dos conflitos entre árabes e israelenses pela posse do território palestino, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, se instalou no sul do Líbano.
Os ataques palestinos e Israel se intensificaram durante a dez de 1970, com disputas na fronteira e ataques militares israelenses contra alvos no Líbano.
As várias facções que compunham a OLP naquele momento foram responsáveis por diversos ataques terroristas contra alvos israelenses e outros ao volta do mundo, entre eles o atentado que deixou 17 mortos durante as Olimpíadas de Munique em 1972.
Ao mesmo tempo, divisões sectárias, pré-existentes ao Estado libanês, acentuavam os conflitos.
Para tentar lastrar as divisões internas entre sunitas, xiitas, drusos e cristãos, o Pacto Vernáculo de 1943 distribuiu o poder público entre as diferentes comunidades religiosas.
De forma universal, a Presidência do país fica com cristãos maronitas, o primeiro-ministro é tradicionalmente um muçulmano sunita e a Presidência da Câmara dos Deputados é reservada a um muçulmano xiita.
Mas, segundo explica Haugbolle Sune, professor na Universidade Roskilde e responsável de livros e artigos sobre a guerra social no Líbano, questionamentos ao sistema e as disputas de privilégios e espaços políticos entre os grupos fomentaram a escalada do conflito armado.
Há um consenso entre os historiadores de que a guerra eclodiu porquê resultado de um período de crescente repartição entre os libaneses que apoiavam o “recta da resistência palestina de lançar ações contra Israel a partir do solo libanês e aqueles que se opunham a isso”, escreveu Sune em um cláusula de 2011 sobre o tema.
“Essa repartição se misturou a outros pontos de discordância, principalmente se o sistema de compartilhamento de poder em vigor desde o Pacto Vernáculo de 1943 era sustentável ou precisava de uma reforma radical, e se o Líbano deveria orientar suas alianças internacionais em direção ao mundo arábico e à União Soviética ou em direção ao Poente e seus aliados locais.”
As incursões israelenses
Em meio aos conflitos internos, as forças israelenses invadiram o sul do Líbano em 1978, e novamente em 1982, para expulsar os guerrilheiros palestinos que usavam a região porquê base para guerrear Israel.
Depois a primeira invasão, as forças israelenses conseguiram estabelecer uma zona de ocupação estreita que ia até o rio Litani, que corre pela região do Vale do Bekaa e outras áreas do sul libanês.
Naquele momento, o governo de Israel afirmou que a invasão era uma resposta a um ataque de um grupo palestino que sequestrou e matou 38 israelenses em uma estrada na região costeira israelense.
Em resposta, o Parecer de Segurança das Nações Unidas aprovou a Solução 425, que pedia a retirada imediata das forças israelenses. Também estabeleceu a Força Interina da ONU no Líbano (Unifil), que opera até hoje.
Na idade, os israelenses armaram e financiaram o Tropa do Sul do Líbano (SLA), constituído por cristãos libaneses. Grupos palestinos, enquanto isso, eram apoiados pela Síria.
Os atentados ligados à OLP continuaram nos anos seguintes, ainda que com menos intensidade e mortalidade do que alguns dos praticados durante a dez de 1970.
Em junho de 1982, um ataque no núcleo de Londres orientado por dois jordanianos e um iraquiano ligados ao extremista palestino Abu Nidal quase matou o emissário de Israel no Reino Uno, Shlomo Argov.
Os portanto primeiro-ministro e ministro da Resguardo israelenses, Menachem Begin e Ariel Sharon, retaliaram com a chamada Operação Tranquilidade para a Galileia.
E em 6 de junho de 1982, Israel invadiu o Líbano pela segunda vez, dessa vez em uma invasão de maior graduação, que chegou até Beirute.
A operação militar é hoje descrita por alguns especialistas porquê a mais desastrosa da história de Israel e apelidada de “Vietnã israelense”, em menção à invasão dos EUA ao país asiático.
Em meio à invasão, as forças israelenses sitiaram por sete semanas a segmento ocidental da capital libanesa, onde a OLP mantinha sua sede, cortando comida, chuva e vontade.
Os EUA, cada vez mais críticos aos ataques israelenses a alvos civis, intermediaram um entendimento a partir do qual os líderes da OLP e murado de 14 milénio combatentes deixaram o Líbano para a Tunísia em agosto e setembro de 1982.
Mas a situação ficou mais sátira depois que o recém-eleito presidente do Líbano e coligado de Israel, Bashir Gemayel, foi assassinado em um atentado com uma petardo em Beirute.
Logo posteriormente o pregão da morte de Gemayel, Begin e Sharon decidiram invadir Beirute Ocidental e pouco mais de 24 horas depois anunciaram a tomada militar da cidade.
Foi nesse momento que também ocorreu o que é considerado o incidente de maior crueldade dos 15 anos de guerra social no Líbano: os massacres nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, que deixaram um número estimado 800 e 3,5 milénio mortos.
Os assassinatos foram cometidos por combatentes da milícia das Forças Libanesas (LF, na {sigla} em inglês), ligada ao grupo cristão Falange, em um ato de vingança pela morte do presidente Bashir Gemayel, que também era líder das LF.
O Tropa israelense foi denunciado de ajudar a milícia durante o massacre – ou pelo menos de não intervir para evitar as mortes.
Ariel Sharon renunciou ao missão de ministro da Resguardo diante de fortes críticas – ele foi eleito primeiro-ministro posteriormente, em fevereiro de 2001.
Um questionário judicial israelense sobre o massacre, publicado em fevereiro de 1983, condenou o papel do governo Begin no caso e rejeitou o argumento de que Israel não poderia ser responsabilizado diretamente.
Depois as mortes nos campos de Sabra e Shatila, o governo israelense se viu sob potente pressão dos governos dos EUA e da Europa e da opinião pública interna. Israel portanto retirou suas forças de Beirute, antes de uma retirada final em 2000.
Porquê surgiu o Hezbollah?
A saída israelense deixou um governo libanês fraco e instável, incapaz de impedir que a Síria apertasse seu controle sobre o país, ou que o Hezbollah, com esteio iraniano, se estabelecesse no sul.
As origens precisas do grupo são difíceis de identificar, mas seus precursores surgiram ainda durante a ocupação, quando muçulmanos xiitas, influenciados pelo governo teocrático do Irã, passaram a combater as forças israelenses.
Essas lideranças romperam com o Movimento Amal, um grupo político que se tornou uma das mais importantes milícias muçulmanas xiitas durante a guerra social libanesa, e formaram um movimento que foi denominado Amal Islâmico.
Vendo uma oportunidade de expandir a sua influência nos estados árabes, o Irã decidiu financiar e treinar a milícia emergente.
Pouco depois, essa organização aliou-se a outros grupos e criou o Hezbollah.
O grupo anunciou oficialmente a sua geração em 1985, publicando uma “missiva ocasião” que identificava os Estados Unidos e a antiga União Soviética (URSS) porquê os principais inimigos do Islã.
No polêmico manifesto, o Hezbollah também levantou a devastação de Israel porquê um objetivo fundamental.
“É o inimigo odiado que temos de combater até que os odiados consigam o que merecem”, diz o texto.
“Oriente inimigo é o maior risco para as nossas gerações futuras e para o tramontana das nossas terras, principalmente porque glorifica as ideias de colonização e expansão, iniciadas na Palestina.”
O governo dos EUA culpa o grupo por orquestrar os atentados à embaixada dos EUA e ao quartel da Marinha americana em Beirute, em 1983, que juntos deixaram 258 americanos e 58 militares franceses mortos e levaram à retirada das forças de manutenção da sossego ocidentais.
Depois o Tropa sírio ter imposto a sossego no Líbano em 1990, pondo termo à guerra social, o Hezbollah continuou a sua guerra de guerrilha no sul do país.
Mas, gradualmente, também começou a desempenhar um papel ativo na política libanesa.
Em 1992, participou pela primeira vez nas eleições nacionais, obtendo mais assentos do que qualquer outro partido.
A organização emitiu um novo manifesto político em 2009, posteriormente invadir 10 assentos no Parlamento, para realçar a “visão política” do grupo.
O Hezbollah retirou do manifesto de 1985 a referência à urgência de geração de uma república islâmica, mas manteve sua risco dura contra Israel e os Estados Unidos e insistiu que precisava manter suas armas.
Antes do atual conflito, o grupo militante libanês havia entrado em confronto direto pela última vez com Israel em 2006. Naquele ano, militantes do Hezbollah lançaram um ataque transfronteiriço no qual oito soldados israelenses foram mortos e outros dois raptados.
O Hezbollah exigiu a libertação dos prisioneiros libaneses em troca de soldados israelenses. Mas a resposta de Israel ao ataque foi rápida e firme.
Aviões de guerra israelenses bombardearam redutos do Hezbollah no sul do Líbano e nos subúrbios ao sul de Beirute, enquanto o Hezbollah disparou murado de 4 milénio foguetes contra Israel.
Mais de 1.125 libaneses, a maioria deles civis, morreram durante os 34 dias de conflito, muito porquê 119 soldados israelenses e 45 civis.
Desde portanto, o Hezbollah aprimorou e expandiu o seu arsenal, recrutando dezenas de novos combatentes.
Publicar comentário