Ipea revê incremento do PIB para 3,3% nascente ano e 2,4% para 2025
O Grupo de Lance da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a projeção de incremento do Resultado Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) brasílico para nascente ano de 2,2% para 3,3%. Para 2025, a estimativa passou de 2,3% para 2,4%.
Ao contrário do que se poderia projetar em junho, os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o PIB associado parecem ter se exaurido no limitado prazo, explica o documento. Segundo os indicadores conjunturais do Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), as enchentes unicamente geraram volatilidade ao longo do segundo trimestre, com quedas acentuadas em maio, sendo seguidas de fortes crescimentos em junho.
Impulsionado pela boa evolução do mercado de trabalho e por melhores condições de chegada ao crédito, o desempenho das vendas de bens e serviços às famílias se manteve ao longo de 2024, e segue uma vez que principal impulsionador da economia, explica o Ipea.
Depois um ano de 2023 decepcionante, a demanda por bens de capitais também se destacou positivamente, potencializando uma recuperação verificada na indústria de transformação, embora num ritmo ainda modesto. Uma vez que consequência, além do bom desempenho da produção interna, as importações seguem registrando expansão, vestuário também evidenciado pelo incremento mais apressurado do consumo aparente de bens industriais, em relação à produção física. Já as exportações, com importante taxa para o incremento do PIB em 2023, vêm apresentando alguma desaceleração.
Porém, alguns fatores indicam um incremento menos robusto para o segundo semestre deste ano, em confrontação com o primeiro semestre. Enquanto o Banco Médio iniciou, em setembro, um ciclo de aumento da taxa de juros, o impulso fiscal por secção do governo tende a ser menor do que o ocorrido anteriormente. Já com relação à situação financeira das famílias, embora a volume de rendimentos continue registrando ganhos reais, a trajetória de alguns índices de preços, notadamente no setor serviços, tem se tornado menos favorável, diz o estudo.
Embora a inflação em 12 meses ainda mostre uma tendência de desaceleração na presença de à observada em 2023, a lance atual revela que esse processo de desinflação tende a ser mais lento que o projetado anteriormente. Por isso, explica o Ipea, a expectativa para os próximos meses é de ligeiro aceleração da inflação em 12 meses, ainda que subordinado aos 4,6% observados em 2023.
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