Laboratório alega irregularidade humana em resultados errados de testes de HIV
Um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, Walter Viera, recluso em seguida pacientes terem sido infectados por HIV em seguida transplantes no Rio de Janeiro, afirmou em prova à polícia que o resultado preparatório feito pela sindicância interna do laboratório aponta indícios de irregularidade humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV.
O laboratório é investigado por ter emitido laudos que diziam que os dois doadores não tinham HIV, quanto na verdade eram positivos para o vírus. Isso levou à infecção por HIV de seis pessoas que receberam os órgãos.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (14), o PCS Lab Saleme, que em seguida o ocorrido abriu uma sindicância interna, diz que há indícios de irregularidade humana e afirma que não há nenhum esquema criminoso para forjar resultados.
A nota diz que a resguardo de Walter Viera e de Mateus Vieira, que também é sócio do laboratório, “repudia com veemência a sugestão de que existiria um esquema criminoso para forjar laudos no laboratório, que atua no mercado desde 1969. A resguardo confia que, em seguida os esclarecimentos prestados por Walter, a Justiça entenderá desnecessário mantê-lo recluso”, diz o texto.
O laboratório diz ainda que Matheus Vieira apresentou-se de maneira voluntária à polícia e foi liberado. “Ele assegurou às autoridades que irá depor quando sua resguardo tiver aproximação integral aos autos da investigação”.
A nota também diz que Jacqueline Iris Bacellar de Assis, cuja assinatura aparece em um dos laudos, “apresentou documentação inidônea (diploma de biomédica e carteira profissional com habilitação em patologia), induzindo o laboratório a crer que ela tinha conhecimento para assinar laudos”.
O jurisperito de Jacqueline foi procurado, mas não retornou o contato da Sucursal Brasil até a publicação da reportagem.
O PCS Lab Saleme, ressaltou que, nos últimos 12 meses, realizou mais de 3 milhões de exames e que, desde 1º de dezembro, quando começou a prestar serviços à Instalação Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro, comprou pelo menos 900 testes para diagnóstico de HIV em amostras de sangue de doadores de órgãos, seguindo recomendação do Ministério da Saúde e da Sucursal Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O laboratório também reafirmou que dará o suporte necessário às vítimas “mal tiver aproximação solene à identidade delas; e que está à disposição das autoridades que investigam o caso”.
Caso sem precedentes
O caso, sem precedentes, é considerado grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde. A Polícia Social e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investigam as circunstâncias em que ocorreram as infecções.
A Sucursal Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa), as Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal e o Sistema Pátrio de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde coordenam uma série de ações para investigar a infecção por HIV de pacientes transplantados no estado do Rio de Janeiro.
O PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária lugar, com orientação técnica da Anvisa, até a peroração das investigações, com foco na segurança dos transplantes. Novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio.
O laboratório teve pelo menos três contratos com a Instalação Saúde. A instauração, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, é responsável por gerir as unidades da rede estadual. O laboratório tem, entre seus sócios, familiares do deputado federalista Dr. Luizinho (PP-RJ), que foi secretário estadual de Saúde de janeiro a setembro de 2023.
Em nota divulgada por sua assessoria na última sexta-feira (11), o parlamentar disse que quando era secretário não participou da escolha deste ou de qualquer laboratório.
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