Marçal e Nunes trocam acusações em debate da Record

Inicialmente, Marçal escolheu Nunes para responder uma questão sobre ensino. Rapidamente, no entanto, o confronto passou a ter uma vez que foco a investigação da Polícia Federalista sobre a chamada “máfia das creches”, ramal de recursos para merenda na capital paulista.

— Não quero ser injusto com você, mas uma vez que estou acompanhando muito próximo, existe pagamento em seu nome e de familiares — afirmou Marçal para o atual prefeito. — Ninguém cá está criticando a prefeitura, estamos mostrando a pessoa que toca a prefeitura — completou o empresário.

Nunes rebateu de modo mais invasivo:

– Quem fugiu da polícia foi você, sob delação de participar da maior quadrilha. Minha vida é limpa, nunca tive pena, e nunca terei. Você é um mentiroso contumaz, uma pena. Você também foi sentenciado em 22 processos na justiça eleitoral – afirmou Nunes.

A investigação da “máfia das creches” foi o tema levantado por Marçal em suas considerações finais do debate do Flow, na última segunda. Ao expor que prenderia Nunes em uma eventual gestão na prefeitura, ele foi notificado três vezes pelo mediador e acabou expulso já no termo do programa. A confusão escalou para os bastidores e culminou em um soco de seu videomaker, Nahuel Medina, em Duda Lima, marqueteiro de Nunes.

Além de Nunes e Marçal, participam do encontro Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). Leste é o nono debate da campanha pela prefeitura de São Paulo. Os dois últimos do primeiro vez serão o do UOL/Folha, nesta segunda-feira, e o da TV Orbe, na quinta-feira.

Tabata usa Venezuela contra Boulos

O debate começou com a discussão de propostas para moradores em situação de rua. Primeiro a perguntar, Boulos prometeu guarida, geração de renda, moradia e itens básicos de higiene. Na resposta, Datena (PSDB) defendeu o aumento do auxílio aluguel e o aumento de médicos nos consultórios de rua. O jornalista ainda prometeu manter o debate dentro da discussão de propostas. No debate da TV Cultura, no último dia 15, Datena deu uma cadeirada em Marçal.

– Vou manter o princípio democrático de discussões e propostas, esse é o meu compromisso – disse Datena.

Na sequência, Tabata questionou Boulos sobre suas mudanças de posição em relação à descriminalização das drogas e o governo da Venezuela. A candidata do PSB lembrou que o candidato do PSOL costumava ter posturas mais à esquerda, em prol da liberação de entorpecentes e em resguardo de Nicolas Maduro. Boulos respondeu que é necessário governar para todos, justificando uma mudança de posições mais ao meio.

– Eu lamento que você traga questões que não procedem com a verdade. Quando você se torna prefeito, você não governa só pro seu partido, você governa para a cidade toda. Por isso eu chamei a Marta, que é preparada, tem um time. tenho um escora do Lula — disse Boulos.

O candidato do PSOL ainda afirmou que vai manter as creches conveniadas com a iniciativa privada na cidade, mas com aumento de repasse, melhorando reajustes salariais e de merenda. Tabata disse que vai melhorar o padrão das creches geridas por empresas privadas.

– Existem muitas entidades sérias, precisamos de padronização. Não é a mesma qualidade, a mesma merenda. Precisamos prometer o mesmo padrão, de escolas geridas pela prefeitura e conveniada – afirmou.

Nunes é principal ‘vidraça’

O prefeito de São Paulo tem sido o principal claro dos adversários. No embate entre Datena e Tabata, o jornalista usou secção do tempo para criticar Nunes e sugerir que existem irregularidades na campanha do candidato do MDB. Em seguida, prometeu a solução para segurança pública da cidade.

– Tem gente cá que fala coisas e nem move um músculo da face. Porquê pode fazer uma campanha com esse moeda todo, uma vez que o Ricardo, sem uma coisa errada. Eu sempre defendi tolerância zero com bandido, mas dentro da legitimidade. Sempre defendi troada dentro da legada. A GCM vai ser super aparelhada para salvar de forma definitiva e livrar o povo da violência – disse Datena.

Tabata corroborou com as críticas ao prefeito e fez outras propostas sobre segurança pública.

– A prefeitura, o prefeito perderam o controle da cidade. Queremos câmeras 24h e policiamento reforçado em zonas mais perigosas, em pontos de ônibus – afirmou.

A candidata do PSB ainda aproveitou para cutucar Marçal.

– Temos uma indústria de roubo de celular. Vamos entender uma vez que a lucidez funciona. Vamos invocar a operadora, para rastrear os celulares roubados, mapear os locais de negócio, aí é calabouço. Não dá pra optar candidato que já foi sentenciado, com ficha suja.

Na rodada de perguntas entre Nunes e Marina Helena, a troca de acusações se deu uma vez que tecido de fundo para uma discussão sobre ensino de crianças autistas e com deficiência. Nunes foi quem lançou mão do tema ao perguntar as propostas da candidata para essa população. Marina falou brevemente sobre a melhoria do serviço das instituições de ensino público e passou a discutir sobre devassidão.

— Mais importante, quando a gente fala de crianças é muito importante saber que sobra mais moeda para a prefeitura cuidar das pessoas quando não há “esquemas” — disse a candidata fazendo referência a uma denúncia feita pelo Intercept Brasil sobre o uso de recursos de campanha em uma locadora de carros de maneira irregular. — Explique aos eleitores.

Nunes inicialmente ignorou a estocada e seguiu falando sobre a temática das crianças autistas, dizendo que tem o projecto de inaugurar TEA (nome que se dá à mais reconhecida terapia comportamental para essa população). E, brevemente, falou do caso citado por Marina Helena.

— Sobre o que você está falando, não tenho a mínima teoria — rebateu.

Marçal elevou o tom às críticas feitas para Nunes na sequência, ao expor que o prefeito não estava à fundura de um “função tão poderoso”.

— Foram feitas três perguntas para o Ricardo e as três ele não respondeu. A que parece que respondeu foi a (feita por) Marina, que disse que não sabe responder, o que é um grande problema. Significa que não pode ser prefeito de São Paulo no próximo procuração — atacou. — Ele é o pior prefeito da cidade em relação à ensino. Ele foi injusto comigo falando de processo de 20 anos detrás que não transitou em julgado.

Ainda ao longo da réplica, Marçal chamou Boulos de “Boules”, uma vez que tinha feito em debates anteriores. Logo se desculpou, mas ainda assim foi notificado pelo apresentador e perdeu 30 segundos de fala nas considerações finais.

Diante das agressões nos debates anteriores, o mediador ressaltou, entre as perguntas formuladas pelos jornalistas da Record, que os candidatos não podiam deixar seus púlpitos. Ele destacou que Boulos havia deixado sua espaço para pedir um recta de resposta.

Questionado por uma jornalista da TV Record se o ex-presidente Jair Bolsonaro vai indicar cargos em sua futura gestão em caso de vitória, Nunes se esquivou, evitando dar uma resposta direta.

– Meu vice, coronel Melo Araujo, foi indicação de Bolsonaro, ele combateu o delito na Ceagesp, foi da Rota. O presidente Bolsonaro, uma vez que os demais partidos, faz secção de uma frente ampla, que eu tenho muito orgulho, para continuar esse trabalho importante.

Boulos destacou que o prefeito deixou de responder a mais um questionamento polêmico.

– Vocês perceberam que o Ricardo Nunes não respondeu à pergunta da jornalista. Tem coisas que não tem resposta, uma vez que ele ficou três anos e meio na prefeitura e fez tão pouco. A jornalista citou o vice de Nunes, indicado por Bolsonaro, Melo Araujo disse que morador da periferia tem que ser tratado pior que os moradores do jardins.

Em resposta, Nunes atacou Boulos lembrando de quando o deputado federalista defendeu a liberação do deputado André Janones (Avante) nas acusações de rachadinha.

– Sua única grande ação uma vez que político foi liberar o Janones da rachadinha, além de fazer invasões – disse.

Nunes acusou Boulos de “regularizar” a prática de rachadinha, quando secção dos salários pagos para membros de um gabinete público são desviados para mercê do político responsável. O candidato do PSOL, enquanto deputado federalista, foi relator do processo que julgou a verosímil cassação do deputado André Janones, no Juízo de Moral da Câmara. Boulos recomendou o arquivamento e afirmou na estação que a denúncia de rachadinha será investigada pela Justiça, mas o juízo não pode julgar atos anteriores ao procuração atual.

Denúncias contra Avalanche

Marçal foi questionado sobre a delação de que Leonardo Avalanche, o presidente do PRTB, teria relações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e qual seria seu papel em uma eventual gestão de Marçal na prefeitura paulistana.

— Sobre o Leonardo, não foi instaurado nenhum procedimento (de investigação) a não ser uma notícia. Se tiver alguma relação espero que pague. Ele foi o faceta que resistiu a todas as pressões dos partidos que estão cá para manter essa candidatura — afirmou, para encetar a hostilizar Boulos, dizendo que o psolista teve uma imagem criada por “marqueteiro”. — Assim uma vez que fez com o Lula.

O glosa ficou a função de Tabata.

— Me preocupa muito que a gente tenha um candidato nesse debate que tenha tantas conexões com pessoas que comprovadamente são ligadas ao delito organizado — comentou Tabata em relação a Marçal. — (Há) uma valia em saber as pessoas. Não é só a vocábulo, a ar, tem que ir detrás do histórico, está cá por quê?

Cadeirada persegue Datena

Datena foi questionado por toda indeterminação que está ao volta de sua candidatura e se o sufragista pode responsabilizar que ele não vai deixar o função se eleito. Também foi perguntado sobre o “destempero” no incidente da cadeirada.

— Eu comecei a proteger o que todo mundo está defendendo cá há muito mais tempo. Comecei cá na Record, eu sou o candidato que tem quase 70 anos — afirmou. —– Cheguei a denunciar que ia ter delito organizado em São Paulo e no Rio e fui taxado de um cidadão sensacionalista

— Não é destempero, eu só me defendi. Só vou falar disso na Justiça. Quero manter o nível até o termo da campanha — despistou.

Boulos disse que não vai ter ocupações de propriedades durante seu governo, caso seja eleito, porque vai fazer uma política de habitação eficiente. Provocado por Marina Helena, que acusou o candidato do PSOL de invadir propriedades privadas, o candidato do PSOL desafiou os adversários e o público a citarem invasões que o MTST tenha feito.

– Porquê prefeito não vai intercorrer ocupação, porque ocupação só acontece quando não tem política de moradia. Eu vou fazer a maior política de habitação da cidade. É inacreditável que tenha alguém que venha cá só pra mentir. Eu desafiei eles que me digam uma mansão que o MTST invadiu, faço isso também a você — destacou.

Marina Helena também citou que o regime do partido de Boulos, o PSOL, defenderia a “expropriação de propriedades. Boulos rebateu enumerando suas propostas na espaço de segurança.

— A Guarda Municipal vai permanecer armada e mais que isso, vou flectir o efetivo da GCM. Hoje a nossa guarda tem a metade do efetivo da (corporação) que do Rio de Janeiro, que tem metade do número de habitantes. Vou flectir o efetivo, fazer policiamento de proximidade, trazer de volta a Ronda Escolar. Na ingressão e saída de alunos ter GCM lá. Quando estiver no período de lição ela fazer ronda no entorno das escolas — pontuou.

No segundo conjunto, Boulos lembrou do apagão de quase uma semana que ocorreu na cidade de São Paulo em novembro do ano pretérito e perguntou a Nunes onde ele estava no dia 5 de novembro. Na réplica, relembrou que neste dia o prefeito estava torrinha de dois eventos (UFC e Fórmula 1), enquanto a população estava sem luz.

– São Paulo estava vivendo um apagão e Nunes estava no torrinha do UFC, e depois no torrinha da Fórmula 1. Foi ali que eu percebi que você não poderia mais ser prefeito. Eu sempre estive ao lado dos que mais precisam. Um prefeito que não tem dor, não pode ser prefeito, ainda mais de SP. Você deixou evidente que não tem compromisso com o povo de São Paulo.

Nunes respondeu argumentando que a Enel, que administra a distribuição de virilidade na cidade, é uma licença federalista e o que ele poderia fazer era pedir ajuda de Brasília. O prefeito ainda retrucou dizendo que Boulos invadiu o Ministério da Rancho.

– E 23 de setembro de 2015, onde estava o Boulos? O Boulos estava invadindo o Ministério da Rancho. Você não sabe o que é fazer gestão. A Enel é licença federalista, eu fui fazer uma representação no CGU e no TCU. Eu mandei um projeto de lei para o presidente da Câmara, Arthur Lira, para os municípios poderem vistoriar a Enel.

O debate deste sábado na TV Record conta com mais restrições e mudanças de cenário para moderar eventuais atos de violência entre os adversários. Detectores de metais foram instalados na porta de chegada ao estúdio da emissora, para impedir a ingressão de armas. Todos os assessores tiveram que passar pelo equipamento de segurança, mas os próprios candidatos não foram submetidos ao dispositivo. No debate anterior, realizado na segunda-feira passada pelo grupo Flow, assessores das campanhas relataram a presença de homens armados no lugar da transmissão.

Aliás, os candidatos beberão chuva em copos de acrílico neste sábado, para evitar que o vidro seja usado uma vez que arma branca. As cadeiras do estúdio também serão fixadas ao solo, medida que já se tornou praxe entre as emissoras depois a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura, no último dia 15.

O lugar ainda conta com 20 seguranças da Record. Secção está responsável por moderar os candidatos em caso de alterações, e outra secção se concentra na plateia, entre os assessores de campanha dos dos diferentes partidos. Porquê em um estádio de futebol, as “torcidas adversárias” não têm contato entre si, unicamente visual. A gravação dos bastidores com celulares está proibida.

As regras passaram ainda a prever que “irregularidades” cometidas por assessores ou convidados podem gerar punição aos próprios candidatos, que estarão sujeitos à suspensão do tempo de fala nas considerações finais ou até mesmo à exclusão, “a depender da sisudez do indumento” que causou a punição.

Por termo, as regras originais concediam um tempo fixo de dois minutos para perguntas e quatro minutos para respostas, período que poderia ser governado pelo próprio candidato. No lugar, no entanto, foi adotado o esquema tradicional com tempo fixo para perguntas (30 segundos), respostas (2 minutos), réplicas (1 minuto e 30 segundos) e tréplicas (2 minutos), administradas pelo mediador, o jornalista Eduardo Ribeiro. O objetivo é evitar interrupções e bate-boca entre os candidatos.



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