Minissérie italiana “Paixão Traiçoeiro” faz sucesso na Netflix

Com um título e uma premissa dignos de telefilme norte-americano exibido nas noites de sábado no Super Cine nos anos 1990, a minissérie italiana “Paixão Traiçoeiro” se tornou um dos conteúdos em língua não inglesa mais consumidos da Netflix. A popularidade de um projeto desprovido de qualidades só não é mais espantosa que a maneira uma vez que “Paixão Traiçoeiro” escolheu por retratar uma mulher sexagenária.

Para quem teve a sorte de não maratonar os seis episódios de “Paixão Traiçoeiro”, vale a explicação: a história gira em torno da solitária Gabriella (Monica Guerritore), dona de um sofisticado hotel na Costa Amalfitana. Logo em seguida completar 60 anos, ela passa a viver uma tórrida paixão com o misterioso e sexy Elia (Giacomo Gianniotti), que é muito mais jovem que Gabriella. O romance desperta a atenção dos três filhos de Gabriella, que desconfiam das verdadeiras intenções do rapaz, que não tem onde tombar morto e não se esforça para encobrir todo seu deslumbre com o estilo de vida que Gabriella lhe proporciona.

Tramas sobre belos homens que dão golpes em mulheres mais velhas já foram produzidas aos montes. A peculiaridade de “Paixão Traiçoeiro” é ter uma protagonista que sabe que está sendo enganada e que opta conscientemente por seguir com uma história com um varão que mentiu, traiu, tem um pretérito obscuro e não esconde o libido de se beneficiar de sua riqueza.

Num momento em que debatemos etarismo e vemos tantas mulheres ressignificarem suas trajetórias em seguida os 50 anos, é impossível seguir os episódios de “Paixão Traiçoeiro” e não se sentir incomodado de ver uma protagonista de 60 anos se colocando numa situação tão vexativo. Será que remunerar para ser querida é a verdade da maioria das mulheres dessa fita etária?



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