Na falta de fala e argumentos, candidatos tentam lucrar eleição ‘à base da projéctil’
Ao menos dez disparos contra o sege de uma vereadora candidata à releição em São Paulo, na noite desta quinta-feira (3), ilustram o propagação da violência nas eleições municipais deste ano, em relação ao último pleito em 2020. Os tiros não atingiram de vestuário a candidata ou pessoas ligadas a ela, mas engrossam as estatísticas de crimes contra os pretendentes aos cargos no Legislativo e Executivo. Ao longo desta semana, diferentes episódios foram vistos no país de violência política. A Polícia Social está investigando uma perseguição e agressão a um candidato a vereador em Barra do Piraí (RJ). O caso aconteceu na noite da última quarta-feira (2). De pacto com o relato da vítima, ele foi perseguido e fechado por duas motos. O candidato foi agredido e teve o sege vandalizado.
Um varão foi recluso preventivamente na última segunda-feira (30), depois de tentar se aproximar, armado com uma faca de magarefe, de uma candidata que disputa também um incumbência no Legislativo municipal na maior cidade do país. Posteriormente o incidente, que ocorreu durante um encontro com eleitores, o suspeito foi levado à Enxovia Pública de Mogi das Cruzes. Ele é réu de perseguição e de ameaço à candidata.
Mesmo antes do início do período eleitoral deste ano, iniciado em 16 de agosto, o Brasil já registrava um tá número de ocorrências de violência contra políticos em tirocínio, pré-candidatos, ministros ou secretários de governo, e assessores parlamentares. Na terceira edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, desenvolvida pelas organizações sociais Terreno de Direitos e Justiça Global, foram 299 casos de violência política entre 1 de novembro de 2022 e 15 de agosto de 2024 – 145 casos somente leste ano, sendo 14 assassinatos.
Foram mapeados casos de violência política nas categorias de agressões físicas, ameaças, assassinatos, atentados, invasões, ofensas e criminalização. Foram considerados unicamente os casos de violência que tenham indícios de motivação política. O oferecido totalidade revela que, a cada um dia e meio em 2024, houve um caso de violência política no Brasil. Nas eleições presidenciais de 2018, uma pessoa era vítima de violência política a cada oito dias. Em 2020, uma a cada sete dias.
As regiões com maior número de ocorrências são Sudeste (38,1%), Nordeste (29,8%) e Núcleo-Oeste (15%). O Estado de São Paulo teve maior número registrado de casos: 53. Rio de Janeiro teve 32, seguido por Bahia e Minas Gerais, ambos com 25 ocorrências. Em 77% dos casos de violência política registrados neste levantamento, as vítimas exerciam mandatos. Os dados destacam o tá número de violência em nível lugar: vereadores (pré-candidatos ou em tirocínio) foram os principais alvos (51% dos casos), seguido de prefeitos (23%). Partidos de esquerda foram os alvos mais frequentes: PT (56) e PSOL (33).[
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