Vaga de calor: o que acontece com o corpo sob temperaturas extremas
- Author, Giulia Granchi
- Role, Da BBC News Brasil em Londres
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O Brasil enfrenta uma novidade vaga de calor, a sétima deste ano, com temperaturas entre 5 e 10 graus supra da média.
Até sexta-feira (27/9), os termômetros podem ultrapassar os 37 graus em várias regiões, incluindo o Rio de Janeiro, onde a umidade do ar está baixa, aumentando o risco de incêndios.
No totalidade, 11 estados serão afetados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Triângulo Mineiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas e Rondônia. A previsão é que o calor e a baixa umidade se intensifiquem até quinta-feira.
Estar exposto – mormente nos horários de pico do calor, entre 12 e 16 horas – pode ocasionar alterações no organização que oferecem risco à saúde, principalmente para grupos com saúde mais frágil, incluindo idosos, pessoas com comorbidade, e crianças pequenas.
O que acontece quando o corpo é exposto a temperaturas extremas
Quando o corpo está em estresse térmico, ou seja, é exposto a temperaturas extremas, ele passa por uma série de adaptações fisiológicas para regular a temperatura interna.
No caso da exposição ao calor, primeira reação do organização é dissipar calor através do suor e da dilatação dos vasos sanguíneos periféricos para liberar calor para o envolvente.
No entanto, em temperaturas muito altas, mormente quando também está úmido, o mecanismo de resfriamento do suor pode se tornar ineficaz, levando ao superaquecimento corporal, insolação e possíveis danos aos órgãos.
“Quando estamos expostos a temperaturas mais elevadas, ocorrem adaptações no nosso corpo. A frequência cardíaca aumenta uma vez que um mecanismo compensatório, assim uma vez que a pressão arterial”, explica Lucas Albanaz, médico universal, coordenador da clínica médica do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, e rabino em ciências médicas.
Outro risco, alerta o médico, é a desidratação devido ao aumento da sudorese.
A depender da temperatura, complementa o médico Alexander Daudt, os sinais vão de câimbra (por falta de eletrólitos, eliminados no suor), a sede intensa e fadiga.
“Outros sintomas mais graves, uma vez que tontura, náuseas ou vômitos também podem eclodir. Se a pessoa não conseguir sossegar esse calor, o quadro pode evoluir para choque térmico, com confusão mental, convulsões, e seguindo para a falência de múltiplos órgãos e óbito”, explica ele, que é coordenador do Núcleo de Medicina de Estilo de Vida do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Satisfeito.
De entendimento com o relatório do The Lancet, nos últimos 20 anos o aumento da mortalidade relacionado com o calor excessivo em pessoas com mais de 65 anos aumentou em 53,7%.
Somente na Europa, em 2022, ocorreram 61.672 mortes atribuíveis ao calor entre 30 de maio e 4 de setembro de 2022, segundo uma análise recente publicada na Nature Medicine.
Os riscos são maiores para pessoas com comorbidades, pessoas idosas, mormente aquelas com saúde fragilizada, crianças (por ainda estarem com o organização em formação), trabalhadores que precisam se expor ao sol (uma vez que vendedores ambulantes), e aqueles que fazem uso de medicações que por qualquer motivo os tornem mais vulneráveis ao calor.
“É o caso de pacientes que tomam remédios diuréticos, por exemplo. Eles naturalmente já perdem mais chuva, e precisam de zelo extra com hidratação”, aponta Daudt.
Uma vez que se proteger do calor intenso
“A termo de ordem é hidratação, que deve ser feita principalmente pela ingestão de líquidos. Também é indicado hidratar a pele, com cremes, as narinas, com soro fisiológico, e os olhos, com colírio. Essas partes do corpo também são afetadas”, diz Albanaz.
Inferior, destacamos dicas oferecidas pelos especialistas consultados na reportagem e divulgadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde):
- Tente manter a temperatura inferior de 32°C durante o dia e 24°C à noite, mormente para crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde crônicos;
- Use o ar noturno para resfriar sua vivenda, abrindo janelas e persianas durante a noite;
- Reduza a fardo de calor interna fechando janelas expostas ao sol, desligando dispositivos elétricos e pendurando cortinas.
- Procure os lugares mais frescos da vivenda, mormente à noite;
- Se a sua vivenda não estiver fresca, passe algumas horas por dia em locais com ar-condicionado, uma vez que edifícios públicos;
- Evite trespassar durante as horas mais quentes do dia e atividades físicas extenuantes.
Mantenha-se hidratado e fresco
- Tome banhos frios e use compressas frias para sossegar o calor;
- Vista roupas leves e largas, incluindo chapéu e óculos de sol;
- Beba chuva regularmente e evite álcool e cafeína, que contribuem para desidratação.
- Verifique familiares, amigos e vizinhos vulneráveis;
- Certifique-se de que todos em sua família saibam o que fazer em caso de calor extremo;
- Se tiver animais domésticos, evite passeios nos horários mais quentes.
Cuidados em caso de mal-estar
- Procure ajuda se sentir tontura, fraqueza, sede intensa ou dor de cabeça;
- Beba chuva ou suco para se reidratar;
- Em casos graves, uma vez que delírio, convulsões e inconsciência, chame ajuda médica imediatamente;
- Ligeiro a pessoa para um sítio fresco, deite-a, eleve as pernas e inicie o resfriamento extrínseco com compressas frias;
- Não dê medicamentos sem orientação médica.
Por que as temperaturas têm subido
As temperaturas do planeta vêm se elevando nas últimas décadas.
Especialistas apontam que esse fenômeno, publicado uma vez que aquecimento global, é causado pelo acúmulo crescente de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa na atmosfera, graças à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento.
Quanto maior a quantidade de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera, pior o impacto para a vida na Terreno.
Esses gases são responsáveis por sugar a radiação solar refletida pela superfície do planeta, o que faz com que o calor fique retido na atmosfera.
Assim, o mundo fica cada vez mais quente, acelerando mudanças climáticas e aumentando o risco de eventos climáticos extremos, uma vez que as ondas de calor intensas vistas agora no Hemisfério Setentrião, além de incêndios naturais, monções e enchentes.
Com as temperaturas aumentando em toda a Terreno, há, segundo os especialistas, duas palavras de ordem: mitigação e adaptação.
A mitigação envolve medidas a longo prazo para proteger o planeta.
Na edição de 2022 da Conferência das Partes, encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26, quase 200 países assinaram o compromisso de tentar prometer o cumprimento da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
O objetivo do entendimento é reduzir as emissões muito rapidamente, diminuindo-as em 50% até 2030, e depreender emissões líquidas zeradas dos gases de efeito estufa antes da metade do século, seguido pela remoção significativa de dióxido de carbono da atmosfera na segunda metade do século.
“No entanto, não estamos caminhando nessa direção, pois as emissões em 2022 foram as mais altas registradas desde o final do século 18, com a evolução industrial, principalmente crescendo muito nos últimos 50 a 60 anos em todo o mundo”, avaliou o climatologista Carlos Superior, ex-presidente do Pintura Brasílico de Mudanças Climáticas e doutor em meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, em uma reportagem da BBC News Brasil publicada em julho.
“Portanto, a situação do clima é extremamente arriscada, mesmo que tenhamos sucesso totalidade no entendimento de Paris [acordo prévio que foi aperfeiçoado na COP26].”
A reportagem a seguir foi publicada originalmente em novembro de 2023 e atualizada em setembro de 2024.
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