Se tivesse acontecido o golpe – 27/11/2024 – Flavia Boggio

Segundo o relatório final da investigação da Polícia Federal divulgado nesta terça-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro elaborou um decreto para justificar juridicamente um golpe de Estado, após a vitória de Lula.

A PF afirma que Bolsonaro é um dos autores da minuta do golpe que previa decretar estado de sítio e impedir a posse de Lula.

Com tantas manobras atrapalhadas e vocabulário chulo, é difícil acreditar que o capitão conseguiria adesão suficiente para cancelar as eleições. Mas nada é absurdo no país onde cidadãos rezam para pneus e pedem socorro a extraterrestres.

Tanto que muitos começaram a especular: como seria o Brasil se o golpe de Estado tivesse se materializado? A coluna fez algumas especulações.

Logo após o decreto do golpe, Bolsonaro tranquilizaria os brasileiros. Garantiria que todos seriam livres, com exceção dos comunistas, homossexuais, negros, indígenas e feministas e pessoas a favor de vacinas.

A emissora Rede Globo seria substituída pela Rede Plana, com uma grade que incluiria o Jornal Nacionalista, o Bom Dia Brasil Acima Todos e o infantil Xou do Carluxo.

As urnas eletrônicas seriam finalmente destruídas. O voto voltaria a ser impresso e entregue por pombos-correios, para combinar com o clima de antiguidade. O destino das cédulas seria a casa da família Bolsonaro, que contaria os votos no método “um pra você, dois pra mim”, como Tio Patinhas.

O método Paulo Freire de ensino seria trocado pela técnica Olavo de Carvalho, que consiste em conteúdos rasos com frases de efeito, expressões chulas e toneladas de cigarros.

Espumantes da marca Chandon seriam proibidos, por remeter ao apelido do ministro do STF deposto, Alexandre de Moraes.

A Câmara dos Deputados seria dominada por Tiozões do Zap. O Ministério dos Direitos Humanos seria substituído pelo Ministério do Mimimi e o Ministério dos Esportes seria comandado por Paulo Cintura.

A pensão para filhas dos militares incluiria afilhadas, cunhadas e pets.

As produções cinematográficas ficariam a cargo de nomes como Mário Frias, renomado ator da novelinha Mutantes, e Humberto Martins, precursor do movimento “galã sem camisa”.

O primeiro filme produzido seria a história de um presidente que se reergue com um golpe. Como as joias, o título também seria roubado e se chamaria: “Ainda Estou Aqui”.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com dois meses de assinatura digital grátis.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Publicar comentário

You May Have Missed