Segurança discutiu com empresário morto na Capital; vídeo
O caso de Thiago Kich de Melo, 28, empresário morto na manhã desta terça-feira (8) por volta das 6h30 na boate Sex Night, em Florianópolis, segue tendo novos desdobramentos. Depois uma desavença com os seguranças do sítio, ele foi baleado e pisoteado diversas vezes. Novas imagens de câmeras da boate mostram Thiago discutindo com o segurança momentos antes da desavença.
Um vídeo divulgado nesta quarta-feira (9) pelo ND Mais mostra o momento da confusão. Mas, antes de iniciar a desavença, Thiago e o segurança, identificado uma vez que Gean Carlos dos Santos, 45, já haviam discutido.
As imagens mostram Thiago tentando trespassar da boate para encontrar três amigos que estavam fumando do lado de fora. Os quatro haviam entrado juntos na boate por volta das 2h. No entanto, Gean empurra Thiago próximo ao balcão para impedi-lo de trespassar.
Nesse momento, a comanda, que estava no valor de R$ 1801,80, não havia sido paga. No empurrão, Thiago acaba derrubando a sua bebida na roupa de Gean. Os amigos retornam para dentro da boate e, logo, inicia-se a discussão que gerou a desavença e terminou com o empresário morto.
Veja o início da discussão que gerou a desavença na boate:
Thiago foi pisoteado em seguida ser baleado em desavença
Em meio à confusão, um policial militar à paisana, identificado uma vez que Rafael Azevedo de Souza, saca uma arma de queimação e dispara em direção contra Thiago, que cai desorientada no solo. O segurança desfere uma sequência de golpes na vítima, que já estava baleada e não resistiu aos ferimentos.
A Delegacia de Homicídios da Capital informou que, em perícia, foi confirmada a morte de Thiago por falência do coração devido ao tiro.
Veja o momento da desavença que resultou em empresário morto:
Advogada de policial diz que amigos “não tinham moeda”
Cristina Azevedo, responsável pela resguardo de Rafael, disse ao Cidade Alerta SC que o grupo de amigos já havia entrado na boate sem a intenção de remunerar pelo que consumiu.
“Eles não tinham moeda para remunerar a conta. Quando chegaram, por volta das duas da manhã, já haviam feito uma confusão para não remunerar a ingressão. Na hora de trespassar, já tinham a intenção de não remunerar a comanda porque não tinham moeda, não era uma questão de reclamar que o valor era maior ou não”, afirmou a advogada.
Ainda, ela entende que o policial não agiu de maneira equivocada ao sacar a arma e atirar em Thiago: “Ao nosso ver, foi uma legítima resguardo de terceiro. O pessoal, quando agrediu o segurança, estava em cinco pessoas [contra ele sozinho]”, concluiu Cristina.
Amigos e familiares de Thiago fecharam Avenida Mauro Ramos na noite de quarta-feira (9)
Amigos e familiares do empresário morto realizaram uma sintoma pedindo justiça na noite desta quarta-feira (9). Os manifestantes fizeram uma barricada com queimação para bloquear uma das vias da Avenida Mauro Ramos, em frente à boate.
Com uma tira escrita “Eterno TH” (uma vez que a vítima era conhecida) e outra “Queremos justiça”, os manifestantes pediram punição para os responsáveis pela morte de Thiago.
O Corpo de Bombeiros foi acionado no sítio e controlou as chamas. Uma guarnição da Polícia Militar dispersou a sintoma. Não houve confronto ou feridos.
Policial estaria fazendo ‘ponta’ de segurança de maneira irregular
Segundo informou a Polícia Social, em seguida interrogatório de Rafael, ele estaria dentro da boate fazendo segurança privada armada, com uma arma de queimação de sua propriedade.
A prática é proibido, visto que PMs são servidores públicos concursados e o Estatuto dos Policiais Militares de SC proíbe agentes da ativa a trabalharem em organizações e empresas privadas.
Tanto Rafael quanto Gean foram presos em flagrante por homicídio. Eu audiência de custódia realizada na tarde desta quarta-feira (9), a Justiça manteve as prisões dos suspeitos.
Em nota, a Corregedoria-Universal da Polícia Militar de SC informou que foi instaurado um interrogatório para apurar as circunstâncias que envolveram a presença do PM no sítio e identificar a provável incidência de crimes militares conexos.
O Comandante-Universal da PMSC, Aurélio José Pelozato da Rosa, afirmou que Rafael segue recluso e terá seu rumo disposto no tribunal.
“Não queremos ‘trigo ruim’ no nosso meio. Esse policial está recluso e vai ser submetido a tudo o que prevê a legislação, no devido processo lítico. Quem vai expressar a culpabilidade dele, agora, é a Justiça”, disse Pelozato ao Cidade Alerta SC.
O governador Jorginho Mello, em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (9), disse que o policial deve ser investigado e julgado.
“Ninguém está supra da lei e ninguém pode fazer zero que não seja lítico. Não é por ser policial militar que ele vai ter qualquer tipo de regalia. Ele vai ser investigado, julgado e, se for o caso, réprobo”, afirmou o governador.
Sindicato ressalta riscos de segurança privada irregular
Em nota, o Sindesp-SC (Sindicato das Empresas de Segurança Privada de Santa Catarina), alertou para os riscos da contratação de segurança sem o devido processo adequado.
“O sindicato reafirma à sociedade catarinense o incessante e diuturno trabalho – que constitui nossa primária missão institucional – de cooperar com as autoridades públicas na fiscalização e combate à clandestinidade na segurança privada, além de colaborar com contratantes e gestores de serviços para verificação da regularidade das empresas antes e durante a contratação”, afirma o Sindesp-SC.
“Neste momento, é importante primar que a contratação de segurança clandestina é uma prática extremamente arriscada e proibido, que coloca em risco a vida e a segurança de todos. O SINDESP-SC faz um apelo à sociedade para que evite a contratação de seguranças clandestinos e sempre opte por empresas regulamentadas e com alvará de funcionamento emitido pelo Ministério da Justiça e Polícia Federalista”, concluiu a nota.
Boate Sex Night não possui alvará de funcionamento
Segundo apurou o Cidade Alerta SC, a boate estava operando sem alvará. Procurada, a Prefeitura de Florianópolis informou que o sítio não precisa de um para funcionar, visto que, na cidade, atividades do ramo não estão sujeitas à vistoria prévia, somente fiscalização.
Boate diz que colabora com as investigações
Em nota, a boate Sex Night ressaltou que colabora com as autoridades e que espera que o caso do empresário morto no sítio seja esclarecido o quanto antes.
Leia a nota na íntegra:
“É com profundo tarar que informamos o falecimento de um cliente ocorrido recentemente dentro de nossas dependências. A equipe e a direção do Sex Night lamentam profundamente essa perda e expressam nossos mais sinceros sentimentos à família e amigos.
Gostaríamos de substanciar que o Sex Night é um espaço que valoriza o saudação e a segurança de todos os seus frequentadores e colaboradores. Reiteramos que não compactuamos, em hipótese alguma, com qualquer ato de violência ou comportamento que coloque em risco a integridade física ou emocional de nossos clientes e funcionários.
Estamos colaborando integralmente com as autoridades para a devida apuração dos fatos e esperamos que todas as circunstâncias envolvendo o ocorrido sejam esclarecidas o mais breve provável.
Continuaremos trabalhando para prometer que o Sex Night Club seja um envolvente seguro e hospitaleiro para todos. Agradecemos pela compreensão neste momento tão frágil.”
https://www.youtube.com/watch?v=H0MC8Yr3BOk
*Com informações do Cidade Alerta SC
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