Semana de 4 dias: por que empresas topam gastar mais para fazer o sistema funcionar
Empresários esperam que investimento em novas contratações e tecnologia seja revertido em atração de talentos e mais produtividade. Quem participou de teste no Brasil já viu resultados. Empresa de design de Belo Horizonte (MG) adotou semana de 4 dias
Greco/Divulgação
Para implementar a semana de quatro dias de trabalho em uma empresa, não basta avisar os funcionários: “Ei, pessoal! A partir de segunda-feira, todo mundo vai lucrar um dia a mais de folga.”
As companhias que participaram de um experimento sobre a jornada reduzida no Brasil tiveram que fazer uma série de adaptações para o novo padrão funcionar. É que o objetivo era manter 100% da produtividade (e dos salários), mesmo com as horas a menos de trabalho.
Além de adotar um planejamento rigoroso e novas estratégias de produtividade, as participantes também perceberam que passaram a ter gastos extras com novas contratações e tecnologia. Um terço das empresas participantes precisaram substanciar suas equipes, segundo o relatório final do projeto.
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“Teve dispêndio inicial de 3% a 4% da nossa empresa. É difícil fazer mudanças sem investimento”, diz Soraya Clementino, sócia-fundadora do escritório de advocacia Clementino e Teixeira, de São Paulo (SP).
Por lá, foi necessário contratar mais um funcionário, para imaginar a equipe de 15 pessoas. Também foi necessário implementar uma instrumento de perceptibilidade sintético para otimizar a realização de segmento das tarefas.
“Mas entendo que é um valor insignificante em relação ao tamanho do proveito, porque essas ferramentas e contratações permitirão, a longo prazo, chupar mais trabalho com a mesma equipe”, pondera a sócia.
Para Cláudia Carmello, sócia-fundadora da escritório de publicidade PiU Comunica, que também aderiu ao projeto em São Paulo (SP), o gasto com mão de obra e tecnologia vai valer a pena por desculpa da atração e retenção de talentos que a semana de quatro dias proporciona.
Ela reconhece, porém, que os seis meses do experimento ainda são um “tempo pequeno para fazer essa conta”. (veja aquém dados sobre as percepções dos participantes)
Para a professora de gestão em pessoas Lina Eiko Nakata, do Insper, é precípuo que as empresas que desejam testar a semana de quatro dias tenham um capital extra para vedar eventuais situações.
No caso do experimento em questão, uma iniciativa da “4 Day Week Brazil”, a própria participação no projeto é paga: custa a partir de R$ 7 milénio, a depender do tamanho da empresa.
Nesta primeira edição no Brasil, 19 empresas concluíram o teste. As companhias são de cinco cidades em quatro estados (SP, RJ, MG e PR) e participaram do projeto com, no supremo, 25 colaboradores.
A maioria é da extensão de tecnologia, notícia e consultoria, mas um hospital também participou, com funcionários da extensão administrativa. A segunda edição do projeto está com inscrições abertas até o término de setembro.
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Funcionário 🤝 empresa
Atrair e manter funcionários na empresa eram desafios que as participantes do experimento procuravam resolver quando aderiram à semana de quatro dias. Posteriormente seis meses de testes, segmento dos gestores já percebeu mudanças.
De entendimento com o relatório final do projeto, 66,7% das empresas relataram que a capacidade de recrutar novos talentos aumentou. Já a rotatividade de colaboradores permaneceu seguro para 75% das empresas e diminuiu para 25%.
“É um diferencial muito grande da empresa. Todos os meus amigos falavam sobre isso, perguntavam uma vez que estava sendo. Todo mundo queria mandar currículo para a gente”, diz Tadeu Carazza, associado do escritório de advocacia.
Ao término do projeto, quase metade dos funcionários também afirmou que a relação com o líder melhorou, e mais de 65% perceberam um aumento do comprometimento com a empresa.
Por término, muitos não mudariam de ofício, nem com um salário maior, para voltar a trabalhar cinco dias por semana:
16,7% não mudariam de ofício, independentemente do valor oferecido, para trabalhar cinco dias;
40,4% precisariam de um reajuste salarial de mais de 50% para considerar retornar à jornada de trabalho “enxurrada”.
⬆️ Engajamento = ⬆️ Produtividade
Com um dia a menos de trabalho na semana, 81% dos funcionários que participaram do teste no Brasil relataram ter mais originalidade e 87%, mais pujança para a realização das tarefas.
O engajamento aumentou para 60,3%, de entendimento com o relatório final, e tudo isso contribuiu para ampliar a produtividade, segundo 71,5%.
Não à toa, a subida liderança viu melhorias nos processos da empresa (83,3%) e no funcionamento das equipes (75%).
Para a professora Nakata, do Insper, manter a produtividade com uma jornada reduzida de trabalho depende da maturidade dos funcionários para entender as prioridades e realizar as entregas dentro dos prazos.
Outrossim, é necessário observar a propriedade da mão de obra de cada empresa. “Se a gente pensa num trabalho mais operacional e previsível, uma vez que numa risca de montagem, um dia a menos trabalhado é um dia de produção que você perde”, avalia.
“Mas, quando a gente fala de profissionais que dependem mais do cognitivo, da originalidade, para fazer as entregas, e não do ritmo da máquina, o tempo é muito relativo.”
A empresa de design Greco, de Belo Horizonte (MG), precisou fazer três novas contratações durante o experimento da semana de quatro dias. O número de funcionários passou de 19 para 22.
No entanto, o proprietário não sabe expor se a medida foi necessária por desculpa da redução da trouxa horária. “A gente cresceu, portanto pode ser coincidência. O volume de projetos aumentou”, diz Gustavo Greco.
Das empresas participantes do projeto, 72,7% observaram um aumento na receita durante os seis meses de teste, enquanto 27,3% experimentaram uma subtracção. Em termos de lucros, 63,6% relataram propagação, e 36,4% enfrentaram uma redução.
O relatório destaca, porém, que “a melhoria na receita e nos lucros não pode ser atribuída exclusivamente à implementação da semana de quatro dias”.
A qualidade do serviço apresentou um estabilidade, com 50% das empresas mantendo a qualidade. Um terço reportou melhora, enquanto 16,7% indicaram queda.
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