Notícias Especiais seunono.com.br 30 de setembro de 2024 0 Comentários

Tensão no Oriente Médio: Israel confirma início de irrupção terrestre no Líbano

Foto mostra pessoas em meio a escombros após um ataque. — Legenda da foto, Operações de procura depois ataque airado israelense perto de Sidon, sul do Líbano

30 setembro 2024

Atualizado Há 46 minutos

Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, as Forças de Resguardo de Israel (FDI) confirmaram na noite desta segunda-feira (30/9) o início de uma irrupção terrestre no Líbano.

As forças israelenses afirmaram que a irrupção tem caráter “restringido, localizado e direcionado”. A ação mira o Hezbollah, um partido político xiita e grupo armado com poderoso influência no Líbano.

“De conformidade com a decisão do escalão político, algumas horas detrás, as FDI começaram ataques terrestres limitados, localizados e direcionados com base em perceptibilidade calculada contra alvos terroristas do Hezbollah e sua infraestrutura no sul do Líbano”, disse a força israelense em postagem na rede social X.

A postagem afirma que os alvos estão em vilarejos israelenses próximos à fronteira com Israel e representariam “uma prenúncio imediata às comunidades israelenses no setentrião de Israel”.

As FDI disseram que suas tropas foram treinadas e preparadas “nos últimos meses” para esse tipo de irrupção, e que a Força Aérea está dando pedestal à ação.

O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse mais cedo, antes da irrupção, que o grupo estava pronto para uma ofensiva terrestre, alguma coisa que Israel vem insinuando há dias.

Foi o primeiro oração de uma poder de cimeira escalão desde que Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27/9), acirrando ainda mais o conflito.

Anna Foster, repórter da BBC que está em Beirute, afirmou que os efeitos da irrupção no Oriente Médio ainda são imprevisíveis — uma das incógnitas é sobre a própria possibilidade de reação do Hezbollah, já que o grupo foi fortemente atingido por ataques de Israel nas últimas semanas.

Mas Foster apontou alguns cenários possíveis.

Imagem aérea de centenas de pessoas reunidas ao redor de uma foto grande do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan. — Legenda da foto, Pessoas se reúnem para lamentar a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah

“Se [o Hezbollah] tiver poder de queima suficiente, pode eventualmente brigar cidades no interno de Israel”, escreveu a repórter.

“Outros representantes do Irã na região, uma vez que os Houthis no Iêmen ou milícias na Síria e no Iraque, podem tentar atingir alvos israelenses ou locais mais próximos de vivenda, uma vez que bases militares dos EUA próximas.”

“Todas essas respostas podem ocorrer, ou nenhuma delas”, diz a jornalista.

O ministro da resguardo de Israel, Yoav Gallant, disse anteriormente às tropas perto da fronteira libanesa que elas estavam preparadas para usar forças “do ar, mar e terreno”.

Mais cedo nesta segunda-feira, Israel emitiu um aviso ordenando a evacuação de moradores de Dahieh, o reduto do Hezbollah nos subúrbios ao sul de Beirute.

O aviso foi seguido por uma série de ataques à capital do Líbano — o primeiro ocorrendo menos de 30 minutos depois o alerta israelense.

Autoridades libanesas dizem que mais de 1.000 pessoas foram mortas nas últimas duas semanas em meio aos ataques e bombardeios de Israel, e até um milhão de pessoas precisaram ser deslocadas.

O conflito começou quando o Hezbollah lançou ataques transfronteiriços contra Israel, um dia depois os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro.