TV Orbe e afiliadas divulgam no sábado (5) as pesquisas eleitorais de véspera; saiba porquê são feitas
As pesquisas são o registro científico de dados, tendências, movimentos. Pesquisa não é previsão de resultados porque o espelho definitivo é a urna. A TV Orbe e as afiliadas contrataram e vão vulgarizar no sábado (5) as chamadas pesquisas de véspera. A Quaest está entrevistando eleitores das 26 capitais de estados brasileiros e em outras cidades grandes. O Datafolha, em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. São as últimas pesquisas de intenção de voto para prefeito desses institutos antes do primeiro vez das eleições municipais.
Imagine uma pesquisa que fosse capaz de ouvir todos os eleitores do Brasil. Difícil de fazer. Mas não é impossível imaginar essa pesquisa ideal. Mesmo assim, ela não repetiria o resultado das urnas porque muitos vão mudar de opinião. E muitos só escolhem o candidato na hora de estreitar o botão. É por isso que pesquisa não é, e nem pode ser, uma previsão. Mas portanto o que é uma pesquisa eleitoral? É, supra de tudo, um instrumento da democracia.
“É o encontro das tendências, de quais são as candidaturas que têm mais força, menos força, os mais conhecidos, os mais rejeitados. Isso tudo junto acaba virando informação preciosa para que o sufragista vote de maneira cada vez mais informada e cada vez mais consciente”, diz Felipe Nunes, professor e diretor da Quaest.
TV Orbe e afiliadas divulgam no sábado (5) as pesquisas eleitorais de véspera; saiba porquê são feitas
Jornal Vernáculo/ Reprodução
Pesquisa é transparência.
“Os partidos têm nas suas campanhas, cada um faz sua pesquisa mas não divulga. Logo, é importante que tenham pesquisas que são divulgadas para que o sufragista tenha conhecimento do que está acontecendo”, afirma Luciana Chong, diretora do Datafolha.
Os dois institutos que estão fazendo as pesquisas encomendadas pelas emissoras da Rede Orbe têm diferenças na metodologia.
“Cada instituto vai adotar sua própria metodologia, mas elas não têm o conflito entre elas. As duas vão contribuir para o sufragista ter essa nascente de informação que é a pesquisa”, diz Luciana Chong.
“As diferentes formas de mensuração da intenção de voto por diferentes institutos acabam se complementando para que o sufragista tome uma decisão mais informada”, afirma Felipe Nunes.
A principal diferença é o sítio das entrevistas. A Quaest vai até a moradia dos eleitores, sorteando os locais com base na separação do território estabelecida pelo IBGE. Já o Datafolha aborda os eleitores na rua, sorteando os chamados pontos de fluxo. Esses pontos foram selecionados representando a distribuição da população pelo IBGE.
Depois do sorteio, os pesquisadores dos dois institutos buscam aleatoriamente quantidades específicas de eleitores dentro dos critérios de idade, gênero, escolaridade e renda. Essa modelo deve ser formada por um grupo de pessoas que seja o espelho do eleitorado.
Saiba porquê são feitas as pesquisas eleitorais
As pesquisas são o registro científico de dados, tendências, movimentos: para onde os eleitores vão e a que velocidade as preferências estão se movendo. Pesquisa não é previsão de resultados porque o espelho definitivo é a urna.
Ao longo dos anos, a veras brasileira vai apresentando novos desafios aos institutos de pesquisa. A taxa de continência, por exemplo. O número de eleitores que deixam de votar nas eleições municipais vem crescendo. Em 2012, a continência foi de 16,4%; em 2016, foi de 17,6% e em 2020, ano da pandemia, a continência chegou a 23,1%. Ou seja, nessas três eleições, 27 milhões de eleitores, em média, deixaram de comparecer às urnas.
“Apesar do voto no Brasil ser obrigatório, nem todo mundo tem ido votar. As taxas de continência, de não comparência, têm sido crescentes desde 2002”, afirma Felipe Nunes.
O número de eleitores que deixam de votar nas eleições municipais vem crescendo
Jornal Vernáculo/ Reprodução
Por isso, nos últimos anos, além de medir a intenção de voto em um candidato A ou B, as estimativas de votos válidos tiveram que passar a identificar se o sufragista vai ou não comparecer no domingo.
“Na Quaest, nós combinamos dados oficiais do TSE que retratam o padrão e o histórico de comparecimentos nas últimas eleições, com perguntas para identificar a motivação, o interesse e proporção de participação de cada sufragista em eleições anteriores. Reunindo esses dois dados, é que a gente cria um protótipo, quase um algoritmo, no qual a gente atribui para cada sujeito na modelo um peso, uma verosimilhança, uma chance de ir votar no domingo. É dessa forma que a gente pretende e espera tornar a pesquisa ainda mais precisa, informativa para o sufragista que vai votar no domingo”, explica Felipe Nunes.
Na pesquisa de sábado (5), vão ser divulgados os votos totais e também os votos válidos para cada candidato.
“Porque é porquê o TSE vai vulgarizar os resultados da eleição. O TSE sempre considera os votos válidos. É feito um cômputo matemático onde a gente exclui os eleitores que disseram que vão votar em branco ou anular o voto e os eleitores indecisos”, diz Luciana Chong, diretora do Datafolha.
Outrossim, a pesquisa da véspera da eleição vai aumentar o número de eleitores entrevistados. Em São Paulo, por exemplo, a modelo tradicional da Quaest é de 1,2 milénio entrevistas. A pesquisa que vai ser divulgada no sábado (5) terá ouvido 2,4 milénio pessoas, o duplo. Na maior cidade do país, o Datafolha, que entrevistava 1,2 milénio eleitores, vai ouvir 2.052 milénio. Com isso, a margem de erro diminui de três pontos percentuais para dois.
A pesquisa que vai ser divulgada no sábado (5) começou a ser feita nesta sexta-feira (4), depois dos debates da Orbe e das afiliadas.
“Ela vai captar a intenção de voto do sufragista na véspera da eleição, na sexta e no sábado. O importante é você ver o filme completo daquela eleição. Logo, seguir todos os dados que foram coletados, todos os resultados e, no final, a gente vai ter o filme da eleição que vai mostrar exatamente o que aconteceu em cada momento”, afirma Luciana Chong.
“Essas tendências muito capturadas, metodologicamente, com rigor, com ciência, elas unicamente apontam direções. É o sufragista na urna que vai sentenciar o porvir da sua cidade nesse domingo”, diz Felipe Nunes.
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