Ultramaratonista superou diabetes pela corrida – 17/10/2024 – No Corre
O termo de semana do paulista Emerson Bisan, 50, promete. No sábado (19), ele corre pela 20ª vez a prova de 75km Bertioga-Maresias, no litoral setentrião de São Paulo. No domingo, às 11h45, faz palestra no Meio de Convenções Rebouças, em São Paulo, sobre sua vida com diabetes tipo 1, diagnóstico que recebeu aos 21 anos, em 1995.
Na estação ainda aluno de ensino física da Universidade de Mogi das Cruzes, temeu por abortar um porvir que acalentava desde a juvenilidade, de atuação no esporte. Não havia ainda a perspectiva de uma curso a enfileirar maratonas e ultramaratonas, provas que somadas hoje já vão para mais de duas centenas.
O médico que catequizou Bisan sobre o diabetes tipo 1 –doença autoimune, diferentemente da mais generalidade, diabetes tipo 2, desenvolvida principalmente por conta do sedentarismo– aliviou ali mesmo o principal temor do paciente: a premência de ceder o esporte.
Fez isso ao mostrar a foto da mito olímpica Mark Spitz, nadador estadunidense que havia ganhado sete medalhas de ouro numa única olimpíada, a de Munique, em 1972, e que sofreria do mesmo mal (não há no site solene de Spitz menção à doença).
Com aquele limão, Bisan fez a limonada da sua vida.
Sua curso uma vez que galeria de longas distâncias e mais tarde treinador de corrida, sócio de assessoria esportiva e difusor do esporte uma vez que pilar para a vida saudável, mormente para quem é diabético, exigiu dele enorme força de vontade, movimento que foi muito impulsionado pela menção, correta ou não, a Spitz.
“Eu poderia ser o Mark Spitz das corridas. Eu poderia ser o melhor da minha dimensão”, escreve a jornalista Letícia Martins sobre aquele momento na biografia “Emerson Bisan – 100 maratonas”, publicada há muro de dois anos.
Se decorrer maratonas ou participar de provas de triatlo exige capacidade de planejamento, uma vez que os aficionados gostam de proferir, fazer isso com diabetes, tendo de controlar a taxa de glicose do sangue e eventualmente ajustar a ingressão de insulina, demanda destreza logística.
Bisan usa o sistema MDI (de múltiplas doses de insulina) e mede a glicemia na ponta do dedo. Em provas muito longas, de mais de dez horas e em ambientes de difícil assepsia, prefere um padrão automatizado, com sensores de mensuração e um cateter que regula e faz a infusão de insulina adequada.
Mas a atividade física trabalha de certa forma uma vez que o próprio hormônio, reduzindo a glicemia do corpo, e Bisan diz que não precisou em 30 anos de corrida injetar insulina durante a prática.
Ainda assim restam as medições constantes e, ironicamente, o risco de hipoglicemia, quando as taxas glicêmicas baixam a níveis extremos.
“Quando a gente toma insulina e vai decorrer, soma-se ao efeito dela o do manobra, e aí a glicemia cai vertiginosamente. O risco agudo aí é maior do que qualquer outro a longo prazo.”
Parece um tanto bastante incômodo, e obviamente é quando comparado à situação de quem não precisa de zero disso, mas Bisan diz que se a tratamento fosse provável nos anos 1990 –e talvez mesmo se ela fosse provável hoje–, não a escolheria.
“Tudo que tenho hoje envolve o diagnóstico de diabetes lá detrás e o enfrentamento da doença desde portanto”, disse-me. “Meus amigos, minha profissão, as viagens que fiz, a capacidade física que descobri ter.”
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