um clássico forjado para fazer enorme sucesso

Ricardo (Cássio Gabus Mendes) e Tieta (Betty Faria) em 'Tieta'
Ricardo (Cássio Gabus Mendes) e Tieta (Betty Faria) em ‘Tieta’ Imagem: Divulgação/Globo

Enquanto isso, Zélia Gattai, também escritora, esposa e sua grande parceira de vida, cuidava das muitas correspondências, da casa e de preparar boas comidas para Jorge. Dizia que o escritor, enquanto criava, precisava de todo tipo de carinho.

O ritmo do texto foi uma das questões com as quais Jorge teve que lidar, conta Josélia Aguiar em “Jorge Amado – Uma Biografia” (Todavia), de onde pesco as informações. Como a história se passava numa cidade pequena, o autor pensou numa cadência mais morosa. Teve, contudo, que acertar a mão para que a coisa não ficasse vagarosa, perigando que o romance tomasse proporções bíblicas.

De cara, não estava nos planos de Jorge escrever mais uma história com protagonista feminina. Mas eram tempos bicudos para o mercado editorial, então decidiu entregar para a sua nova casa, a Record, um livro que, tinha certeza, faria enorme sucesso com o público.

Assim, Tieta nasceu para fazer par a outras grandes mulheres de Jorge Amado: Gabriela (de cravo e canela), Dona Flor (a dos dois maridos) e Tereza Batista (a cansada de guerra).

A preocupação com o meio ambiente, que passou a preocupar Jorge depois que o escritor ouviu de um político o papo de ser impossível progredir sem poluir, seria uma das camadas da narrativa.



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