Vendas de bares e restaurantes caem 4% em setembro, aponta levantamento
O volume de vendas do setor de bares e restaurantes brasileiros caiu 4% em setembro, segundo o Índice Abrasel Stone.
A pesquisa aponta que o segmento vive um momento de oscilações, porém reforça que há potencial para passar detrás do prejuízo nos próximos meses.
Apesar de o mercado de trabalho estar aquecido, um indicador que tende sinalizar para uma renda e consumo possante das famílias, Matheus Calvelli, pesquisador de dados da Stone, aponta que as taxas de inadimplência e o comprometimento da renda com o serviço da dívida têm se mostrado mais resilientes do que o esperado nos últimos meses.
“Com a redução da renda disponível, o consumo discricionário – uma vez que o de bares e restaurantes – acaba sendo afetado”, afirma à CNN o pesquisador responsável pela pesquisa.
Calvelli aponta que, de indumento, o cenário posto é esse de relação antagônica entre a baixa taxa de desemprego, a subida da volume salarial e da economia robusta uma vez que um todo, versus uma inadimplência ainda elevada.
Apesar de ter derrubado em setembro, a proporção de famílias endividadas no Brasil era de 77,2% naquele mês, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Vernáculo do Negócio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Ainda assim, a CNC ressalta que a inadimplência cresceu entre algumas faixas de renda pesquisada. A entidade aponta que 37,2% das pessoas que recebem até três salários mínimos tinham dívidas atrasadas em setembro, perante 36,7% em agosto; enquanto na filete de cinco a dez salários mínimos era de 24,5%, perante 22,9% no mês anterior.
Na avaliação da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), ainda entra um outro fator que puxa o setor para ordinário nessa equação: as apostas. Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da entidade, as bets são uma preocupação.
Pelo resultado, Calvelli aponta para incertezas no último trimestre do ano.
Porém, tanto ele quanto Solmucci ressaltam que o setor de bares e restaurantes ainda pode ver qualquer movimento até o término de 2024.
“É um período importante para o setor, que tende a se beneficiar dos gastos com as festas de final ano, férias e décimo terceiro”, afirma Calvelli.
“A nossa expectativa é positiva, porque imaginamos que as bets possam ser reguladas de alguma forma. Outrossim, acreditamos que, com a chegada do verão, uma quadra que favorece o nosso setor, haverá uma retomada nas vendas”, conclui o presidente da Abrasel.
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