Biden confirma cessar-fogo e reforça direito de defesa de Israel
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou nesta terça-feira (26) o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no Líbano, que deverá entrar em vigor às 4h da manhã (no horário local), desta quarta-feira (27) – 23h desta terça em Brasília. Falando em uma coletiva na Casa Branca, Biden descreveu o acordo como o primeiro passo para “uma cessação permanente das hostilidades” e afirmou que os governos dos dois países, neste caso o governo de fato do Líbano e o de Israel, aceitaram a proposta apresentada pelos EUA para encerrar o conflito que estava em curso entre as forças terroristas do Hezbollah e os israelenses.
“Esta é uma boa notícia. […] Sob o acordo alcançado hoje, o combate ao longo da fronteira libanesa-israelense será encerrado, e o exército libanês reassumirá o controle de seu território”, disse Biden. Ele destacou que, nos próximos 60 dias, Israel iniciará uma retirada gradual de suas forças da região, permitindo que civis de ambos os lados retornem às suas comunidades para reconstruir suas vidas.
O presidente americano em fim de mandato enfatizou que Israel mantém o direito à autodefesa caso o Hezbollah ou qualquer outra organização viole o cessar-fogo.
“Deixe-me ser claro: se o Hezbollah ou qualquer outro violar o acordo e representar uma ameaça direta a Israel, então Israel mantém o direito à autodefesa, em conformidade com o direito internacional”, declarou Biden, reafirmando o compromisso dos EUA com a segurança de Israel.
Biden também sublinhou que o cessar-fogo marca um momento crucial para o Líbano. Para o democrata, o acordo simboliza um novo começo para o país, permitindo que ele recupere sua soberania e que o restante de organizações terroristas seja desarmado. Biden ainda descartou o envio de tropas americanas para o sul do Líbano.
Desde o início do conflito entre Israel e o Hezbollah, mais de 70 mil israelenses e 300 mil libaneses se tornaram refugiados dentro de seus próprios países, lembrou Biden, que lamentou as perdas humanas e a destruição causada pela guerra, classificando-a como “o confronto mais mortal entre Israel e Hezbollah em décadas”.
O presidente dos EUA aproveitou o momento para reforçar sua visão de um Oriente Médio mais “pacífico e integrado”.
“Este progresso nos aproxima da realização de uma agenda afirmativa: um Oriente Médio próspero, onde palestinos e israelenses vivam com segurança, dignidade e em estados separados, mas sem que grupos terroristas, apoiados pelo Irã, ponham a estabilidade da região em risco,” declarou.
Embora o conflito com o Hezbollah tenha, em tese, alcançado esta pausa, Biden destacou que os esforços pela paz em Gaza, ainda são necessários. Ele mencionou a situação dos civis palestinos, afirmando que eles também merecem “o fim dos combates e deslocamentos”.
A Casa Branca divulgou ainda um comunicado conjunto da França e dos EUA falando sobre o acordo. Nele, ambos os países citam que “após várias semanas de diplomacia incansável, Israel e o Líbano aceitaram a cessação das hostilidades entre os dois países”.
“O anúncio de hoje interromperá os combates no Líbano e garantirá a segurança de Israel contra a ameaça do Hezbollah e outras organizações terroristas operando a partir do Líbano. Este anúncio criará as condições para restaurar uma calma duradoura e permitirá que os residentes de ambos os países retornem com segurança aos seus lares dos dois lados da Linha Azul. Os Estados Unidos e a França trabalharão com Israel e o Líbano para garantir que este acordo seja plenamente implementado e cumprido, e permanecemos determinados a evitar que este conflito se torne mais um ciclo de violência. Os Estados Unidos e a França também se comprometem a liderar e apoiar esforços internacionais para o fortalecimento das Forças Armadas Libanesas, bem como o desenvolvimento econômico em todo o Líbano, a fim de promover a estabilidade e a prosperidade na região”, diz o comunicado.
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