Eleições nos EUA 2024: por que Kamala Harris não destaca que pode ser primeira mulher eleita presidente dos EUA

Desde que começou sua campanha, ela tem evitado focar em seu gênero ou identidade racial, e prefere salientar suas qualificações para o função e a promessa de que, se for eleita, irá governar para todos.

Essa estratégia contrasta com a última vez em que uma mulher concorreu à Lar Branca por um dos dois grandes partidos americanos.

Em 2016, a democrata Hillary Clinton adotou uma vez que um dos temas centrais de sua campanha a teoria de “quebrar o teto de vidro” que impedia que mulheres chegassem à Presidência do país.

Clinton acabou vencendo no voto popular, com quase 66 milhões de votos, mas não no Escola Eleitoral, e perdeu a disputa para o republicano Donald Trump.

Oito anos depois, Trump é novamente o candidato republicano, e desta vez os democratas apostam em uma abordagem dissemelhante para enfrentar o opositor.

Vários fatores parecem tarar nessa decisão estratégica, entre eles o estilo pessoal de Harris, que ao longo de sua curso quebrou várias barreiras, mas sempre evitou dar atenção demasiada ao roupa de “ser a primeira”.

Muitos observadores salientam que Harris está deixando o roupa óbvio de que é mulher falar por si. Aliás, lembram que o foco identitário traz o risco de distanciar segmento do eleitorado.

“(Harris) precisa velejar entre o potencial de sua identidade para energizar certos segmentos de eleitores e o risco de alienar outros”, diz à BBC News Brasil a pesquisador política Mara Ostfeld, professora da Universidade de Michigan.

Para Ostfeld, sobresair a identidade de Harris dificilmente mudará a posição tanto dos eleitores que já estão motivados pela perspectiva de escolher a primeira mulher presidente quanto dos que resistem à teoria.

“No entanto, há um terceiro segmento de eleitores que são indiferentes ou não têm certeza sobre uma vez que se sentem em ter uma mulher uma vez que presidente”, ressalta Ostfeld.

“Parece provável que sua estratégia esteja focada em minimizar as diferenças percebidas por esses eleitores, com o objetivo de não amplificar qualquer incerteza ou desconforto que possam ter sobre uma mulher ocupar a Presidência.”

Segundo Debbie Walsh, diretora do Center for American Women and Politics (CAWP), meio que estuda a participação das mulheres na política americana e é ligado à Universidade Rutgers, em Novidade Jersey, os eleitores sabem que “é evidente que, se ela vencer, será a primeira (mulher)”.

“As pessoas que estão empolgadas com a teoria de ela ser a primeira mulher eleita presidente, a primeira mulher negra, a primeira pessoa de origem asiática, já querem apoiá-la. Seu trabalho é tentar persuadir os que ainda não decidiram se podem votar nela”, diz Walsh à BBC News Brasil.

“De certa forma, uma vez que Hillary Clinton veio antes, (uma vez que já) tivemos uma mulher indicada pelo Partido Democrata, Harris talvez não precise (sobresair) tanto isso”, observa Walsh.

Quando Clinton concorreu à Presidência, em 2016, o significado histórico de sua candidatura era ressaltado desde o slogan “Eu estou com ela” até seus terninhos brancos, cor simbólica que remete ao movimento pelo votação feminino no país.

Clinton era a primeira mulher a concorrer à Lar Branca por um dos grandes partidos. Seu gênero era usado uma vez que fator para motivar a base eleitoral e descrito não uma vez que tropeço, mas uma vez que vantagem.

Em um oração que ficou famoso, ela disse: “Não estou pedindo que votem em mim simplesmente porque sou mulher, estou pedindo que votem em mim por meus méritos”.

Logo em seguida, completou: “Acho que um desses méritos é que sou uma mulher. E posso levar essa visão e perspectiva para a Lar Branca”.

O simbolismo se estendeu até o dia da votação. Clinton planejava realizar sua sarau da vitória sob um “teto de vidro” real, no Javits Center, meio de convenções em Novidade York.

Mas aquela noite não acabou em sarau, e o traumatismo da roteiro, que pegou muitos de surpresa, levou os democratas a tentarem evitar repetir erros do pretérito.

Na Convenção Vernáculo Democrata deste ano, em agosto, muitas das mulheres estavam novamente de branco, e Clinton voltou a usar a imagem do teto de vidro.

“Do outro lado desse teto de vidro está Kamala Harris, levantando a mão e fazendo o juramento de posse uma vez que 47ª presidente dos Estados Unidos”, disse, ao discursar.

Harris, no entanto, optou por vestir azul-marinho ao admitir oficialmente a nomeação uma vez que candidata do Partido Democrata, e não fez nenhuma menção direta ao roupa de ser mulher.

Disse que aceitava a nomeação “em nome de todos os americanos, independentemente de partido, raça, gênero ou da língua que sua avó fala.”

“Ela passou a maior segmento do tempo falando sobre o que fará pelo país (caso eleita), uma vez que está preparada e capaz, uma vez que tem experiência, é qualificada, poderoso”, observa Walsh.

O roupa de Harris poder se tornar a primeira mulher a liderar os Estados Unidos não é totalmente ignorado pela campanha democrata.

“De muitas maneiras, outros estão levantando a questão da natureza histórica de sua campanha”, salienta Walsh. “(O candidato a vice) Tim Walz fala sobre isso, muitos apoiadores estão falando sobre isso, e a prensa está falando sobre isso.”

Mas ela própria evita fazer de seu gênero um ponto meão, tocando no tema de formas mais sutis, uma vez que em menções à sua curso de promotora dedicada a proteger mulheres e crianças contra “predadores” ou em sua resguardo do recta ao monstro.

Essa bandeira ganhou ainda maior relevância em campanhas democratas desde 2022, quando a Suprema Galanteio americana, com três de nove juízes nomeados por Trump, anulou a decisão que durante meio século garantiu o recta constitucional ao monstro no país.

“Se você observar, Kamala Harris está salientando (o roupa de) ser mulher à sua própria maneira”, diz à BBC News Brasil a pesquisador política Rosalyn Cooperman, professora da University of Mary Washington, na Virgínia.

Cooperman, que é técnico em mulheres na política americana, observa que Harris toca no tema quando fala para fatias específicas do eleitorado, uma vez que mulheres negras.

“Em termos de sua estratégia universal de campanha, uma coisa não exclui a outra”, afirma Cooperman. “Ela também consegue falar de maneira suasivo com grupos que se importam profundamente com a teoria de ‘ter alguém que se parece conosco para nos simbolizar’.”

Ao longo de sua trajetória uma vez que promotora, procuradora-geral da Califórnia, senadora e vice-presidente, Harris nunca fez de sua identidade o foco principal, mesmo quando interlocutores insistem no ponto.

Em entrevista recente à rede CNN, quando uma pergunta tocou nesse tópico, Harris respondeu: “Estou concorrendo porque acredito que sou a melhor pessoa para fazer esse trabalho neste momento, para todos os americanos, independentemente de raça e gênero”.

Muitos comparam sua estratégia à de Barack Obama, o primeiro (e único) varão preto a ser eleito presidente dos Estados Unidos.

Durante sua campanha vitoriosa, em 2008, o democrata usou uma mensagem com apelo para o eleitorado mais grande e destaque para suas propostas e para o libido de ser “um presidente para todos os americanos”.

“Ele raramente falava sobre raça”, ressalta Walsh. “Ele não falava sobre se tornar a primeira pessoa negra eleita presidente.”

Walsh lembra que, em 2008, quando disputou as primárias democratas para ser a candidata do partido, mas perdeu para Obama, Clinton seguiu a sabedoria convencional, e não colocou seu gênero em primeiro projecto.

“Ela sempre se identificou muito (com a questão de gênero), e meio que concorreu contra o que era sua marca. Mas não deu perceptível”, afirma Walsh. “Acho que, quando concorreu em 2016, ela foi mais autêntica sobre isso. Era alguma coisa que realmente a definia.”

No entanto, o foco em gênero, apesar de empolgar a base de espeque, também pode provocar repudiação. Muitos eleitores estão dispostos a votar em uma mulher, mas dão mais valia às propostas e conhecimento do candidato, não ao potencial de fazer história.

“Se você olhar para Hillary Clinton, mulheres brancas, mormente mulheres brancas casadas, votaram principalmente em Donald Trump”, observa Cooperman. “A noção de que mulheres votam em mulheres não leva em conta o fator partidário.”

“É importante lembrar que Hillary Clinton não tinha nenhum roteiro, nenhuma mulher havia sido candidata à Presidência por um grande partido”, ressalta Walsh. “Aliás, seu opositor era um tipo de candidato contra quem, francamente, nenhuma pessoa havia concorrido.”

A experiência de Clinton serviu de exemplo para Harris, que não exclusivamente concorre uma vez que a segunda mulher a buscar o função por um grande partido mas, também, contra o mesmo opositor da antecessora.

“De certa forma, outro presente de Hillary Clinton para Kamala Harris é que sua perda mobilizou as mulheres politicamente neste país de uma forma que não víamos há muito tempo”, salienta Walsh.

A roteiro de Clinton para Trump desencadeou marchas de protesto ao volta do país e levou a uma maior participação de mulheres em organizações de base e a uma vaga de candidaturas femininas a cargos públicos.

As eleições de meio de procuração de 2018 registraram números recordes de mulheres concorrendo e sendo eleitas para cargos executivos e legislativos.

Segundo dados do CAWP, o número de mulheres governadoras nos Estados Unidos é hoje o duplo do que era em 2016, passando de seis para 12. Também há mais senadoras e deputadas federais.

Em seguida quase quatro anos uma vez que vice, Harris concorre à Presidência em um momento em que os eleitores americanos estão mais acostumados com uma candidata mulher.

“Embora ainda me doa não ter conseguido quebrar esse teto de vidro mais sobranceiro e duro, tenho orgulho de que minhas duas campanhas presidenciais fizeram parecer normal ter uma mulher no topo da placa”, escreveu Clinton em julho, em um cláusula de opinião no jornal The New York Times.

A menos de um mês das eleições, esta será novamente uma disputa acirrada. Pesquisas de intenção de voto mostram Harris e Trump praticamente empatados, mormente nos Estados em que serão decisivos, com diferenças dentro da margem de erro.