Leia a denúncia de funcionária contra assédio sexual de diplomata
A jovem de 25 anos que foi vítima de assédio sexual do diplomata brasileiro Rubem Mendes de Oliveira, hoje com 60 anos, escreveu uma carta-denúncia com detalhes do ocorrido.
A mulher encerrava seu expediente na Embaixada do Brasil em Cairo quando foi beijada na boca, sem seu consentimento, pelo diplomata. Logo após o ato, Rubem ainda disse: “Desse jeito, eu nunca vou te esquecer” (na versão dele, afirmou que “se lembraria sempre do seu belo sorriso”). O assédio sexual ocorreu em fevereiro de 2022, na própria embaixada. O caso foi revelado pela coluna nesta quarta-feira (22/10).
Na denúncia, a jovem relatou ter ficado constrangida e que passou ao menos duas semanas chorando, sem saber o que fazer. Ela conta detalhes do dia do assédio e como isso afetou seu trabalho na embaixada e sua vida pessoal. A mulher resolveu denunciá-lo para evitar que outras pessoas passem pela mesma situação que ela passou.
Leia a íntegra da carta na versão original (em inglês) e na versão traduzida:
Carta denúncia Itamaraty – original by Arte Metrópoles on Scribd
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Carta de Denúncia (Traduzida) by Arte Metrópoles
Rubem confessou ter beijado a boca da jovem e pediu desculpas. O Itamaraty confirmou, no termo de indiciamento, se tratar de um caso de assédio sexual e pontuou que isso não é aceito em qualquer lugar do mundo, mas não demitiu o servidor.
O diplomata foi punido a 40 dias de suspensão. A punição, contudo, foi convertida em multa.
Atualmente Rubem trabalha na Embaixada do Brasil em Berna, na Suíça. Em agosto, o diplomata foi designado chefe do Setor de Promoção Comercial (Secom) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectec) da missão diplomática. A nova função lhe garante rendimentos extras. Ele tem um salário de quase R$ 100 mil.
O que diz o Itamaraty
Procurado, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a ocupação dos cargos de chefia pelo diplomata não se relaciona a promoção. “As funções que ocupou e que ocupa atualmente são funções compatíveis com o seu nível hierárquico. O referido servidor é conselheiro da carreira de diplomata desde 2014, não tendo recebido nenhuma promoção no âmbito da carreira desde então”, esclareceu.
O ministério explicou ainda que a chefia de setores é “fato corriqueiro para diplomatas no exterior, não sendo incomum, em postos pequenos e médios, que um diplomata chefie um ou mais setores, tendo em vista a necessidade de distribuir as tarefas entre um número relativamente restrito de diplomatas”.
“O servidor foi responsabilizado e devidamente penalizado por suas condutas, e os objetivos da atividade disciplinar parecem ter sido alcançados”, acrescentou.
Rubem foi procurado por e-mail, mas não retornou. O advogado dele disse que não iria se manifestar.
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