Pedido por voto útil mostra degradação da qualidade do debate público, diz perito à CNN
A campanha pelo voto útil nas eleições municipais, principalmente em São Paulo, tem revelado fragilidades políticas significativas, segundo o perito Creomar de Souza, CEO da consultoria Dharma. Em entrevista ao WW, Souza analisou o cenário político atual e suas implicações para o debate público.
De pacto com o exegeta, a situação expõe dificuldades enfrentadas pelas duas maiores lideranças políticas do país, Lula e Bolsonaro, em transferir seus apoios e votos para os candidatos que endossam.
“Em qualquer sentido, nós vimos aí na preparação das municipais, Lula e Bolsonaro, cada um a seu modo, construindo estratégias que os colocavam uma vez que capazes de retrair votos e determinar quadros eleitorais”, observou Souza.
Complexidades do cenário eleitoral em São Paulo
O perito destacou a dificuldade do cenário eleitoral na capital paulista. “Em São Paulo, fica muito simples que o surgimento de um outsider uma vez que o Marçal embola um pouco esse jogo”, afirmou.
Ou por outra, mencionou o impacto da candidatura de Tabata Amaral, que buscou fugir da polarização e focar nas questões específicas da cidade.
Souza criticou a postura de alguns candidatos que agora clamam pelo voto útil: “Não dá para na véspera da eleição transferir o ônus daquilo que é em qualquer sentido incompetência do candidato para o votante”.
Ele argumentou que essa prática tem se tornado recorrente na democracia brasileira, indicando uma degradação da qualidade do debate público.
Eficiência do voto útil e comportamento do eleitorado
Quanto à eficiência do apelo ao voto útil, o exegeta ponderou que pode funcionar em alguns casos, dependendo do contexto.
“Você tem aí situações em que, vamos expor, a gente tem uma união de mau humor do eleitorado em relação a um candidato específico, um determinado receio de que o horizonte mude em um eventual segundo vez, isso pode levantar qualquer tipo de possibilidade”, explicou.
No entanto, Souza ressaltou uma tendência observada nas últimas campanhas eleitorais: “O eleitorado não está muito disposto, ainda mais nesse envolvente de polarização, em dar cheques em branco”.
Ele concluiu que, em alguns casos, há um interesse do eleitorado em forçar um maior escrutínio ou embate entre os candidatos, refletindo uma mudança no comportamento dos eleitores frente às estratégias políticas tradicionais.
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