Promotoria pede pena máxima para francês que drogou e estuprou a esposa
Os promotores do caso Gisèle Pelicot pediram a pena máxima para Dominique, o ex-marido da vítima, que a dopou e a estuprou durante anos sem que ela tivesse conhecimento, além de ter convidado dezenas de homens para violar a mulher.
Depois de quase três meses de audiências, o julgamento na cidade de Avignon, no sul do país, entra na fase final nesta segunda (25/11), com os promotores dizendo os veredictos que desejam para os 51 acusados.
A promotora Laure Chabaud pediu a pena máxima possível por estupro agravado – 20 anos – contra o agora ex-marido de Gisèle. O homem de 72 anos olhava para o chão, com uma das mãos no cabo da bengala, enquanto o promotor falava.
“Vinte anos entre as quatro paredes de uma prisão”, disse Chabaud. “É muito e não é suficiente.”
Espera-se que o tribunal entregue seus veredictos antes de 20 de dezembro. Antes disso, até o dia 13, as alegações finais das defesas também serão ouvidas.
“O que está em jogo não é uma condenação ou absolvição, e sim uma mudança fundamental das relações entre homens e mulheres”, disse o também promotor Jean-François Mayet, no início das alegações finais.
Após 11 semanas de julgamento, o pedido de penas coincide com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
O julgamento esteve muito presente durante as manifestações do fim de semana na França, nas quais milhares de pessoas denunciaram a violência contra as mulheres e pediram o reforço da legislação para prevenir os crimes de gênero.
A repercussão do processo também é mundial. Diante do presidente francês, Emmanuel Macron, a presidente da Câmara dos Deputados, Karol Cariola, elogiou a “coragem e dignidade” de Gisèle, uma “cidadã comum que deu uma lição ao mundo”
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Entenda o caso
Dominique Pelicot, o homem com quem Gisèle Pelicot, de 71 anos, foi casada por quase 50 anos. Ele reconheceu que durante anos misturou sedativos em sua comida e bebida, para poder estuprá-la e também convidar dezenas de estranhos para participar dos atos.
O homem admitiu os fatos e se esforçou durante o julgamento para desmontar a defesa dos demais réus, incluindo vários que alegaram que pensavam participar de um jogo sexual de um casal “libertino”.
A maioria dos demais acusados, com idades entre 26 e 74 anos, também enfrenta a possibilidade de penas de até 20 anos de prisão por estupro com agravante.
*Com informações de AFP
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