'Se elas estivessem comigo, elas estariam vivas', diz avô de gêmeas que morreram em pausa de oito dias no RS
Irmãs chegaram a morar com os avós em seguida monitoramento do Parecer Tutelar em alguns municípios. Mãe das meninas está presa temporariamente por suspeita de envolvimento nas mortes. Caso ocorreu em Igrejinha. Gêmeas que morream em Igrejinha com o avô
Registo pessoal
A rapariga Antonia Pereira, de seis anos, que morreu oito dias em seguida a mana gêmea, Manuela, foi velada e enterrada nesta quinta-feira (17), em Igrejinha, a 90 km de Porto Feliz. A mãe das crianças está presa temporariamente por suspeita de envolvimento nas mortes. A polícia suspeita de intoxicação.
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O túmulo de Antonia fica ao lado de onde está o corpo de Manuela, no Cemitério Municipal de Igrejinha. O avô materno das crianças, Manoel da Cunha Dias, acompanhou a cerimônia.
O idoso foi responsável pela guarda das meninas por oito meses, no município vizinho de Taquara. Nessa idade, os pais das garotas estavam separados, em uma das idas e vindas de um relacionamento de mais de duas décadas. O reformado afirmou que precisou entregar as crianças aos pais por ordem da Justiça.
“Se elas estivessem comigo, elas estariam vivas hoje. Com certeza. Eu teria desvelo, porque eu sempre cuidei delas muito”, diz o avô.
Segundo Manoel, Antonia teria sentido mais a mudança para a vivenda dos pais. “Ela era pequenininha, se agarrou nas minhas duas pernas e chorava gritando: ‘vovô, não deixa me levar, não deixa me levar, não quero transpor daqui'”, relata.
“Eram meus ‘bichinhos’. Entravam nesse portão correndo: ‘vovô, vovô’. Me abraçavam, bejIavam, grudavam no meu pescoço”, lembra o avô.
Túmulos de Manuela e Antonia
Reprodução/ RBS TV
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O convívio das gêmeas com os avós era frequente. Em diversos episódios, as meninas tiveram a situação monitorada pela rede de proteção a crianças e adolescentes.
Antonia e Manuela foram morar com o avô depois que a mãe, filha de Manoel, perdeu a guarda das crianças em Santa Maria, na Região Médio. Isso ocorreu porque a mãe teria deixado a filha com uma vizinha. Elas também chegaram a viver com o avô em razão de problemas de saúde da mãe.
Mortes das gêmeas Antonia e Manuela Pereira são investigadas pela Polícia Social
Registo pessoal
Em dezembro de 2021, o Parecer Tutelar de Xangri-Lá, no Litoral Setentrião, informou que fez um atendimento a Manuela, Antônia e uma mana mais velha em seguida uma ocorrência policial. Na idade, elas foram retiradas do pai e também levadas para os avós.
O Parecer Tutelar de Igrejinha não tinha relatos de denúncias contra a família. O órgão afirmou que passou a monitorar as meninas em 2022, quando elas foram morar na cidade. As gêmeas estavam matriculadas na escola, tinham frequência regular e não havia sinais de maus-tratos ou violência.
Nesta quinta, o Parecer Municipal de Direitos da Muchacho e Jovem de Igrejinha instaurou uma percentagem para apurar eventual nequice na assistência da rede. O Ministério Público disse que está acompanhando o caso.
Investigação
Polícia suspeita que mãe envenenou filhas gêmeas em Igrejinha
A Polícia Social acredita que a mãe das meninas esteja envolvida na morte das gêmeas. Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, está presa temporariamente sob suspeita de duplo homicídio. A prisão tem prazo de 30 dias. O g1 tenta contato com a resguardo dela.
A investigação apura se a motivo da morte das meninas foi intoxicação. Não foram encontrados sinais aparentes de violência nos corpos. Médicos que atenderam as crianças relataram, em prova, a suspeita de intoxicação por medicamento ou veneno porque as duas tiveram quadros de hemorragia.
“Neste momento, nós temos a fé de que foi a mãe. A verosimilhança maior é de que elas tenham sofrido um intoxicação ou uma intoxicação com uma ração muito grande de medicamento ou até mesmo um veneno. Nós dependemos do laboratório do Instituto-Universal de Perícias”, diz o solicitador Cleber Lima.
De congraçamento com o solicitador, problemas psicológicos podem ter levado a mãe das crianças a cometer os crimes.
“Familiares disseram em prova que essa mãe era capaz, realmente, de ter feito essa malvadeza com as filhas porque ela era completamente desequilibrada. Ela esteve internada em uma clínica psiquiátrica, teve um surto psicótico há tapume de 40 dias, estava há 10 dias com subida, foi para a residência e acabou cometendo esse desatino”, afirma Lima.
Os familiares teriam dito à polícia que a mulher teria sofrido um susto psicológico em seguida a morte de um fruto, de 22 anos, em Santa Maria em 2022, relacionada com o tráfico de drogas. A mulher, a partir dessa idade, teria deixado de ser uma mãe amorosa para as filhas, de congraçamento com os relatos.
O pai das meninas, um varão de 43 anos, não teria envolvimento com o violação, de congraçamento com a Polícia Social, que indica que os envenenamentos teriam ocorrido em ocasiões em que ele não estava em vivenda – no trabalho ou fazendo coisas a pedido da esposa. Em prova, ele afirmou que nenhuma das duas meninas tinha problemas de saúde anteriores.
Entenda o caso
Mãe é presa temporariamente por suspeita da morte de gêmeas em Igrejinha
As gêmeas de seis anos morreram em um pausa de oito dias, em 7 e 15 de outubro, no município de Igrejinha.
De congraçamento com o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Igrejinha, Graciano Ronnau, que atendeu o caso mais recente, Antonia “estava em paragem cardiorrespiratória e urinada, os mesmos sintomas da mana gêmea”. Ambas foram socorridas em vivenda.
Na noite de 15 de outubro, a Polícia Social prendeu temporariamente Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, mãe das gêmeas. Em prova, Gisele negou que “tenha feito um tanto contra as filhas” e afirmou que “sempre fez de tudo para cuidar e amar as filhas”.
Segundo o solicitador Cleber Lima, o duplo homicídio teria sido doloso, quando há intenção ou vontade de praticar o violação. “Há suspeita de que ela tenha praticado homicídio contra essas crianças”, disse.
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