Trump atenua tom e fala em ‘era de ouro’ para os E…


Após tomar posse e tornar-se, oficialmente, o 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump fez um discurso nesta segunda-feira, 20, em que alternou uma visão otimista sobre o futuro, falando em uma “era de ouro” para o país, com críticas duras e pestilentas ao governo anterior de Joe Biden, presente na cerimônia ao lado da vice-presidente Kamala Harris, que perdeu de Trump nas eleições.

Recém-empossado, Trump disse que retornaria ao Salão Oval “confiante e otimista de que estamos no início de uma nova era emocionante de sucesso nacional”, e prometeu “colocar a América em primeiro lugar” ao marcar um novo capítulo para o país.

“A era de ouro da América começa agora”, afirmou. “A partir deste dia em diante, nosso país florescerá e será respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não permitiremos que nos aproveitem mais.” Ele acrescentou durante seu discurso inaugural que “uma onda de mudanças está varrendo o país”.

Atenuou, mas nem tanto

Depois de um prelúdio otimista, em que também usou o início do discurso para agradecer a vários ex-presidentes que compareceram à posse (inclusive a Biden, com quem tomou chá na Casa Branca momentos antes), começou uma familiar ladainha de horrores.

Enquanto Trump lamentou um “governo que não consegue administrar nem mesmo uma crise simples em casa”, Biden e Harris assistiram impassíveis ao discurso de seus assentos na multidão. O republicano questionou totalmente o histórico do antecessor – bem na cara dele.

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“A partir deste momento, o declínio da América acabou. Nossas liberdades e o destino glorioso de nossa nação não serão mais negados”, disse ele, chamando o dia de sua posse de “dia da libertação”.

Ele prometeu que acabará com a armamentização do Departamento de Justiça, uma prática que acusou o governo Biden de fazer para atingi-lo pessoalmente e impedi-lo de voltar a concorrer em eleições. Diante dos quatro processos que enfrentou (todos os quais deram em nada, devido à sua vitória eleitoral), denunciou com fúria uma suposta “caça às bruxas”. O presidente democrata negou veementemente as alegações, e especialistas enxergam instituições independentes nos Estados Unidos.

“A balança da justiça será reequilibrada. A armamentização cruel, violenta e injusta do Departamento de Justiça e do governo acabará. Aqueles que desejam interromper nossa causa tentaram me aprisionar e até mesmo tirar minha vida”, disse, relembrando a tentativa de assassinato que sofreu durante a campanha. “Mas ela foi salva por uma razão. Fui salvo por Deus para que eu pudesse tornar a América grande novamente”, disse, sob uma onda de aplausos.

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No entanto, pareceu atenuar o tom em relação ao discurso na noite anterior, em um comício em Washington, D.C., ao pedir “união” e uma “revolução de bom senso”. As frases (mesmo as críticas mais fortes) também foram entregues de maneira mais comedida do que no evento de domingo 19 – ele se alimenta das multidões, extraindo energia de seu entusiasmo, e a entrega contida parece ser um reflexo do público menor dentro da Rotunda do Capitólio.

O que prometem os próximos quatro anos

Assessores afirmaram anteriormente que o discurso de Trump seria menos “carnificina americana” como o de 2017, quando falou ofereceu uma visão sinistra dos Estados Unidos com cidades afetadas pelo crime, elite política no controle e fábricas fechadas. Refletiria, ao invés disso, o quão diferente ele vê a presidência e seu poder desta vez. Seus comentários, porém, não ficaram tão distantes da “carnificina americana”.

Afinal, Trump mudou? A resposta é: muito pouco. O que mudou foi a maneira como uma parcela significativa das pessoas se coloca no mundo, não como parte de um todo, mas dentro de bolhas com interesses muito nítidos, muito particulares — e bastante conservadores. Trump e seu entorno souberam ver isso e, surfando com habilidade, chegaram à crista da onda.

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Entre os compromissos que ele listou durante o discurso estão algumas promessas de campanha – em sua maioria, reversões de políticas da era Biden. Confira:

  • Mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, dizendo que “os Estados Unidos vão recuperar seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra — inspirando o espanto e a admiração do mundo inteiro”.
  • Taxar importações estrangeiras, que chamou de uma “revisão do nosso sistema comercial para proteger e enriquecer os trabalhadores e famílias americanos”. Para esse propósito, ele afirmou que fundará o Serviço de Receita Externa para coletar todas as tarifas, taxas e receitas.
  • Revogar o Green New Deal, pacotão de energia limpa, e incentivos à produção nacional de veículos elétricos, criados por Biden. “Em outras palavras, vocês poderão comprar o carro de sua escolha. Nós construiremos automóveis na América novamente a uma taxa que ninguém poderia ter sonhado ser possível há apenas alguns anos.”
  • Declarar emergência nacional na fronteira sul dos Estados Unidos, para impedir o fluxo de imigrantes vindos do México.
  • Declarar uma “emergência energética nacional” para ajudar a derrubar preços, uma de suas principais promessas de campanha. Trump afirmou no discurso que “a crise da inflação foi causada por gastos excessivos e aumento dos preços da energia”.
  • Diminuir a inflação, solicitando que o seu gabinete use “os vastos poderes à sua disposição” para reduzir o custo dos bens.
  • Restringir a política oficial do governo americano em questões de gênero, segundo a qual existe apenas dois: masculino e feminino. “Também assinarei uma ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão para a América”, afirmou.

Após tomar posse e tornar-se, oficialmente, o 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump fez um discurso nesta segunda-feira, 20, em que alternou uma visão otimista sobre o futuro, falando em uma “era de ouro” para o país, com críticas duras e pestilentas ao governo anterior de Joe Biden, presente na cerimônia ao lado da vice-presidente Kamala Harris, que perdeu de Trump nas eleições.

Recém-empossado, Trump disse que retornaria ao Salão Oval “confiante e otimista de que estamos no início de uma nova era emocionante de sucesso nacional”, e prometeu “colocar a América em primeiro lugar” ao marcar um novo capítulo para o país.

“A era de ouro da América começa agora”, afirmou. “A partir deste dia em diante, nosso país florescerá e será respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não permitiremos que nos aproveitem mais.” Ele acrescentou durante seu discurso inaugural que “uma onda de mudanças está varrendo o país”.

Atenuou, mas nem tanto

Depois de um prelúdio otimista, em que também usou o início do discurso para agradecer a vários ex-presidentes que compareceram à posse (inclusive a Biden, com quem tomou chá na Casa Branca momentos antes), começou uma familiar ladainha de horrores.

Enquanto Trump lamentou um “governo que não consegue administrar nem mesmo uma crise simples em casa”, Biden e Harris assistiram impassíveis ao discurso de seus assentos na multidão. O republicano questionou totalmente o histórico do antecessor – bem na cara dele.

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“A partir deste momento, o declínio da América acabou. Nossas liberdades e o destino glorioso de nossa nação não serão mais negados”, disse ele, chamando o dia de sua posse de “dia da libertação”.

Ele prometeu que acabará com a armamentização do Departamento de Justiça, uma prática que acusou o governo Biden de fazer para atingi-lo pessoalmente e impedi-lo de voltar a concorrer em eleições. Diante dos quatro processos que enfrentou (todos os quais deram em nada, devido à sua vitória eleitoral), denunciou com fúria uma suposta “caça às bruxas”. O presidente democrata negou veementemente as alegações, e especialistas enxergam instituições independentes nos Estados Unidos.

“A balança da justiça será reequilibrada. A armamentização cruel, violenta e injusta do Departamento de Justiça e do governo acabará. Aqueles que desejam interromper nossa causa tentaram me aprisionar e até mesmo tirar minha vida”, disse, relembrando a tentativa de assassinato que sofreu durante a campanha. “Mas ela foi salva por uma razão. Fui salvo por Deus para que eu pudesse tornar a América grande novamente”, disse, sob uma onda de aplausos.

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No entanto, pareceu atenuar o tom em relação ao discurso na noite anterior, em um comício em Washington, D.C., ao pedir “união” e uma “revolução de bom senso”. As frases (mesmo as críticas mais fortes) também foram entregues de maneira mais comedida do que no evento de domingo 19 – ele se alimenta das multidões, extraindo energia de seu entusiasmo, e a entrega contida parece ser um reflexo do público menor dentro da Rotunda do Capitólio.

O que prometem os próximos quatro anos

Assessores afirmaram anteriormente que o discurso de Trump seria menos “carnificina americana” como o de 2017, quando falou ofereceu uma visão sinistra dos Estados Unidos com cidades afetadas pelo crime, elite política no controle e fábricas fechadas. Refletiria, ao invés disso, o quão diferente ele vê a presidência e seu poder desta vez. Seus comentários, porém, não ficaram tão distantes da “carnificina americana”.

Afinal, Trump mudou? A resposta é: muito pouco. O que mudou foi a maneira como uma parcela significativa das pessoas se coloca no mundo, não como parte de um todo, mas dentro de bolhas com interesses muito nítidos, muito particulares — e bastante conservadores. Trump e seu entorno souberam ver isso e, surfando com habilidade, chegaram à crista da onda.

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Entre os compromissos que ele listou durante o discurso estão algumas promessas de campanha – em sua maioria, reversões de políticas da era Biden. Confira:

  • Mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, dizendo que “os Estados Unidos vão recuperar seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra — inspirando o espanto e a admiração do mundo inteiro”.
  • Taxar importações estrangeiras, que chamou de uma “revisão do nosso sistema comercial para proteger e enriquecer os trabalhadores e famílias americanos”. Para esse propósito, ele afirmou que fundará o Serviço de Receita Externa para coletar todas as tarifas, taxas e receitas.
  • Revogar o Green New Deal, pacotão de energia limpa, e incentivos à produção nacional de veículos elétricos, criados por Biden. “Em outras palavras, vocês poderão comprar o carro de sua escolha. Nós construiremos automóveis na América novamente a uma taxa que ninguém poderia ter sonhado ser possível há apenas alguns anos.”
  • Declarar emergência nacional na fronteira sul dos Estados Unidos, para impedir o fluxo de imigrantes vindos do México.
  • Declarar uma “emergência energética nacional” para ajudar a derrubar preços, uma de suas principais promessas de campanha. Trump afirmou no discurso que “a crise da inflação foi causada por gastos excessivos e aumento dos preços da energia”.
  • Diminuir a inflação, solicitando que o seu gabinete use “os vastos poderes à sua disposição” para reduzir o custo dos bens.
  • Restringir a política oficial do governo americano em questões de gênero, segundo a qual existe apenas dois: masculino e feminino. “Também assinarei uma ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão para a América”, afirmou.



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