Turquia nega envolvimento em ataque de rebeldes na Síria

Forças opositoras em Aleppo, Síria
Forças opositoras em Aleppo, Síria| Foto: EFE/EPA/Mohammed Al-Rifai

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, garantiu neste sábado que seu país não está envolvido na ofensiva lançada na última quarta-feira contra o governo de Bashar al Assad na Síria, que já chegou até a cidade de Aleppo.

“A Turquia não intervém nos combates que ocorrem em Aleppo. Estão sendo tomadas precauções. Não lançaremos nenhuma ação que possa desencadear uma nova onda migratória”, disse Fidan, citado pelo jornal turco “Hürriyet”.

O ministro fez estas declarações à imprensa após seu discurso no Fórum Mundial organizado em Istambul pela “TRT”, a emissora pública turca.

A ofensiva das milícias islâmicas Organização para a Libertação do Levante partiu na quarta-feira de Idlib, o último bastião controlado pela oposição a Assad.

A região também é parcialmente controlada pelo Exército turco, que apoia vários grupos armados sírios nas regiões que domina ao norte e ao oeste de Aleppo.

A Turquia está há meses sinalizando sua disposição de negociar com Bashar al Assad sobre a possível retomada das relações diplomáticas rompidas com o início da guerra civil síria em 2011.

No entanto, um acordo não parece possível neste momento, uma vez que Damasco condiciona este passo à retirada das tropas turcas do território sírio, algo que Ancara não vê como exequível por enquanto.

O governo turco reiterou seu respeito pela integridade territorial síria, mas o próprio Fidan recordou no último mês de setembro que nas áreas agora controladas pela Turquia vivem “cinco milhões de pessoas que não confiam no regime”.

Uma retirada das tropas turcas levaria grande parte desta população a procurar refúgio na Turquia, acrescentou então o ministro, que defendeu “um quadro político em que o regime e a oposição entrem em acordo” para evitar esta onda migratória.

Grupos rebeldes aliados da Turquia protestaram nos últimos meses contra qualquer tentativa de reconciliação entre Ancara e Damasco e a atual ofensiva parece afastar de vez esse objetivo.



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