Usyk derrotou Fury, de novo | blog do daniel fucs
Saudações Pugilísticas.
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O ucraniano Oleksandr Usyk (23-0, 14 KOs) venceu novamente Tyson Fury (34-2-1, 24 KOs), impondo a segunda derrota em sete meses ao boxeador inglês. A vitória aconteceu no sábado e foi a principal do evento realizado em Riad, Arábia Saudita.
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Com o triunfo, Usyk manteve os títulos unificados WBO-WBC-WBA da categoria peso-pesado.
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Apesar de alguns rounds equilibrados, o que justificou o leve favoritismo antecipado de Usyk, não tenho dúvida da vitória do ucraniano. Pessoalmente, só vi Fury vencer três assaltos, o que não foi muito diferente da marcação oficial dos juízes. O número de golpes, na maioria dos rounds, em que Usyk conectou o inglês suplantou a quantidade de vezes em que foi atingido por Fury.
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Os eventuais golpes poderosos desferidos por Fury que atingiram Usyk não foram o bastante para que ele triunfasse na maioria dos rounds. Até fui surpreendido pela movimentação de um pesado Fury durante a disputa. Entretanto, a habilidade, técnica e, reconheçamos, o melhor boxe apresentado por Oleksandr Usyk não permitem que se conjecture uma vitória de Fury.
O cansaço apresentado pelo inglês a partir do 10º período beneficiou Usyk, que pode aproveitar maior velocidade na aplicação dos golpes.
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Incomodou-me algumas irregularidades praticadas por Fury, como o uso do cotovelo, a mão aberta segurando a cabeça do ucraniano e as “gravatas” frontais com uma das mãos enquanto batia com a outra. O bom árbitro Roberto Ramirez Jr poderia ser mais incisivo quando estes fatos aconteceram. Quando fiz a minha primeira luta como juiz fora do Brasil, o pai deste árbitro, Roberto Ramirez Sr, já se aproximando na época dos 70 anos, mediou aquela disputa. Criamos uma amizade que fomentamos em encontros posteriores. Apesar desta crítica anterior, vejo muitas das qualidades do pai em Ramirez Jr.
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Pontuei 117-111 para Usyk. Por isso, não me surpreendi com os três juízes marcando 116-112, com apenas um round de diferença na soma total. Não adianta o promotor Frank Warren, por quem tenho muito respeito, vir publicamente desabonar o resultado, afirmar que Fury venceu por três ou quatro rounds e comentar que Oscar de La Hoya concorda com ele. Ambos precisam de um curso de arbitragem. Ainda bem que o julgamento da inteligência artificial, que ninguém sabe como foi programada, só “viu” dois rounds favoráveis para Fury. Se não fosse assim, teríamos que ouvir até agora que a IA “sabe muito”. Não vou me alongar no procedimento de Fury que desceu aborrecido do ringue logo após o anúncio do resultado. Será que ele pensa ter vencido a luta?
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Foi deselegante a atitude de Daniel Dubois ao subir no ringue e interromper a entrevista ao vivo de Oleksandr Usyk para desafia-lo. Este não é o Dubois que eu conheço. A verdade é que todo mundo está de olho nos petrodólares da Arábia Saudita. Como sempre muito educado, Usyk pensou por alguns momentos e respondeu que se Turki Al-Sheikh quiser patrocinar a luta, ele (Usyk) está pronto.
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Amanhã, comentarei sobre as preliminares de peso que antecederam Usyk-Fury 2.
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