Contas do governo têm déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto
As contas do governo registraram déficit de R$ 99,99 bilhões de janeiro a agosto deste ano, segundo dados divulgados pelo Tesouro Pátrio nesta quinta-feira (3).
➡️O déficit primordial ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam aquém das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primordial.
Segundo os números do Tesouro Pátrio, houve melhora frente ao mesmo mês do ano pretérito, quando foi registrado um déficit de R$ 105,88 bilhões.
Meta fiscal
Para leste ano, a meta formal é de zerar o déficit das contas públicas.
Entretanto, a dimensão econômica estima um rombo supra de R$ 65 bilhões neste ano, e sem que a meta seja descumprida.
Entenda:
Pelas regras do tórax fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo de zerar o rombo fiscal seja formalmente descumprido, o equivalente a R$ 28,8 bilhões (veja vídeo supra).
Ou por outra, para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 38,6 bilhões em créditos extraordinários. Esse montante foi reservado para enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.
Há, ainda, R$ 514,5 milhões foram direcionados para o combate a incêndios, principalmente no pantanal e na na Amazônia.
Também foi outorgado um crédito inimaginável de R$ 1,35 bilhão em obséquio do Judiciário e do CNMP (Recomendação Pátrio do Ministério Público).
Pelas regras, R$ 40,5 bilhões podem ser contabilizados fora da meta fiscal neste ano.
O déficit estimado para 2024 pela equipe econômica é de R$ 68,83 bilhões — sem que a meta fiscal seja descumprida.
O g1 conversou, na semana passada, com especialistas em contas públicas, que apontaram uma série de problemas nas contas públicas. Entre elas, autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções.
“Me preocupa, por exemplo, que os precatórios pagos supra do vetusto limite constitucional, no ano que vem, não sejam compensados por outros esforços. O que precisa permanecer evidente é que o duelo atual é produzir superávit, para a dívida voltar a estabilizar-se em relação ao PIB. Não adianta unicamente executar regras legais, se elas não forem suficientes para gerar esse objetivo”, disse Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federalista.
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