empresas brasileiras topam trabalhar menos?
No Brasil, 21 empresas toparam o piloto da semana de 4 dias com tapume de 280 colaboradores – que, pelos resultados preliminares, parecem ter adorado a experiência. A estudo dos dados revelou que 72,8% relataram uma redução na exaustão frequente e 49,6% observaram uma subtracção significativa na insônia ou em outros problemas de sono. Aliás, 43,6% passaram a praticar exercícios físicos mais de três vezes por semana.
O relatório aponta ainda que o bem-estar pode aumentar a produtividade. Os colaboradores avaliaram seu nível de produtividade em 8,4 e seu engajamento em 8,5 em uma graduação de 1 a 10. O comprometimento com a empresa foi medido em 9,2. O bem-estar foi classificado em 8,4 e a satisfação em 8,5, indicando uma melhora significativa no envolvente de trabalho.
Porém, nem tudo são flores. O documento final mostra que a experiência no Brasil apresentou desafios importantes, incluindo a urgência de ajustes no planejamento de tarefas, resistência inicial à mudança, e a manutenção da cobertura contínua em setores críticos. “O esquema pode funcionar bem em algumas áreas, mas em outras será necessário contratar mais gente, pois não há uma vez que parar. E isso vai custar mais custoso. Logo é preciso ver uma vez que endereçar via processos e tecnologias, por exemplo”, diz Signorelli.
Um outro ponto de dificuldade tipicamente brasiliano citado pelas lideranças no relatório é a manutenção da produtividade na quinta-feira para o caso das empresas que adotaram a sexta sendo o dia de folga. O que pode sobrevir é que o famoso “sextou”, quando a produtividade da sexta cai, acaba sendo transportado para a quinta. “Ao contratar alguém, a empresa está comprando a disponibilidade do funcionário e não a produtividade. Acredito que o ideal seja o contrário: contratar para um escopo. Desta forma o compromisso passa a ser o resultado”, propõe Signorelli.
Uma novidade rodada de testes da 4 Day Week no Brasil está prevista para o final do segundo semestre deste ano, com o início de um novo piloto de seis meses em 2025.
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